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Cor da pele, desigualdades sociais e saúde em idosos: uma análise a partir do inquérito SABE na Colômbia

Resumo:

O artigo teve como base a pesquisa SABE (Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento) da Colômbia, que incluiu 23.694 indivíduos com 60 anos ou mais nas áreas urbana e rural do país. A análise trata o autorrelato da saúde como variável dependente e as relações com o autorrelato étnico-racial e a cor da pele relatada pelo entrevistador enquanto traço fenotípico, através de uma técnica validada usando uma paleta de cores. As desigualdades sociais foram determinadas com base na caracterização da condição socioeconômica, residência urbana ou rural, alfabetização e anos de estudo. Através dessa análise, o estudo construiu fatores socioeconômicos com autorrelato étnico racial e cor da pele como fator de discriminação. Foram desenvolvidos testes estatísticos descritivos e quatro modelos logísticos, ajustados por sexo e idade. Os achados mostram que adultos com melhores condições socioeconômicas apresentam melhor autorrelato da saúde. Com relação ao autorrelato étnico-racial, os adultos afrodescendentes, negros e mulatos apresentam, em média, pior autorrelato da saúde quando comparados aos adultos brancos e mestiços, além de piores condições socioeconômicas. Em resumo, as categorias de cor e de autorrelato étnico e racial, junto com variáveis socioeconômicas tradicionais, são relevantes para compreender o autorrelato da saúde dos idosos como parte dos processos de exclusão e discriminação que têm consequências para as desigualdades em saúde.

Palavras-chave:
Grupos Étnicos; Racismo; Iniquidade Social; Saúde do Adulto

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