Este estudo verificou a freqüência de transtornos psiquiátricos em uma comunidade de imigrantes coreanos na cidade de São Paulo, Brasil. A amostragem snowball com vários focos foi utilizada para contatar os imigrantes coreanos, acima de 18 anos e residentes em São Paulo. Foram selecionados 324 sujeitos, cuja saúde mental foi avaliada por meio de uma entrevista estruturada, Composite International Diagnostic Interview 2.1, nas versões em português e coreano. Foi utilizado o critério de diagnóstico CID-10. A freqüência de algum diagnóstico psiquiátrico na vida foi de 41,9%. As freqüências de principais diagnósticos na vida foram: transtornos de ansiedade, 13% (transtorno de estresse pós-traumático, 9,6%); transtornos do humor, 8,6%; transtornos somatoformes, 7,4%; transtornos dissociativos, 4,9%; transtornos psicóticos, 4,3%; transtornos alimentares, 0,6%; transtornos decorrentes de substâncias (álcool, tabaco ou drogas), 23,1%. A freqüência de diagnósticos psiquiátricos na vida, excluindo-se os decorrentes de álcool e tabaco, foi de 26,2%. Os imigrantes coreanos apresentam mais transtornos psiquiátricos do que a população coreana na Coréia, especialmente transtorno de estresse pós-traumático, e uma taxa semelhante à encontrada na população brasileira. As autoridades de saúde mental devem promover uma integração mais saudável por meio de programas culturalmente sensíveis aos imigrantes coreanos.
Transtornos Mentais; Saúde Mental; Imigrantes