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Redes de cooperação científica

A internacionalização da ciência é tema vital para quem pensa o desenvolvimento científico e tecnológico nas diferentes regiões do mundo. O florescimento da ciência e a sua tradução em políticas dependem da cooperação e troca entre pesquisadores de diferentes países. Ainda predominam no cenário mundial as tradicionais cooperações Norte-Sul, muitas vezes perpetuadoras de iniquidades. Mais recentemente observa-se o crescimento de cooperações Sul-Sul, priorizadas pelo Brasil.

A colaboração científica pode ocorrer entre países, instituições acadêmicas e entre pares de pesquisadores. Essas, em geral, são estimuladas por políticas de financiamento de pesquisas que têm como destaque a cooperação internacional, assim como pela oferta de bolsas a pesquisadores para estágios no exterior. Dentre as iniciativas mais recentes, destaca-se o programa Ciência Sem Fronteiras, com meta de fomento, até 2015, de 101 mil bolsas para financiamento de estágios no exterior para alunos de graduação e pós-graduação, assim como a atração para o Brasil de pesquisadores estrangeiros e a fixação de jovens talentos.

Como avaliar a durabilidade das cooperações estabelecidas? Como acompanhar, de forma dinâmica, as redes de pesquisas que são criadas, para além do emprego dos indicadores tradicionais? A Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br/) apresenta na página do currículo dos pesquisadores uma aplicativo que permite visualizar a rede de colaboração baseada nos coautores da produção científica de cada pesquisador. O artigo de Lang et al. (p. 369-78) traz algumas propostas instigantes com base em redes de investigação, que avaliam a cooperação e a internacionalização da pesquisa, utilizando as páginas web das instituições.

Além de avaliar as redes de pesquisas internacionais, o artigo apresenta uma proposta para acompanhar aspectos desta cooperação, por meio da identificação das cooperações estabelecidas e mapeamento dos relacionamentos entre diferentes instituições, usando técnicas de análise de redes sociais. Embora essas técnicas já venham sendo utilizadas há algum tempo em diferentes áreas do conhecimento, há um crescente interesse na sua aplicação no estudo de fenômenos complexos em saúde, incluindo a adoção de comportamentos e estilos de vida na determinação de doenças. O artigo certamente tem limitações, entre as quais, a não inclusão em sua análise das universidades, o que poderia alterar completamente o quadro e as redes desenhadas. Mas o seu mérito está em contribuir com novos caminhos para a avaliação da produção científica, apropriados aos meios de comunicação de nossa época.

Marilia Sá Carvalho
Claudia Travassos
Cláudia Medina Coeli
Editoras

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Fev 2014
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