Resumos
Ao longo das três versões da Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) alterações foram realizadas em relação à estruturação da Estratégia Saúde da Família (ESF), com destaque para modificações em relação ao caráter prioritário da ESF como estratégia de organização e de cuidado na atenção básica. O objetivo foi analisar tendências temporais de indicadores referentes à ESF sob o olhar das três versões da PNAB 2006, 2011 e 2017. Estudo descritivo de tendência temporal de indicadores selecionados a partir de modelo lógico construído por componentes referentes à ESF nas três versões da PNAB. O modelo lógico foi elaborado baseado nos componentes Território/Adscrição, Equipes, Processo de Trabalho, Planejamento e Gestão do Território, e Cuidados à Grupos Prioritários pelas Equipes de Saúde da Família, sendo cada um representado por indicadores selecionados. A construção das séries temporais entre 2007 e 2020, nacional e regionais, foi realizada utilizando o software Joinpoint. A maioria dos indicadores apresentou tendência de crescimento nos primeiros segmentos temporais identificados pelos modelos, seguidos por seguimentos de estabilidade ou queda, principalmente após o ano de 2017. Destaca-se o indicador Número de Agentes Comunitários de Saúde que apresentou queda após 2017 na maioria das regiões geográficas e no Brasil. A PNAB 2017 pode ter proporcionado um desestimulo à continuidade e ampliação da ESF como modelo prioritário da atenção básica, ao permitir e financiar novos arranjos e processos de trabalhos de equipes.
Palavras-chave:
Estratégia Saúde da Família; Atenção Básica; Análise Espaço-Temporal
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EqSF: equipes de saúde da família; EqAB: equipes de atenção básica; EqSB: equipes de saúde bucal; ESF: Estratégia Saúde da Família; NASF-AB: Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica; RAS: Rede de Atenção à Saúde. * PNAB 2017, item 3.3 - funcionamento, (i) “além dessa faixa populacional, podem existir outros arranjos de adscrição, conforme vulnerabilidades, riscos e dinâmica comunitária, facultando aos gestores locais, conjuntamente com as equipes que atuam na atenção básica e Conselho Municipal ou Local de Saúde, a possibilidade de definir outro parâmetro populacional de responsabilidade da equipe, podendo ser maior ou menor do que o parâmetro recomendado, de acordo com as especificidades do território, assegurando-se a qualidade do cuidado”