Resumos
Para o reconhecimento da magnitude da doença de Chagas crônica no Brasil, é necessário rearticular as ações de vigilância em saúde, buscando o desenvolvimento de uma ampla rede hierarquizada de serviços distribuída geograficamente, para prover atendimento aos milhares de cidadãos acometidos pela infecção por Trypanosoma cruzi. O objetivo do trabalho foi elaborar um modelo de priorização de municípios para a vigilância da doença de Chagas crônica, a fim de ofertar cuidado integral às pessoas afetadas pela enfermidade. Para isso, foi realizada uma análise multicritério utilizando o algoritmo PROMETHEÉ II implementado no software Pradin. Os critérios de avaliação do modelo foram compostos de três índices construídos a partir de indicadores (a) epidemiológicos diretamente relacionados à doença de Chagas crônica, (b) decorrentes da evolução da doença de Chagas crônica, e (c) relacionados ao acesso aos serviços de saúde. A Escala Fundamental de Saaty foi utilizada para definição dos pesos dos indicadores, com maior importância aos diretamente relacionados à doença de Chagas crônica e àqueles com maior confiabilidade e respectiva qualidade de informação. A avaliação da consistência dos modelos se deu em comparação com dados disponíveis das áreas historicamente endêmicas, com a distribuição de casos agudos, e outras análises de sensibilidade. O modelo mais adequado foi definido por 1.345 municípios de média prioridade, 1.003 de alta e 601 como muito alta prioridade para doença de Chagas crônica, com maiores proporções nas regiões Sudeste e Nordeste. A priorização permite à gestão racionalizar e direcionar recursos, sendo essencial para identificar os territórios onde as pessoas infectadas estão vivendo, a fim de promover a assistência integral e melhorar a qualidade de vida.
Palavras-chave:
Doença de Chagas; Técnicas de Apoio para a Decisão; Vigilância em Saúde Pública
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Nota: %_EXA_ICC: proporção de internações por insuficiência cardíaca com realização de sorologia IgG para Trypanosoma cruzi; AIH_IC: taxa de internação por insuficiência cardíaca; COB_ABS: cobertura populacional estimada pelas equipes de atenção básica; MORT_SUB: taxa de mortalidade por morte súbita (de origem cardíaca); RZ_PROC: razão de procedimentos ambulatoriais de média complexidade; RZ_PROC < 50: razão de procedimentos ambulatoriais de média complexidade e população residente até 49 anos; RZ_PROC > 49: razão de procedimentos ambulatoriais de média complexidade e população residente na faixa etária a partir de 50 anos; SIAB: cadastros autorreferidos para doença de Chagas; SIM_DC < 50: taxa de mortalidade por doença de Chagas na faixa etária até 49 anos; SIM_DC > 49: taxa de mortalidade por doença de Chagas na faixa etária a partir de 50 anos.
