Resumo:
O estudo teve como objetivos estimar a exposição domiciliar a pesticidas em adultos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil, e verificar a acessibilidade a esses produtos no varejo local e nas vendas eletrônicas. Os dados foram coletados através de um questionário online (1.015 respostas) e uma pesquisa de varejo em lojas físicas e online. Entre as respostas analisadas, 87,5% relataram o uso de pesticidas no último ano, a maioria contra mosquitos (64,7%). O método de aplicação mais comum foi spray de aerossol (38,1%), e os locais de uso mais frequente foram quarto de dormir (29,7%) e sala de estar (22,1%). Cerca de 30% dos respondentes relataram a invasão de pragas, sendo os mais comuns: formigas (79,1%) e baratas (40,4%). Os locais de armazenamento mais comuns foram a área de serviço (71,6%) e a cozinha (17,5%). Aproximadamente 91% dos que conviviam com crianças abaixo de 18 anos usavam pesticidas. Prevaleceu o uso do grupo químico dos piretróides (81,6%), e 90,8% dos produtos citados pertenciam à classe II [55,7% (altamente tóxicos)] ou classe III [35,1% (toxicidade média)]. A quantidade mais significativa de produtos adquiridos pertencia à categoria das pragas, seguida pelos mosquitos. Havia maior disponibilidade de produtos via vendas online, comparado com lojas físicas. A exposição da população a pesticidas dentro de casa é um problema de saúde pública e confirma a necessidade de estudos para avaliar melhor os riscos e consequências da exposição crônica a doses baixas dessas substâncias. É essencial informar a população sobre as incertezas e potenciais riscos do uso indiscriminado para que possa escolher usar ou não pesticidas em suas residências.
Palavras-chave:
Praguicidas; Habitação; Questionário; Acesso à Internet