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Imperialismo moral e ensaios clínicos multicêntricos em países periféricos

Imperialismo moral é a intenção de impor padrões morais de determinadas culturas, regiões geopolíticas e países a outras culturas, regiões ou países. O Imperialismo Moral Direto pode ser exemplificado com diversos episódios recorrentes de ensaios clínicos multicêntricos promovidos por países desenvolvidos (centrais) em países pobres e em desenvolvimento (periféricos), especialmente projetos relacionados com a teoria do "double standard" de pesquisas. Com a recusa da Assembléia Geral da Associação Médica Mundial em alterar a Declaração de Helsinki, que significaria o reconhecimento moral da referida teoria, os Estados Unidos abandonaram a declaração, passando a promover seminários regionais em países periféricos com objetivo de "treinar" investigadores nas visões éticas dos interesses estadunidenses. Estes passam a ser duplicadores das idéias centrais, em diferentes instâncias das nações periféricas, caracterizando uma forma de Imperialismo Moral Indireto. O estudo propõe a construção de sistemas de regulação e de controle social para os ensaios clínicos a serem implementados nos países periféricos, por meio da formulação de normas éticas adequadas às características contextuais destes países, conjuntamente com a criação e validação de documentos normativos nacionais próprios.

Bioética; Experimentação Humana; Ensaio Clínico


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