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Adesão aos anti-retrovirais em crianças: um estudo da prevalência e fatores associados

A sobrevida de crianças com AIDS teve um aumento considerável com o emprego de anti-retrovirais mais efetivos, porém os benefícios dessa terapêutica são limitados pela dificuldade na adesão ao tratamento. Este estudo transversal teve como objetivo estimar a prevalência da não-adesão aos anti-retrovirais entre crianças residentes em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil, e identificar os fatores associados. Foram entrevistados 194 cuidadores de crianças. A técnica utilizada para aferir a adesão permitiu detectar tanto as perdas por falhas no entendimento do esquema anti-retroviral prescrito quanto das perdas conscientes de doses. Foi definida como não-aderente a criança que ingeriu menos de 80% das doses prescritas para 24 horas no dia anterior à entrevista. A prevalência geral da não-adesão encontrada foi de 49,5% superior à estimada. Considerando os tipos de cuidadores não-institucionais e institucionais, no primeiro, a prevalência foi de 55,7% e, no segundo, de 22,2%. Na análise multivariável, a escolaridade do cuidador apresentou associação limítrofe com o desfecho. As crianças institucionalizadas e as cuidadas por pessoas com melhor escolaridade parecem estar mais protegidas da não-adesão aos anti-retrovirais.

Anti-Retrovirais; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; HIV; Criança


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