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Utilização de cuidados de saúde e sobrevida entre pacientes com AIDS em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Para analisar a relação entre utilização de cuidados de saúde e sobrevida de pacientes com AIDS foram revisados registros médicos de pacientes soropositivos admitidos nos serviços de referência para AIDS em Belo Horizonte/MG, entre 1989-92. Dos 291 pacientes que evoluíram para AIDS, 57,0% faleceram. O coeficiente de mortalidade foi de 34,9/1.000 pessoas-mês. A mediana do tempo de sobrevida global foi de 14,3 meses. A análise multivariada mostrou que indivíduos que não utilizaram AZT (RR = 1,87; IC 95% = 1,34-2,61), que foram classificados como estadiamento inicial "B" [sintomáticos, não AIDS] (RR = 1,68; IC 95% = 1,20-2,35) e que tiveram nove ou mais dias de internação hopitalar (RR = 1,55; IC 95% = 1,11-2,17) apresentaram maior risco de evoluírem para óbito. Já indivíduos que registraram pelo menos um intervalo maior de seis meses entre consultas (RR = 0,30; IC 95% = 0,16-0,56) apresentaram menor risco de evoluirem para óbito. Os resultados sugerem: Indivíduos com piores resultados na saúde tendem a utilizar mais os serviços e os mais complexos; Pessoas que utilizaram AZT sobreviveram mais tempo; Os marcadores de utilização adotados expressam o final de um processo de busca e obtenção da atenção.

AIDS; Sobrevida; Cuidados de Saúde; HIV


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