Este inquérito sorológico, realizado em cinco municípios brasileiros, avaliou o uso de sangue seco em papel filtro (DBS), obtidas de recém-nascidos e suas mães, para detectar anticorpos IgG SARS-CoV-2. DBS foram obtidas de 4.803 neonatos com até sete dias de vida e suas mães, ambos assintomáticos, em unidades de saúde pública durante a triagem neonatal. DBS foram processadas por ELISA para detectar anticorpos IgG contra o antígeno do nucleocapsídeo SARS-CoV-2. As mães de neonatos soropositivos foram entrevistadas quanto às características sociodemográficas e antecedentes clínicos e laboratoriais. Foram excluídas amostras insatisfatórias, díades com dados incompletos e mães vacinadas. Das 1.917 amostras analisadas, 14,7% dos neonatos apresentaram anticorpos IgG contra SARS-CoV-2. Entre os recém-nascidos soropositivos, 73,2% era filho de mulheres também soropositivas. Mais da metade das mães com recém-nascidos soropositivos negaram suspeita clínica ou laboratorial de COVID-19 durante a gravidez. A suspeita de COVID-19 ocorreu no terceiro trimestre para 24,6% das mães. Este estudo testou uma estratégia inovadora para melhorar a compreensão da dinâmica de anticorpos contra SARS-CoV-2 durante a gravidez e sugere a viabilidade de realização de um inquérito sorológico universal em puérperas e neonatos.
Palavras-chave:
SARS-CoV-2; Recém-Nascido; Gravidez; Teste em Amostras de Sangue Seco; Triagem Neonatal