Open-access Estructura de los hospitales de maternidad: aspectos relevantes para la calidad de la atención durante el parto y el nacimiento

Cad Saude Publica Cadernos de Saúde Pública Cad. Saúde Pública 0102-311X 1678-4464 Fundação Oswaldo Cruz El presente estudio evalúa aspectos en cuanto a la estructura de una muestra de hospitales de maternidad en Brasil. El marco ha sido evaluado en función de patrones de referencia del Ministerio de Salud y abarca: ubicación geográfica, volumen de nacimientos, presencia de IU, actividades de aprendizaje, formación de recursos humanos, disponibilidad de equipos y medicamentos. Los resultados muestran diferencias en la cualificación y disponibilidad de equipos y servicios de suministros para el parto, según regiones, y su grado de complejidad. El Norte/Nordeste y Centro-oeste mostraron los mayores problemas. En el Sur/Sudeste, los hospitales estaban mejor estructurados, alcanzando proporciones satisfactorias en diversos aspectos del estudio, cercanos o justo por encima del nivel de la red privada. Este estudio aporta al debate la cuestión la calidad estructural de los servicios hospitalarios que se ofrecen en el país, y hace hincapié en la necesidad de desarrollo de estudios de análisis que tengan en cuenta los procesos y resultados de la atención. Introdução Nas últimas décadas houve inúmeros avanços na atenção à saúde da mulher em consequência de esforços coletivos, com marcada presença de movimentos sociais. A inscrição da morte materna como grave violação dos direitos humanos, sem dúvida, contribuiu para que a diminuição da mortalidade materna fosse considerada como um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 1. Nesse período, a mortalidade materna teve significativa diminuição no Brasil, embora a meta de redução em 75%, até 2015, tomando como base os indicadores de 1990, não será atingi- da 2. A mortalidade infantil também obteve uma importante redução, principalmente à custa do componente pós-neonatal 2. É sabido que a maior parte dessas mortes, tanto de mães como de recém-nascidos, é evitável 3 e ocorre dentro dos hospitais 4. Desse modo, a qualidade dos serviços obstétricos assume um importante papel para o alcance de melhorias na saúde materna e infantil. No entanto, avaliar a qualidade dos serviços obstétricos não é simples, pois são dois pacientes envolvidos, que por vezes podem ter necessidades conflitantes, e esse balanço requer um cálculo complexo e cuidadoso 5. Para mensurar a qualidade da atenção à saúde, Donabedian 6 propôs um arcabouço teórico baseado na tríade estrutura, processo e resultado, que tem sido bastante utilizada na investigação de serviços de saúde 7. A estrutura se refere às características relativamente mais estáveis dos serviços, incluindo desde a disponibilidade de recursos humanos, financeiros, equipamentos e insumos, até o modo como estão organizados. Por si só, a estrutura não determina a qualidade da atenção, no entanto, há muito já se aponta que suas deficiências podem interferir nos resultados. Stilwell et al. 8 analisaram as maternidades de uma região da Inglaterra e demonstraram haver relação entre o número de pediatras e a taxa de mortalidade perinatal. Pesquisas realizadas nas maternidades do país mostraram deficiências na disponibilidade de equipamentos, instrumentais cirúrgicos, capacitação de recursos humanos e na presença de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) 9,10,11,12,13, evidenciando lacunas e potencialidades do sistema de saúde para atender de forma resolutiva a assistência durante o parto e nascimento. Espera-se com este estudo traçar um panorama abrangente de aspectos relacionados à estrutura da amostra de estabelecimentos de saúde participantes da pesquisa Nascer no Brasil 14. Método O estudo Nascer no Brasil: pesquisa nacional sobre parto e nascimento” 14, é uma coorte de base hospitalar, cujo objetivo foi avaliar as condições de assistência ao parto e nascimento no país, realizado no período de fevereiro de 2011 a outubro de 2012. Foram elegíveis para o estudo todos os estabelecimentos de saúde que realizaram mais de 500 partos no ano 2007, segundo o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). A amostra foi estratificada de acordo com as cinco grandes regiões do país, localização (capital, fora da capital) e tipo de estabelecimento conforme o financiamento dos partos realizados (privado, público ou misto). Como estabelecimentos mistos foram classificados aqueles que constavam no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde como privados, mas que também tinham leitos contratados pelo setor público. Esses, juntamente com os públicos, têm como fonte de financiamento o Sistema Único de Saúde (SUS). Em cada uma das cinco macrorregiões foram gerados seis estratos: capital (privado/misto/público) e fora da capital (privado/misto/público). Ao final, a amostra foi composta por trinta estratos. Em cada um selecionou-se uma amostra probabilística em dois estágios. No primeiro, foram selecionados os estabelecimentos de saúde e, no segundo, as puérperas e seus conceptos. Os pesos amostrais foram baseados no inverso das probabilidades de inclusão na amostra. Para assegurar que as estimativas totais fossem iguais ao número de hospitais da amostra, em 2011, um processo de calibração foi utilizado em cada estrato de seleção. Os resultados apresentados são as estimativas para o universo hospitalar da pesquisa (1.402) com base na amostra de 266 hospitais visitados. Para alcançar os objetivos do estudo, além dos questionários aplicados às 23.940 puérperas selecionadas, um questionário, com dados para conhecer a estrutura do hospital, foi preenchido pelos supervisores de campo durante a entrevista pessoal com os gestores dos estabelecimentos de saúde amostrados. Esse instrumento de coleta de dados foi desenvolvido com base na legislação vigente: RDC/Anvisa no 36, de 3 de junho de 2008 15; RDC/ Anvisa no 50, de 21 de fevereiro de 2002 16; Portaria GM/MS no 1.091, de 25 de agosto de 1999 17; Portaria GM/MS no 3.432, de 12 de agosto de 1998 18; Portaria GM/MS no 2.048, de 5 de novembro de 2002 19; Portaria GM/MS no 1.071, de 4 de julho de 2005 20; Portaria GM/MS no 2.418 de 2 de dezembro de 2005 21. Os hospitais foram classificados: segundo o volume de partos realizados, categorizado 22 em baixo (até 999 partos), médio (de 1.000 a 2.999) e alto (de 3.000 e mais partos); a existência de UTI de adulto e/ou de neonatal; a realização de atividade de ensino e ser de referência, via central de leitos, para parto de alto risco. As questões relativas aos recursos humanos limitaram-se à verificação da existência de coordenador médico e de enfermagem com título de especialista nos serviços de obstetrícia e de neonatologia. Dentre os requisitos de estrutura exigidos pela legislação brasileira foi verificada a existência de equipamentos de emergência para o cuidado da mãe (respirador/ventilador mecânico, reanimador manual, laringoscópico e tubo orotraqueal) e para os neonatos (laringoscópio e tubo endotraqueal neonatal, sondas traqueais neonatais sem válvula, dispositivo para aspirar mecônio e aspirador com manômetro e oxigênio, sonda de aspiração gástrica e material para ventilação). Ademais, foi perguntado sobre a existência de: banco de sangue e unidade transfusional, laboratório de patologia clínica e disponibilidade de ambulância para a mulher e para o recém-nascido. Também foi avaliada a disponibilidade dos seguintes medicamentos no hospital: anti-hipertensivos, ansiolíticos/hipnóticos, corticosteroides, ocitócitos, inibidores da contratilidade uterina, coagulantes/hemostáticos para a mulher e para o recém-nascido e, especificamente, sulfato de magnésio (anticonvulsivante) e surfactante (indutor da maturação do pulmão do recém- nascido), além do colírio profilático da oftalmia gonocócica e da imunoglobulina anti-D para mulher Rh negativo. A análise compreendeu a distribuição de frequência relativa das variáveis estudadas, de acordo com o tipo de financiamento dos estabelecimentos (público, misto e privado). E, internamente a cada um desses três estratos, no primeiro momento, os hospitais foram agrupados por similaridade em três grandes regiões: Norte/Nordeste; Sul/Sudeste e Centro-oeste. Por último, os dados de estrutura foram observados segundo dois grupos de hospitais, o de maior complexidade, classificados como aqueles cuja UTI neonatal tinha seis ou mais leitos, além de leitos de UTI para adultos, ficando os restantes como de menor complexidade. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fiocruz (parecer no 92/10). Não há conflito de interesse em relação aos métodos utilizados como parte da investigação ou interesse financeiro dos pesquisadores. Resultados Do total de estabelecimentos de saúde investigados, 36,1% eram públicos, 45,7% mistos e o restante privados (18,2%). Ao analisar as três grandes regiões estudadas, observa-se que no Norte/Nordeste pouco mais da metade do total dos hospitais eram públicos, no Centro-oeste este percentual foi de 43% e no Sul/Sudeste equivaleu a 23,5%. Os hospitais mistos representaram 24,6% no Norte/Nordeste, 34% na Região Centro-oeste e no Sul/Sudeste, a participação chegou a 60,9% dos estabelecimentos. A presença dos hospitais privados variou de 15,5% no Sul/Sudeste, o valor mais baixo, a 23% na Região Centro-oeste, o valor mais alto. Na Tabela 1, nota-se que quase 30% dos estabelecimentos do tipo público e privado estão localizados na capital dos estados, já para os classificados como misto o percentual foi de 13,4%. Observa-se também que no Centro-oeste o padrão se altera, a maior parte dos hospitais públicos e mistos está localizada nas capitais (63% e 68%, respectivamente), sugerindo que há problemas de cobertura para usuárias residentes fora das capitais desta região. Tabela 1 Frequência relativa dos estabelecimentos de saúde por tipo de financiamento e regiões geográficas, segundo localização na capital e algumas características de estrutura. Brasil, 2010 *.   Público Misto Privado Brasil   N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) Público (%) Misto (%) Privado (%) Localização na capital 16,9 38,7 62,8 18,4 8,1 67,6 32,4 23,0 39,1 28,8 13,4 28,3 Volume de parto                          Alto 15,1 36,0 7,1 28,0 10,0 17,6 3,7 14,8 0,0 22,3 13,9 8,7  Médio 46,4 53,8 76,2 52,8 51,8 26,5 49,1 50,8 39,1 51,7 50,6 48,8  Baixo 38,5 10,2 16,7 19,2 38,3 55,9 47,2 34,4 60,9 26,0 35,5 42,5 Com UTI 32,9 69,2 48,8 55,6 67,2 42,4 76,1 97,6 69,6 47,7 63,7 86,2 Tipo de UTI                          UTI adulto 29,7 3,9 23,8 57,1 38,0 14,3 0,0 15,8 0,0 15,4 40,4 8,7  UTI neonatal 29,7 15,6 0,0 2,9 3,1 7,1 9,6 14,2 31,3 19,6 3,2 13,7  UTI adulto e neonatal 40,7 80,5 76,2 40,0 59,0 78,6 90,4 70,0 68,8 65,0 56,4 77,6 Realiza atividade de ensino 69,4 82,8 100,0 52,4 79,2 85,3 0,0 21,1 13,0 76,9 74,1 11,4 Referência para parto de alto risco 20,1 56,1 32,6 7,1 30,1 20,6 .. .. .. 34,5 25,2 .. CO: Centro-oeste; N/NE: Norte/Nordeste; S/SE: Sul/Sudeste; UTI: unidade de terapia intensiva. * Valores ponderados segundo plano amostral. ..: não se aplica aos hospitais privados. O volume de partos por maternidade foi outro aspecto abordado neste estudo. Para o país predomina os estabelecimentos com volume de parto médio (entre 1.000 e 2.999 partos ao ano), com exceção da Região Centro-oeste, onde preponderaram hospitais com baixos volumes de partos, tanto entre hospitais mistos (56%) como privados (61%). Observa-se, ainda na Tabela 1, que hospitais com disponibilidade de leitos de UTI foram mais frequentes no Sul/Sudeste (69% dos públicos, 67% dos mistos e 98% dos privados) e, em relação ao financiamento, é marcante a predominância em estabelecimentos privados (86%); é mais frequente a oferta de ambos os leitos de UTI, tanto neonatal como de adulto. Atividades de ensino são realizadas majoritariamente em hospitais públicos (77%) e nos mistos (74%), e prevalece nos hospitais estudados no Centro-oeste (100% dos públicos e 85% dos mistos). Especificamente para os estabelecimentos públicos e mistos foi perguntado se a maternidade era referência para parto de alto risco e se participavam da central de regulação de leitos. Entre os hospitais públicos é maior a proporção de referências para alto risco (35%), havendo 25% de estabelecimentos de referência entre os hospitais mistos; no Sul/Sudeste, 56% dos hospitais públicos e 30% dos mistos serviam de referência. A responsabilidade técnica pela execução das atividades de assistência nas especialidades, em geral, deveria ser de pessoas com liderança e preparo, para manter os serviços atualizados em termos de conhecimento, tecnologia, e outros aspectos referentes à manutenção da qualidade da assistência. Espera-se que, com a especialização, os profissionais possam manejar melhor esses aspectos. Como se vê na Tabela 2, para todos os tipos de financiamento há menor proporção de coordenadores médicos e de enfermagem em obstetrícia no Norte/Nordeste. Dentre os médicos, a maioria tinha especialização, havendo maior déficit de coordenadores de enfermagem com especialização. Para a Neonatologia, a variação é maior, desde 32% de disponibilidade de médicos coordenadores em hospitais públicos do Norte/Nordeste e mistos do Centro-oeste, até 100% nos hospitais privados do Norte/Nordeste. Quanto a enfermeiros coordenadores, variou de 35% em hospitais públicos do Norte/Nordeste a 82% em mistos do Centro-Oeste. Observa-se que a proporção de hospitais com os quatro coordenadores com especialização predomina no Sul/Sudeste e em hospitais públicos, e é muito baixa principalmente no Norte/Nordeste, possivelmente por ausência de especialistas. Tabela 2 Frequência relativa dos estabelecimentos de saúde por tipo de financiamento e regiões geográficas, segundo existência de coordenador especialista. Brasil, 2010 *.   Público Misto Privado Brasil   N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) Público (%) Misto (%) Priva- do (%) Serviço                          Obstetrícia                           Médico                            Coordenador 50,4 95,7 93,0 73,6 91,9 54,6 69,4 73,8 73,9 70,6 86,3 71,8    Com especiali-zação 85,7 100,0 100,0 82,6 100,0 88,9 100,0 100,0 100,0 94,4 96,7 100,0 Enfermeiro                            Coordenador 63,3 71,5 83,7 74,6 92,1 100,0 61,1 63,4 73,9 68,0 89,1 63,4    Com espe-cialização 55,7 67,7 36,1 45,7 51,7 23,5 90,9 47,4 23,5 58,0 49,0 62,7  Neonatologia                           Médico                            Coordenador 31,5 72,0 76,2 54,0 64,0 32,4 100,0 80,5 82,6 50,2 60,3 89,0    Com espe-cialização 85,2 100,0 93,8 64,7 91,2 100,0 52,3 100,0 100,0 94,1 86,8 77,0   Enfermeiro                            Coordenador 34,9 72,0 69,0 52,0 50,7 81,8 64,2 68,0 73,9 51,4 52,6 66,9    Com espe-cialização 47,4 79,1 55,2 32,3 43,0 18,5 61,4 75,9 54,1 64,4 39,2 71,8 Todos os coordenadores com especialização 9,4 29,2 18,6 7,2 18,7 8,8 4,5 11,4 12,5 17,4 15,9 8,7 CO: Centro-oeste; N/NE: Norte/Nordeste; S/SE: Sul/Sudeste. * Valores ponderados segundo plano amostral. A Tabela 3 mostra a disponibilidade de equipamentos essenciais e estratégicos para viabilizar a sobrevivência materna e do recém-nascido nas emergências. Para as emergências maternas, a disponibilidade é maior nos estabelecimentos privados (99%) e mistos (89%), e menor nos públicos (71%), havendo maior carência no Norte/Nordeste: apenas 56% dos hospitais públicos destas regiões contavam com todos os equipamentos considerados essenciais. Também para as emergências do recém-nascido prevalece a disponibilidade maior nos estabelecimentos privados (88%), havendo 82% nos mistos e 68% nos públicos. Novamente, a deficiência é maior nos hospitais do Norte/Nordeste: apenas 45% dos hospitais públicos e 64% dos mistos contavam com todos os equipamentos. A disponibilidade de banco de sangue ou agência transfusional variou de 48%, nos estabelecimentos mistos do Norte/Nordeste, a 84% nos mistos do Sul/Sudeste, sendo 75% nos mistos, 69% nos públicos e 67% nos privados; laboratórios de análises clínicas foram encontrados entre 70% dos mistos do Norte/Nordeste e 100% dos públicos do Centro-oeste, sendo 92% nos públicos, 87% nos privados e 85% nos mistos; a disponibilidade de ambulância para a mulher variou de 50% nos privados do Norte/Nordeste a 100% em várias regiões e tipos de financiamento, sendo 97% nos públicos, 88% nos mistos e 61% nos privados; e ambulância para o recém-nascido variou de zero, nos hospitais privados do Centro-oeste, a 100% nos hospitais públicos do Centro-oeste, sendo 67% nos hospitais públicos, 51% nos mistos e 17% nos privados. Tabela 3 Frequência relativa dos estabelecimentos de saúde por tipo de financiamento e regiões geográficas, segundo disponibilidade de equipamentos de emergência, banco de sangue, laboratório de análises clínicas e ambulâncias. Brasil, 2010 *. Equipamento de emergência Público Misto Privado Brasil N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) Público (%) Misto (%) Privado (%) Materna                          Respirador/Ventilador mecânico 62,9 91,4 74,4 69,0 95,0 97,1 97,2 100,0 100,0 74,4 90,0 98,8  Laringoscópico e tubo orotraqueal 85,6 100,0 100,0 89,6 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 92,1 98,0 100,0  Ressuscitador manual 94,2 100,0 100,0 98,4 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 96,8 99,7 100,0  Todos os equipamentos 56,3 91,4 74,4 64,3 95,0 97,1 97,2 100,0 100,0 70,6 89,1 98,8 Recém-nascido                          Laringoscópico e tubo endotraqueal neonatal 83,8 100,0 100,0 85,7 100,0 100,0 100,0 95,9 100,0 91,1 97,2 98,0  Sondas traqueais neonatais sem válvula 73,2 99,5 100,0 86,5 97,2 100,0 100,0 95,9 100,0 85,3 95,2 98,0  Dispositivo para aspirar mecônio e aspirador com manômetro e oxigênio) 55,0 94,1 100,0 86,5 90,6 73,5 100,0 76,2 95,7 73,2 88,9 88,2  Material para ventilação ressuscitador manual) 88,5 100,0 100,0 92,1 100,0 100,0 100,0 95,9 100,0 93,8 98,4 98,0  Todos os equipamentos 44,8 93,5 100,0 64,3 87,7 73,5 100,0 75,6 95,7 67,7 82,1 87,8  Banco de sangue ou Unidade transfusional 62,2 77,0 74,4 47,6 83,6 58,8 56,5 74,6 75,0 68,8 75,2 66,9 Laboratório de análises clínicas 91,7 89,8 100,0 69,6 87,6 97,1 79,8 91,1 95,7 91,9 84,6 86,6 Ambulância para mulher 95,3 100,0 100,0 77,0 90,9 88,2 49,5 62,6 100,0 97,4 88,1 60,6 Ambulância para recém-nascido 64,7 63,1 100,0 60,3 46,4 87,9 28,7 8,9 0,0 67,1 51,3 16,5 CO: Centro-oeste; N/NE: Norte/Nordeste; S/SE: Sul/Sudeste. * Valores ponderados segundo plano amostral. Já no que se refere a medicamentos essenciais, como mostra a Tabela 4, a situação reverte sendo as proporções de disponibilidade no setor privado menores, com exceção de surfactante e coagulantes/hemostáticos para a mulher. Todavia, quando verifica-se a disponibilidade de todos os medicamentos listados como essenciais, constata-se que há uma inversão, havendo um gradiente privado (71%), misto (59%) e público (43%). Novamente é no Norte/Nordeste que são encontradas as maiores carências, havendo completude dessa medicação em apenas 37% dos públicos e 35% dos mistos. Tabela 4 Frequência relativa dos estabelecimentos de saúde por tipo de financiamento e regiões geográficas, segundo disponibilidade de medicamentos. Brasil, 2010 *.   Público Misto Privado Brasil   N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) N/NE (%) S/SE (%) CO (%) Público (%) Misto (%) Privado Medicamento                          Anti-Hipertensivos 100,0 99,5 100,0 100,0 100,0 100,0 92,7 89,4 100,0 99,8 100,0 92,1  Ansiolíticos/hipnóticos 97,1 94,7 88,4 92,9 95,8 100,0 92,7 87,7 100,0 95,7 95,5 90,9  Corticosteróides 97,1 100,0 100,0 93,6 100,0 100,0 97,2 89,4 100,0 98,4 98,8 94,1  Ocitócitos 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 90,7 89,4 100,0 100,0 100,0 90,9  Inibidores de contrabilidade uterina 100,0 97,3 100,0 98,4 97,7 100,0 97,2 89,4 100,0 99,0 98,0 94,1  Sulfato de magnésio 100,0 98,4 95,3 100,0 97,7 100,0 97,2 89,4 100,0 99,0 98,3 94,1  Surfactante 58,6 88,2 83,3 39,2 73,7 64,7 97,2 87,0 87,0 71,6 66,6 91,3  Coagulantes/Hemostáticos para a mulher 87,5 70,4 76,2 92,9 89,2 100,0 97,2 85,2 95,7 80,3 90,5 91,3  Coagulantes/Hemostáticos para o recém-nascidos 98,6 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 97,2 89,4 100,0 99,2 100,0 94,1  Colírio profilático 87,8 81,7 88,4 96,0 93,3 100,0 97,2 84,6 100,0 85,8 94,2 91,7  Imunoglobulina anti-D 74,8 95,7 88,4 96,0 93,3 100,0 97,2 84,6 100,0 83,6 93,6 79,5 Todos os medicamentos 37,3 48,1 53,5 34,9 64,2 64,7 66,1 71,8 83,3 42,6 58,6 70,6 CO: Centro-oeste; N/NE: Norte/Nordeste; S/SE: Sul/Sudeste. * Valores ponderados segundo plano amostral. A Tabela 5 evidencia que hospitais de maior complexidade, aqui considerados como os que dispunham de seis ou mais leitos de UTI neonatal e UTI para adultos, são cerca de 30% dos públicos e mistos e 59% dos privados. Em geral estão localizados nas capitais, principalmente os públicos (64%). Encontra-se proporção mais alta de hospitais de maior complexidade no tipo de financiamento misto (80% para Norte/Nordeste e 64% no Sul/Sudeste) e no privado (68% no Sul/Sudeste e 57% no Centro-oeste). Hospitais de maior complexidade tendem a ter volume médio de partos e, nos de menor complexidade, predomina o volume baixo. Com maior fre- quência, estabelecimentos de maior complexidade realizam atividades de ensino, são referência para alto risco e dispõem de coordenações médicas e de enfermagem com especialização. Também são nesses hospitais que são encontrados com maior frequência os equipamentos de emergência materna e neonatal e medicamentos essenciais. Com exceção dos estabelecimentos privados, também são mais frequentes nos hospitais de maior complexidade banco de sangue ou unidade transfusional, laboratório de análises clínicas e ambulâncias para a mulher e para o recém-nascido. Tabela 5 Distribuição dos estabelecimentos de saúde por tipo de financiamento e nível de complexidade por localização geográfica e aspectos da estrutura. Brasil, 2010*.   UTI neonatal com seis ou mais leitos e UTI de adulto Público Misto Privado Não (%) Sim (%) Não (%) Sim (%) Não (%) Sim (%) Localização na capital 13,6 63,6 9,9 20,3 25,0 30,7 Volume de partos              Alto 14,7 39,6 10,2 22,1 4,8 12,0  Médio 50,5 54,6 41,3 69,7 23,8 66,0  Baixo 34,8 5,8 48,5 8,2 71,4 22,0  Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Realiza atividade de ensino 70,3 91,6 67,4 88,0 2,9 17,3 Referência para parto de alto risco 12,7 84,4 5,8 65,7 0,0 0,0 Coordenação médica e de enfermagem com especialização 5,4 45,5 5,1 38,5 4,8 12,0 Emergência materna              Todos os equipamentos 53,3 100,0 76,1 94,2 97,1 100,0 Emergência recém-nascido              Todos os equipamentos 61,8 90,9 87,3 92,3 87,5 88,7 Disponibilidade              Banco de sangue ou unidade transfusional 57,2 94,8 65,8 94,7 71,4 63,3  Laboratório de análises clínicas 89,0 98,7 83,6 86,5 73,1 96,0  Ambulância para mulher 96,3 100,0 87,8 88,9 61,9 59,3  Ambulância para o recém-nascido 70,8 58,4 48,8 56,9 34,3 4,0 Medicamentos              Todos os medicamentos 32,6 66,0 48,1 80,3 46,2 88,0 * Valores ponderados segundo plano amostral. Discussão Ao traçar um panorama de alguns aspectos da estrutura das maternidades do Brasil, este estudo busca conhecer potencialidades e deficiências do sistema de saúde na assistência ao parto e nascimento. No Brasil, nas últimas décadas, esse tema vem recebendo maior atenção de pesquisadores dada a persistência de níveis inaceitáveis dos indicadores maternos e perinatais do país, concomitantes às crescentes coberturas de acesso no atendimento hospitalar ao parto 4,10,22,23,24,25. Embora neste artigo não tenha sido considerada a qualidade do processo envolvido na assistência ao parto e nascimento das maternidades selecionadas, as evidências da associação entre oferta de profissionais e ambientes adequados no cuidado seguro à mulher e ao recém-nascido e a ocorrência de resultados favoráveis reafirmam a importância da avaliação de recursos de estrutura, mesmo de forma isolada 12,26. O delineamento amostral do estudo permitiu investigar mais profundamente as variações da estrutura dos estabelecimentos segundo o tipo de financiamento, e no interior de cada um destes grupos, segundo sua localização geográfica. Este estudo evidenciou que a maior rede de estabelecimentos de assistência ao parto e nascimento é conveniada ao SUS. Situação semelhante foi encontrada em pesquisa realizada no Rio de Janeiro 3,7, na Região Metropolitana de São Paulo 22 e em Santa Catarina 27. Embora a proporção de atendimentos aos usuários do SUS e à clientela de planos privados de saúde ou de pacientes particulares não tenha sido considerada nos estabelecimentos de tipo misto, os resultados confirmam que a maior rede do SUS, especialmente dos estabelecimentos públicos, localizada no Norte/Nordeste pode ser atribuída ao baixo contingente da população coberta por planos privados de saúde residente nestas áreas. Da mesma forma, a concentração da clientela coberta por planos privados de saúde ou particulares no Sul/Sudeste pode indicar padrão de convênios diferenciados entre as unidades mistas e privadas, assim como expressar a organização da oferta por contar, em algumas localidades, com menos estabelecimentos públicos, a necessidade de contratar serviços privados, ou ainda a necessidade dos estabelecimentos privados de complementar a sua receita com convênios com o SUS. A maior disponibilidade de estabelecimentos de saúde conveniados ao SUS fora das capitais dos estados era esperada, dada a dispersão da população que vive em um grande número de municípios, sobretudo no Norte/Nordeste. O padrão diferenciado da Região Centro-oeste, com excessiva concentração de maternidades nas capitais, é preocupante. Diferentemente das outras regiões, no Sul/Sudeste a quase totalidade dos hospitais mistos estava localizada fora das capitais, sugerindo que em cidades menores a disponibilidade deve ser diversificada às duas clientelas para não multiplicar serviços, o que seria pouco custo/efetivo; já os hospitais públicos estavam concentrados na capital, com distribuição semelhante para o setor privado. Os percentuais de hospitais privados localizados fora das capitais apresentaram pouca variação entre as regiões, o que é indicativo de uma rede organizada com uma lógica própria. Ao analisar os hospitais de acordo com a sua complexidade, ou seja, os com UTI neonatal com seis ou mais leitos e UTI de adultos, há outra evidência da diferença de organização dos três tipos de financiamento. A rede privada é mais bem equipada, e não há diferença de distribuição dos hospitais classificados segundo grau de complexidade entre capital, fora das capitais e regiões estudadas. Sendo de referência, em geral, a concentração dos hospitais públicos de maior complexidade na capital, com baixa participação nas regiões, sobretudo no Norte/Nordeste, aponta possíveis carências para a população que tem o acesso exclusivamente aos estabelecimentos de saúde do SUS, que podem estar ou não sendo cobertas pelos hospitais mistos, em que os de maior complexidade estão concentrados fora das capitais e com representação relevante no Norte/Nordeste do país. Apesar dos limites inerentes ao estudo, sobretudo aqueles relacionados à ausência de dados detalhados do número de leitos disponíveis para internação, o tamanho, perfil demográfico, social e necessidade de saúde da população em idade fértil e dos recém-nascidos 10, os resultados aqui apresentados sublinham desigualdade geográfica na oferta de serviços hospitalares do SUS, sendo ainda mais acentuada entre os hospitais de maior complexidade, e indicam vazios assistenciais que impõem deslocamento geográfico para a internação para o parto, em um contexto de baixo suporte à assistência à gestante; este fato pode aumentar a probabilidade de morte infantil, como foi mostrado por Almeida & Szwarcwald 28, além de apontar que a regionalização da assistência hospitalar ainda é um desafio. Os indicadores indiretos do grau de complexidade dos estabelecimentos da amostra, empregados neste estudo, foram o volume de procedimentos realizados, a existência de UTI neonatal com pelo menos seis leitos e/ou UTI de adulto, realização de atividade de ensino, coordenação dos serviços de obstetrícia e neonatologia, e especificamente para os públicos e mistos, ser referência para partos de alto risco. Em relação a essas características, os resultados reforçam que a rede hospitalar é heterogênea. Os hospitais públicos e mistos apresentaram uma maior oferta de estabelecimentos com médio e alto volumes de parto no ano de 2007 onde se concentram os hospitais de maior complexidade, o que está de acordo com a tendência de que com maior volume de partos se justificam gastos com a manutenção de equipamentos e de recursos humanos habilitados no uso de alta tecnologia médica para atender situações de emergência 23,29. No entanto, também há uma grande quantidade de estabelecimentos públicos e mistos que realizaram mais de mil partos em 2007 que não dispunham de UTI. Em contraste, na rede privada, embora sejam mais frequentes os hospitais com baixo volume de partos, os estabelecimentos com UTI são bem mais frequentes – o que pode ser indicativo da necessidade de cuidados intensivos aos recém-nascidos, associados com as altas taxas de cesariana neste setor ou às exigências da clientela. Muitos hospitais públicos e mistos realizam atividades de ensino, o que pode ser indicativo de uma equipe profissional mais experiente e, portanto, com maior possibilidade de impacto positivo na qualidade da assistência. Com o pressuposto de que coordenadores médicos e enfermeiros especialistas em serviços de obstetrícia e de neonatologia podem apresentar maior competência clínica para a tomada de decisão quanto à realização de um procedimento adequa- do 13,30, o artigo se limitou a descrever a existência de coordenador médico e de enfermagem e seu grau acadêmico. Ainda foi baixa a presença dos coordenadores médicos e de enfermagem nos serviços de obstetrícia e neonatologia, mormente com especialização, mesmo nos hospitais de maior complexidade. A situação mais dramática foi observada nas maternidades públicas localizadas no Norte/Nordeste. Para as outras regiões, os coordenadores eram quase duas vezes mais frequentes nos estabelecimentos públicos e mistos em comparação aos da rede privada. Outro aspecto avaliado cujo mecanismo permite ampliar o acesso aqueles que mais necessitam de cuidados foi a regulação da internação hospitalar para o parto pelo SUS, particularmente às gestantes e recém-nascidos de alto risco. Entre as maternidades públicas e mistas o serviço de referência formal para o parto via central de regulação foi encontrado prioritariamente nas de maior complexidade. Mas foi surpreendente um percentual importante dessas maternidades que não informaram ser referência para outras, expressando uma falta de organização da rede de atenção às gestantes e recém-nascidos de alto risco. Outro ponto a destacar é a existência de maternidades de baixa complexidade que se identificaram como de referência para o parto de alto risco. Desse total, 33% delas estavam localizadas no interior da região Nordeste. O panorama indica grandes inadequações da estrutura hospitalar que podem interferir na qualidade do processo de assistência ao parto e ao nascimento, com potencial para aumentar a ocorrência de desfechos desfavoráveis para as mulheres e os recém-nascidos 12. O estudo apontou que o conjunto de equipamentos mínimos necessários para atendimentos de emergência para a mulher foi declarado como disponíveis em todos os hospitais da rede privada, e nos estabelecimentos públicos e mistos esta situação se restringiu aos de maior complexidade. Já em relação aos equipamentos de emergência para o recém-nascido, parcela mais significativa de hospitais não apresentou o conjunto completo dos equipamentos relacionados. A conjuntura é preocupante, sobretudo nos públicos e mistos de menor complexidade localizados no Norte/Nordeste, fato que pode refletir ainda nos níveis de mortalidade neonatal. Em um contexto em que a hemorragia é uma das principais causas de morte materna no Brasil, é preocupante observar que 40% das maternidades de maior complexidade do setor privado não possuem banco de sangue ou unidades transfusionais, principalmente levando em conta suas altas taxas de intervenções cirúrgicas. A indisponibilidade desse insumo no hospital retarda o atendimento desses casos 13. Ainda que a disponibilidade de ambulância nas maternidades estudadas seja um pré-requisito para garantir o acesso oportuno às internações para o parto no nível adequado de assistência, a situação encontrada foi crítica principalmente no setor privado, sendo pior ainda para transferência de recém-nascidos em maternidades de menor complexidade, fato que pode contribuir para a ocorrência de mortes evitáveis no período neonatal, pois o motivo mais comum para a transferência do recém-nascidos é a necessidade de assistência de neonatal intensiva 4,13. No momento da entrevista, um percentual importante de maternidades declarou não ter disponível um ou mais dos medicamentos estudados. Entre eles destacaram aqueles para induzir maturação do pulmão do recém-nascido, para estancar hemorragia, ou para prevenir isoimunização pelo fator Rh negativo e, para prevenir a oftalmia gonocócica. O quadro é preocupante pois pode ter implicação direta na ocorrência de complicações como síndrome da angústia respiratória neonatal 31, óbito materno e infantil, síndrome de Sheehan 32, aborto e outras. Há uma grande proporção de estabelecimentos muito mal equipados e sem profissionais especializados, e os resultados apontam ainda que a disponibilidade de hospitais de maior complexidade é mais iníqua em comparação com os de menor complexidade. De todas as regiões, o Norte/Nordeste e em seguida a Centro-oeste apresentaram as maiores lacunas e problemas, sobretudo entre os estabelecimentos públicos e mistos. Já no Sul/Sudeste, esses grupos de hospitais estavam mais bem estruturados, atingindo proporções em vários dos critérios estudados próximas ou mesmo superiores ao patamar da rede privada. Os resultados são indicativos de que uma parcela importante de mãe e recém- nascidos foram expostos a riscos desnecessários e evitáveis. Se por um lado há incertezas quanto à confiabilidade dos dados de estrutura fornecidos pelo gestor das maternidades estudadas, visto que não houve a verificação direta dos itens presentes no instrumento de coleta de dados por parte dos supervisores de campo, por outro lado esta escolha garantiu a participação de todos os hospitais selecionados da amostra e o baixo porcentual de não resposta. Também é importante destacar que a disponibilidade de equipamentos e insumos não garante que as necessidades de saúde das mulheres que buscaram assistência nos estabelecimentos estudados foram atendidas. Mesmo considerando as limitações deste trabalho, os resultados trazem elementos para o debate sobre a qualidade dos serviços hospitalares. Apontam para a necessidade de dar continuidade à avaliação da estrutura dos hospitais e de desenvolver estudos analíticos, a fim de explorar a questão da variação do desempenho hospitalar, o que exigirá informações mais detalhadas sobre outros aspectos da estrutura dos hospitais, do perfil socioeconômico e da gravidade da clientela, bem como do processo de cuidado durante a assistência ao parto e nascimento, provenientes da aplicação de questionários junto à puérpera e de resgate de dados dos prontuários da pesquisa Nascer no Brasil. Finalmente, sugere-se que futuros trabalhos adotem como unidade de análise para o estudo da estrutura as redes de atenção perinatal regionalizadas, uma vez que a questão da complexidade, da regulação, da disponibilidade de bancos de sangue e serviços transfuncionais e outras deverão estar dimensionadas para as necessidades de saúde regionais e poderão contribuir com propostas de melhoria da qualidade, assim como indicar direções para a organização de redes regionais de atenção à saúde 14, na perspectiva de subsidiar a organização e o funcionamento do SUS. Agradecimentos Aos coordenadores regionais e estaduais, supervisores, entrevistadores e equipe técnica do trabalho, e às mães participantes que tornaram este estudo possível. As Maternidade Municipais Carmela Dutra e a de Xerém pela confiança em permitir que suas instalações servissem para testagem do questionário sobre estrutura das maternidades. As bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) Stella Lenz e Katherine Knust pelo apoio na organização das referências bibliográficas e elaboração das tabelas. Referências 1 Ministério da Saúde. Objetivos de desenvolvimento do milênio: relatório nacional de acompanhamento. Brasília, DF, 2010a. http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_na cional_acompanhamento_220910.pdf (acessado em Set/2013). Ministério da Saúde Objetivos de desenvolvimento do milênio: relatório nacional de acompanhamento Brasília, DF 2010a http://www.portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/relatorio_na cional_acompanhamento_220910.pdf Set 2013 2 Victora CG, Aquino EM, do Carmo Leal M, Monteiro CA, Barros FC, Szwarcwald CL. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. Lancet 2011; 377:1863-76. Victora CG Aquino EM do Carmo Leal M Monteiro CA Barros FC Szwarcwald CL. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges Lancet 2011 377 1863 1876 3 Leal MC, Gama SGN, Campos MR, Cavalini LT, Garbayo LS, Brasil CLP, et al. Fatores associados à morbi-mortalidade perinatal em uma amostra de maternidades públicas e privadas do Município do Rio de Janeiro, 1999-2001. Cad Saúde Pública 2004; 20 Suppl 1:S20-33. Leal MC Gama SGN Campos MR Cavalini LT Garbayo LS Brasil CLP et al. Fatores associados à morbi-mortalidade perinatal em uma amostra de maternidades públicas e privadas do Município do Rio de Janeiro, 1999-2001 Cad Saúde Pública 2004 20 Suppl 1 20 33 4 Schramm JMA, Szwarcwald CL, Esteves MAP. Assistência obstétrica e risco de internação na rede de hospitais do Estado do Rio de Janeiro. Rev Saúde Pública 2002; 36:590-7. Schramm JMA Szwarcwald CL Esteves MAP Assistência obstétrica e risco de internação na rede de hospitais do Estado do Rio de Janeiro Rev Saúde Pública 2002 36 590 597 5 Korst LM, Gregory KD, Lu MC, Reyes C, Hobel CJ, Chavez GF. 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How do hospital organizational structure and processes affect quality of care? A critical review of research methods Med Care Res Rev 2008 65 259 299 8 Stilwell J, Szczepura A, Mugford M. Factors affecting the outcome of maternity care. 1. Relationship between staffing and perinatal deaths at the hospital of birth. J Epidemiol Community Health 1988; 42: 57-69. Stilwell J Szczepura A Mugford M. Factors affecting the outcome of maternity care. 1. Relationship between staffing and perinatal deaths at the hospital of birth J Epidemiol Community Health 1988 42 57 69 9 Magluta C, Noronha MF, Gomes MAM, Aquino LA, Alves CA, Silva RS. Estrutura de maternidades do Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro: desafio à qualidade do cuidado à saúde. Rev Bras Saúde Matern Infant 2009; 9:319-29. Magluta C Noronha MF Gomes MAM Aquino LA Alves CA Silva RS. Estrutura de maternidades do Sistema Único de Saúde do Rio de Janeiro: desafio à qualidade do cuidado à saúde Rev Bras Saúde Matern Infant 2009 9 319 329 10 Leal MC, Viacava F. Maternidades do Brasil. Radis 2002; 2:8-26. Leal MC Viacava F. Maternidades do Brasil Radis 2002 2 8 26 11 Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo. Avaliação dos serviços de assistência ao parto e ao neonato no Estado de São Paulo, 1997-1998. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo; 2000. Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Avaliação dos serviços de assistência ao parto e ao neonato no Estado de São Paulo, 1997-1998 São Paulo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo 2000 12 Costa JO, Xavier CC, Proietti FA, Delgado MS. Avaliação dos recursos hospitalares para assistência perinatal em Belo Horizonte, Minas Gerais. Rev Saúde Pública 2004; 38:701-8. Costa JO Xavier CC Proietti FA Delgado MS. Avaliação dos recursos hospitalares para assistência perinatal em Belo Horizonte, Minas Gerais Rev Saúde Pública 2004 38 701 708 13 Rosa MLG, Hortale VA. Óbitos perinatais evitáveis e estrutura de atendimento obstétrico na rede pública: estudo de caso de um município da região metropolitana do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública 2000; 16:773-83. Rosa MLG Hortale VA. Óbitos perinatais evitáveis e estrutura de atendimento obstétrico na rede pública: estudo de caso de um município da região metropolitana do Rio de Janeiro Cad Saúde Pública 2000 16 773 783 14 do Carmo Leal M, da Silva AA, Dias MA, da Gama SG, Rattner D, Moreira ME, et al. Birth in Brazil: national survey into labour and birth. Reprod Health 2012; 9:15. do Carmo Leal M Silva AA Dias MA Gama SG Rattner D Moreira ME et al. Birth in Brazil: national survey into labour and birth Reprod Health 2012 9 15 15 Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 36, de 3 de junho de 2008. Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Diário Oficial da União 2008; 4 jun. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC no 36, de 3 de junho de 2008. Dispõe sobre Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal Diário Oficial da União 2008 4 jun 16 Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC no 50, de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Diário Oficial da União 2002; 20 mar. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC no 50, de 21 de fevereiro de 2002. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Diário Oficial da União 2002 20 mar 17 Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 1.091 de 25 de agosto de 1999. Cria a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal, no âmbito do SUS, para o atendimento ao recém-nascido de médio risco. Diário Oficial da União 1999; 26 ago. Ministério da Saúde Portaria GM/MS no 1.091 de 25 de agosto de 1999. Cria a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal, no âmbito do SUS, para o atendimento ao recém-nascido de médio risco Diário Oficial da União 1999 26 ago 18 Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 3.432, de 12 de agosto de 1998. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI. Diário Oficial da União 1998; 13 ago. Ministério da Saúde Portaria GM/MS no 3.432, de 12 de agosto de 1998. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI Diário Oficial da União 1998 13 ago 19 Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 2.048, de 05 de novembro de 2002. Regulamento técnico dos sistemas estaduais de urgência e emergência. Diário Oficial da União 2002; 5 nov. Ministério da Saúde Portaria GM/MS no 2.048, de 05 de novembro de 2002. Regulamento técnico dos sistemas estaduais de urgência e emergência Diário Oficial da União 2002 5 nov 20 Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 1.071, de 4 de julho de 2005. Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico. Diário Oficial da União 2005; 8 jul. Ministério da Saúde Portaria GM/MS no 1.071, de 4 de julho de 2005. Política Nacional de Atenção ao Paciente Crítico Diário Oficial da União 2005 8 jul 21 Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 2.418, de 6 de dezembro de 2005. Garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial da União 2005; 2 dez. Ministério da Saúde Portaria GM/MS no 2.418, de 6 de dezembro de 2005. Garante às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS Diário Oficial da União 2005 2 dez 22 Silva ZPD, Almeida MF, Ortiz LP, Alencar GP, Alencar AA, Schoesp, et al. Morte neonatal precoce segundo complexidade hospitalar e rede SUS e não-SUS na Região Metropolitana de São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública 2010; 26:123-34. Silva ZPD Almeida MF Ortiz LP Alencar GP Alencar AA Schoesp et al. Morte neonatal precoce segundo complexidade hospitalar e rede SUS e não-SUS na Região Metropolitana de São Paulo, Brasil Cad Saúde Pública 2010 26 123 134 23 Novaes MHD. Mortalidade neonatal e avaliação da qualidade de atenção ao parto e ao recém-nascido no Município de São Paulo. São Paulo, 1999 [Tese de Livre-Docência]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. Novaes MHD Mortalidade neonatal e avaliação da qualidade de atenção ao parto e ao recém-nascido no Município de São Paulo. São Paulo 1999 Tese de Livre-Docência São Paulo Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo 24 Almeida MFD, Novaes HMD, Alencar GP, Rodrigues LC. Mortalidade neonatal no Município de São Paulo: influência do peso ao nascer e de fatores sócio-demográficos e assistenciais. Rev Bras Epidemiol 2002; 5:93-107. Almeida MFD Novaes HMD Alencar GP Rodrigues LC. Mortalidade neonatal no Município de São Paulo: influência do peso ao nascer e de fatores sócio-demográficos e assistenciais Rev Bras Epidemiol 2002 5 93 107 25 Barros AJD, Matijasevich A, Santos IS, Albernaz EP, Victora CG. Neonatal mortality: description and effect of hospital of birth after risk adjustment. Rev Saúde Pública 2008; 42:1-9. Barros AJD Matijasevich A Santos IS Albernaz EP Victora CG. Neonatal mortality: description and effect of hospital of birth after risk adjustment Rev Saúde Pública 2008 42 1 9 26 Machado JP, Martins ACM, Martins MS. Avaliação da qualidade do cuidado hospitalar no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública 2013; 29:1063-82. Machado JP Martins ACM Martins MS. Avaliação da qualidade do cuidado hospitalar no Brasil: uma revisão sistemática Cad Saúde Pública 2013 29 1063 1082 27 Neumann NA, Tanaka OY, Victora CG, Cesar JA. Qualidade e equidade de atenção ao pré-natal e ao parto em Criciúma, Santa Catarina, Sul do Brasil. Rev Bras Epidemiol 2003; 6:307-18. Neumann NA Tanaka OY Victora CG Cesar JA. Qualidade e equidade de atenção ao pré-natal e ao parto em Criciúma, Santa Catarina, Sul do Brasil Rev Bras Epidemiol 2003 6 307 318 28 Almeida WS, Szwarcwald CL. Mortalidade infantil e acesso geográfico ao parto dos municípios brasileiros. Rev Saúde Pública 2012; 46:68-76. Almeida WS Szwarcwald CL. Mortalidade infantil e acesso geográfico ao parto dos municípios brasileiros Rev Saúde Pública 2012 46 68 76 29 Mayfield JA, Rosenblatt RA, Baldwin LM, Chu J, Logerfo JP. The relation of obstetrical volume and nursery level to perinatal mortality. Am J Public Health 1990; 80:819-23. Mayfield JA Rosenblatt RA Baldwin LM Chu J Logerfo JP. The relation of obstetrical volume and nursery level to perinatal mortality Am J Public Health 1990 80 819 823 30 Rosa MLG, Hortale VA. Óbitos perinatais evitáveis e ambiente externo ao sistema de assistência: estudo de caso em município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Cad Saúde Pública 2002; 18:623-31. Rosa MLG Hortale VA. Óbitos perinatais evitáveis e ambiente externo ao sistema de assistência: estudo de caso em município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro Cad Saúde Pública 2002 18 623 631 31 Barría-Pailaquilén RM1, Mendoza-Maldonado Y, Urrutia-Toro Y, Castro-Mora C, Santander-Manríquez G. Trends in infant mortality rate and mortality for neonates born at less than 32 weeks and with very low birth weight. Rev Latinoam Enferm 2011; 19:977-84. Barría-Pailaquilén RM1 Mendoza-Maldonado Y Urrutia-Toro Y Castro-Mora C Santander-Manríquez G. Trends in infant mortality rate and mortality for neonates born at less than 32 weeks and with very low birth weight Rev Latinoam Enferm 2011 19 977 984 32 Ruano R, Yoshizaki CT, Martinelli S, Pereira PP. Intercorrências clínico-cirúrgicas. In:Zugaib M, organizador. ZUGAIB obstetrícia. Barueri: Editora Manole; 2008. p. 851-82. Ruano R Yoshizaki CT Martinelli S Pereira PP. Intercorrências clínico-cirúrgicas Zugaib M ZUGAIB obstetrícia Barueri Editora Manole 2008 851 882 Financiamento Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Departamento de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde; Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz (Projeto INOVA) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). ARTICLE Structure in Brazilian maternity hospitals: key characteristics for quality of obstetric and neonatal care Bittencourt Sonia Duarte de Azevedo 1 Reis Lenice Gnocchi da Costa 1 Ramos Márcia Melo 2 Rattner Daphne 3 Rodrigues Patrícia Lima 1 Neves Dilma Costa Oliveira 4 Arantes Sandra Lúcia 5 Leal Maria do Carmo 1 1 Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro Brasil Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil. 2 Subsecretaria de Vigilância Secretaria Municipal de Saúde Rio de Janeiro Brasil Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, Secretaria Municipal de Saúde, Rio de Janeiro, Brasil. 3 Faculdade de Ciências da Saúde Universidade de Brasília Brasília Brasil Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil. 4 Centro Universitário do Estado do Pará Belém Brasil Centro Universitário do Estado do Pará, Belém, Brasil. 5 Centro de Ciências Biológicas Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo Grande Brasil Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande , Brasil. This study aimed to evaluate key characteristics of structure in a sample of maternity hospitals in Brazil. Structure was evaluated according to Ministry of Health criteria and included: geographic location, obstetric volume, presence of ICU, teaching activities, staff qualifications, and availability of equipment and medicines. The results showed differences in staff qualifications and availability of equipment in obstetric and neonatal care according to type of financing, region of the country, and degree of complexity. The North/Northeast and Central-West regions presented the most serious problems with structure. The public and mixed hospitals were better structured in the South/Southeast, reaching satisfactory levels on various items, similar or superior to the private hospitals. The current study contributes to the debate on quality of structure in Brazil’s hospital services and emphasizes the need to develop analytical studies considering process and results of obstetric and neonatal care. Maternity Hospitals Structure of Services Quality of Health Care Correspondence S. A. Bittencourt Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. Rua Leopoldo Bulhões 1480, Rio de Janeiro, RJ 21041-210, Brasil. sonia@ensp.fiocruz.br Contributors S. D. A. Bittencourt participated in the study project’s national coordination and collaborated in the data analysis and writing of the article. L. G. C. Reis collaborated in the elaboration of the questionnaire, data analysis, and writing of the article. M. M. Melo and P. L. Rodrigues collaborated in the elaboration of the questionnaire and writing of the article. D. Rattner, D. O. Neves and S. L. Arantes were State coordinators of the study and collaborated in the data analysis and writing of the article. M. C. Leal was the national study coordinator and collaborated in the data analysis and writing of the article. Introduction Recent decades have witnessed important strides in women’s healthcare as a result of collective efforts, with the important participation of social movements. The inclusion of maternal death as a serious human rights violation definitely helped to include the reduction in maternal mortality as one of the Millennium Development Goals1. During this period, maternal mortality decreased significantly in Brazil, although the targeted reduction of 75% by 2015 (compared to the rate in 1990) will not be reached 2. Infant mortality has also decreased significantly, especially due to the post-neonatal component 2. Most of these maternal and neonatal deaths are known to be avoidable 3 and occur (mainly) in hospitals 4. The quality of obstetric services thus plays an important role in improving maternal and child health. However, quality assessment of obstetric services is not simple, since two patients are involved, sometimes with conflicting needs, and this balance requires complex and careful calculation 5. To measure quality of healthcare, Donabedian 6 proposed a theoretical framework based on structure, process, and outcomes, a triad that has been widely used in health services research 7. Structure refers to the relatively stable characteristics of services, including the availability of human and financial resources, equipment, and inputs, in addition to their organizational format. Structure alone does not determine quality of care, but its deficiencies can interfere in the results, as studies have shown for some time. Stilwell et al. 8 analyzed maternity hospitals in a region of England and demonstrated a relationship between number of pediatricians and perinatal mortality rate. Studies in Brazilian maternity hospitals showed deficiencies in the availability of equipment, surgical instruments, staff training, and presence of intensive care units (ICU) 9,10,11,12,13, thereby revealing gaps and potentialities in the health system for providing care during labor and delivery with appropriate case resolution. This study intends to provide a broad overview of structure issues in the sample of healthcare facilities participating in the survey Birth in Brazil 14. Method Birth in Brazil was a nationwide hospital-based cohort study on labor and birth 14, the aim of which was to evaluate labor and childbirth conditions in Brazil from February 2011 to October 2012. The study included healthcare facilities that had assisted more than 500 births in the year 2007 according to the Brazilian Information Systems on Live Births (SINASC). The sample was stratified according to Brazil’s five major geographic regions, location (State capital versus non-State capital), and type of facility according to funding of the deliveries (private, public, or mixed). Mixed facilities were defined as those listed as private in the National Registry of Healthcare Establishments, but which also had beds outsourced by the public sector. Together with the public facilities, these mixed facilities had the Brazilian Unified National Health System (SUS) as their funding source. Six strata were generated for each of the five regions: location in State capitals (private/mixed/public) and outside State capitals (private/mixed/public). The final sample consisted of 30 strata. For each stratum, a two-stage probabilistic sample was selected. The healthcare establishments were selected in the first stage and the postpartum women and their infants in the second. Sampling weights were based on the inverse probability of inclusion in the sample. To ensure that the total estimates were equal to the number of hospitals in the sample, in 2011 a calibration process was used in each stratum. The results shown are estimates for the study’s total universe of hospitals (1,402), based on the sample of 266 hospitals visited. To meet the study’s objectives, in addition to the questionnaires applied to the 23,940 selected postpartum women, a questionnaire on hospital structure was completed by the field supervisors during interviews with sampled healthcare facility administrators. The data collection instrument was developed according to the prevailing Brazilian legislation: RDC/Anvisa n. 36 June 3, 2008 15; RDC/Anvisa n. 50 of February 21, 2002 16; Ruling GM/MS n. 1,091 of August 25, 1999 17; Ruling GM/MS n. 3,432 of August 12, 1998 18; Ruling GM/MS n. 2,048 of November 5, 2002 19; Ruling n. 1,071 of July 4, 2005 20; and Ruling GM/MS n. 2,418 of December 2, 2005 21. Hospitals were classified as follow: according to obstetric volume or number of deliveries per year 22, categorized as low (≤ 999 deliveries), medium (1,000 to 2,999), and high (≥ 3,000); existence of an adult and/or neonatal intensive care unit (ICU); provision of teaching activities; and whether the facility was a referral hospital for high-risk pregnancy, via a referral call center. Questions on human resources verified whether there were head physicians and nurses with specialized training in obstetrics and neonatology. According to the structure required by Brazilian legislation, the study verified the existence of emergency equipment for treating the mother (mechanical respirator/ventilator, manual resuscitator, laryngoscope, and endotracheal tube) and newborns (laryngoscope and neonatal endotracheal tube, valve-less neonatal suction catheters, meconium aspirator, aspirator with manometer and oxygen, gastric aspiration tube, and material for ventilation). The questionnaire also checked the existence of a blood bank or transfusion service, clinical pathology laboratory, and the availability of an ambulance for mothers and newborns. The questionnaire also asked about the availability of the following drugs in the hospital: anti-hypertensive drugs, anxiolytics/hypnotics, steroids, oxytocin, uterine contraction inhibitors, coagulants/hemostatic drugs for the woman and newborn, and specifically magnesium sulfate (anticonvulsant), surfactant (to induce neonatal pulmonary maturation), solution or ointment for the prevention of neonatal conjunctivitis, and anti-D immunoglobulin for Rh-negative women. The analysis included distribution of the relative frequency of the target variables according to type of financing (public, mixed, and private). Within each of these three strata, hospitals were grouped by similarity into three macro-regions: North/Northeast; South/Southeast, and Central. Finally, structure data were observed according to two groups of hospitals, those with higher complexity, defined as having a neonatal ICU with six or more beds, plus ICU beds for adults, while the rest were defined as having lower complexity. The research project was approved by the Institutional Review Board of the National School of Public Health/Fiocruz (review n. 92/10). There was no conflict of interest with the research methods or any financial conflict of interest for the researchers. Results Of all the healthcare establishments studied, 36.1% were public, 45.7% mixed, and the rest private (18.2%). When analyzing the three macro-regions, in the North/Northeast slightly more than half of the hospitals were public, compared to 43% in the Central and 23.5% in the South/Southeast. Mixed hospitals accounted for 24.6% in the North/Northeast, 34% in the Central, and 60.9% in the South/Southeast. Private hospitals varied from 15.5% in the South/Southeast (the lowest proportion) to 23% in the Central, the highest. According to Table 1, nearly 30% of the public and private maternity hospitals were located in State capitals, as compared to 13.4% of mixed hospitals. The pattern changed in the Central, with most public and mixed hospitals in the State capitals (63% and 68%, respectively), suggesting coverage problems outside the capital cities in this region. Table 1 Proportion of maternity hospitals according to type of financing and major geographic region, location in State capital, and key infrastructure characteristics. Brazil, 2010 *.   Public (%) Mixed (%) Private (%) Brazil (%)   N/NE S/SE C N/NE S/SE C N/NE S/SE C Public Mixed Private Located in State capital 16.9 38.7 62.8 18.4 8.1 67.6 32.4 23.0 39.1 28.8 13.4 28.3 Obstetric volume                         CHigh 15.1 36.0 7.1 28.0 10.0 17.6 3.7 14.8 0.0 22.3 13.9 8.7  Medium 46.4 53.8 76.2 52.8 51.8 26.5 49.1 50.8 39.1 51.7 50.6 48.8  Low 38.5 10.2 16.7 19.2 38.3 55.9 47.2 34.4 60.9 26.0 35.5 42.5 ICU 32.9 69.2 48.8 55.6 67.2 42.4 76.1 97.6 69.6 47.7 63.7 86.2 Type of ICU                          Adult ICU 29.7 3.9 23.8 57.1 38.0 14.3 0.0 15.8 0.0 15.4 40.4 8.7  Neonatal ICU 29.7 15.6 0 2.9 3.1 7.1 9.6 14.2 31.3 19.6 3.2 13.7  Adult and neonatal ICU 40.7 80.5 76.2 40.0 59.0 78.6 90.4 70.0 68.8 65.0 56.4 77.6 Teaching hospital 69.4 82.8 100.0 52.4 79.2 85.3 0.0 21.1 13.0 76.9 74.1 11.4 High-risk referral hospital 20.1 56.1 32.6 7.1 30.1 20.6 0.0 0.0 0.0 34.5 25.2 0.0 C: Central; N: North; NE: Northeast; S: South; SE: Southeast; ICU: intensive care unit. * Values weighted according to sampling plan. The study also analyzed the obstetric volume or number of deliveries per maternity hospital. For the country as a whole, most hospitals performed a medium volume (from 1,000 to 2,999 deliveries per year). The exception was the Central region, where most facilities performed fewer deliveries, both in mixed (56%) and private hospitals (61%). Table 1 also shows that hospitals with ICU beds were more common in the South/Southeast (69% of public, 67% of mixed, and 98% of private maternity hospitals) and were also more common in private hospitals (86%). The most common situation was to have both neonatal and adult ICU beds. Teaching was conducted mostly in public (77%) and mixed hospitals (74%), and was especially common in hospitals in the Central (100% of public and 85% of mixed hospitals). A specific question for public and mixed hospitals was whether they were referral facilities for high-risk pregnancy and were connected to a call center for high-risk beds. Public hospitals showed the highest proportion of high-risk referral facilities (35%), compared to 25% in mixed hospitals. In the South/Southeast, 56% of public hospitals and 30% of mixed hospitals received high-risk referrals. Technical responsibility for care in the various specialties should generally fall to individuals with the appropriate leadership and training in order to keep the services up-to-date in terms of knowledge, technology, and other quality-of-care issues. Specialization should ensure that staff will manage these issues properly. As shown in Table 2, all three types of financing showed a lower proportion of head physicians and nurses with specialized training in obstetrics in the North/Northeast. More head physicians had received specialized training in obstetrics when compared to head nurses. The difference was even greater in neonatology, ranging from 32% of head pediatricians in public maternity hospitals in the North/Northeast and in mixed maternity hospitals in the Central to 100% of private hospitals in the North/Northeast. As for head nurses with specialized training in neonatology, the proportion ranged from 35% in public maternity hospitals in the North/Northeast to 82% in mixed facilities in the Central. The proportion of maternity hospitals where all four coordinators had specialized training (both head physicians and nurses in both obstetrics and neonatology) was higher in the South/Southeast and in public hospitals and was especially low in the North/Northeast, possibly due to the lack of such specialists in that macro-region. Table 2 Proportion of maternity hospitals according to type of financing, major geographic region, and head physicians and nurses with specialized training. Brazil, 2010 *. Service Public (%) Mixed (%) Private (%) Brazil (%) N/NE S/SE C N/NE S/SE C N/NE S/SE C Public Mixed Private Obstetrics                          Physician                           Médico                            Coordinator 50.4 95.7 93.0 73.6 91.9 54.6 69.4 73.8 73.9 70.6 86.3 71.8    With specialized training 85.7 100.0 100.0 82.6 100.0 88.9 100.0 100.0 100.0 94.4 96.7 100.0   Nurse                            Coordinator 63.3 71.5 83.7 74.6 92.1 100.0 61.1 63.4 73.9 68.0 89.1 63.4    With specialized training 55.7 67.7 36.1 45.7 51.7 23.5 90.9 47.4 23.5 58.0 49.0 62.7 Neonatology                           Physician                            Coordinator 31.5 72.0 76.2 54.0 64.0 32.4 100.0 80.5 82.6 50.2 60.3 89.0    With specialized training 85.2 100.0 93.8 64.7 91.2 100.0 52.3 100.0 100.0 94.1 86.8 77.0   Nurse                            Coordinator 34.9 72.0 69.0 52.0 50.7 81.8 64.2 68.0 73.9 51.4 52.6 66.9    With specialized training 47.4 79.1 55.2 32.3 43.0 18.5 61.4 75.9 54.1 64.4 39.2 71.8 All coordinators with specialized training 9.4 29.2 18.6 7.2 18.7 8.8 4.5 11.4 12.5 17.4 15.9 8.7 C: Central; N: North; NE: Northeast; S: South; SE: Southeast; ICU: intensive care unit. * Values weighted according to sampling plan. Table 3 shows the availability of essential and strategic equipment for maternal and neonatal survival in emergencies. For maternal emergencies, the availability was greater in private (99%) and mixed (89%) and lower in public hospitals (71%), with a greater need in the North/Northeast, where only 56% of public hospitals had such equipment. For neonatal emergencies as well, the availability was higher in private hospitals (88%), compared to 82% in mixed and 68% in public hospitals. Again, the gaps were greater in hospitals in the North/Northeast: only 45% of public hospitals and 64% of mixed hospitals had all the necessary equipment. The availability of a blood bank or transfusion service varied from 48% in mixed hospitals in the North/Northeast to 84% in mixed hospitals in the South/Southeast; overall, it was 75% in mixed, 69% in public, and 67% in private hospitals. Clinical pathology laboratories existed in 70% of mixed hospitals in the North/Northeast and 100% of public hospitals in the Central; the overall figures were 92% in public, 87% in private, and 85% in mixed hospitals. The availability of an ambulance for the woman varied from 50% in private hospitals in the North/Northeast to 100% in various regions and types of financing; overall, it was 97% in public, 88% in mixed, and 61% in private hospitals. Ambulance availability for the newborn varied from zero in private hospitals in the Central to 100% in public hospitals in the Central; overall, it was 67% in public, 51% in mixed, and 17% in private hospitals. Table 3 Proportion of maternity hospitals according to type of financing, major geographic region, availability of emergency equipment, blood bank, clinical pathology laboratory, and ambulances. Brazil, 2010 *. Emergency equipment Public (%) Mixed (%) Private (%) Brazil (%) N/NE S/SE C N/NE S/SE C N/NE S/SE C Public Mixed Private Obstetric                          Mechanical respirator/Ventilator 62.9 91.4 74.4 69.0 95.0 97.1 97.2 100.0 100.0 74.4 90.0 98.8  Laryngoscope and endotracheal tube 85.6 100.0 100.0 89.6 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 92.1 98.0 100.0  Manual resuscitator 94.2 100.0 100.0 98.4 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 96.8 99.7 100.0  All equipment 56.3 91.4 74.4 64.3 95.0 97.1 97.2 100.0 100.0 70.6 89.1 98.8 Neonatal                          Laryngoscope and endotracheal tube 83.8 100.0 100.0 85.7 100.0 100.0 100.0 95.9 100.0 91.1 97.2 98.0  Valve-less neonatal suction catheters 73.2 99.5 100.0 86.5 97.2 100.0 100.0 95.9 100.0 85.3 95.2 98.0  Meconium aspirator and aspirator with manometer and O2 55.0 94.1 100.0 86.5 90.6 73.5 100.0 76.2 95.7 73.2 88.9 88.2  Material for ventilation manual resuscitator) 88.5 100.0 100.0 92.1 100.0 100.0 100.0 95.9 100.0 93.8 98.4 98.0  All equipment 44.8 93.5 100.0 64.3 87.7 73.5 100.0 75.6 95.7 67.7 82.1 87.8 Blood bank or transfusion service 62.2 77.0 74.4 47.6 83.6 58.8 56.5 74.6 75.0 68.8 75.2 66.9 Clinical pathology laboratory 91.7 89.8 100.0 69.6 87.6 97.1 79.8 91.1 95.7 91.9 84.6 86.6 Ambulance for mothers 95.3 100.0 100.0 77.0 90.9 88.2 49.5 62.6 100.0 97.4 88.1 60.6 Ambulance for newborns 64.7 63.1 100.0 60.3 46.4 87.9 28.7 8.9 0.0 67.1 51.3 16.5 C: Central; N: North; NE: Northeast; S: South; SE: Southeast. * Values weighted according to sampling plan. Regarding essential medicines, as shown in Table 4, the situation was the opposite, with lower proportions in the private sector, except for surfactant and coagulant/hemostatic drugs for the woman. Still, concerning the availability of all drugs listed as essential, there was a reversal, with the following rates: private (71%), mixed (59%), and public (43%). Again, the largest gaps appeared in the North/Northeast, where only 37% of public and 35% of mixed hospitals had the complete list. Table 4 Proportion of maternity hospitals according to type of financing, major geographic region, and availability of medicines. Brazil, 2010 *.   Public (%) Mixed (%) Private (%) Brazil (%)   N/NE S/SE C N/NE S/SE C N/NE S/SE C Public Mixed Private Medicines                          Anti-hypertensives 100.0 99.5 100.0 100.0 100.0 100.0 92.7 89.4 100.0 99.8 100.0 92.1  Anxiolytics/Hypnotics 97.1 94.7 88.4 92.9 95.8 100.0 92.7 87.7 100.0 95.7 95.5 90.9  Steroids 97.1 100.0 100.0 93.6 100.0 100.0 97.2 89.4 100.0 98.4 98.8 94.1  Oxytocin 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 90.7 89.4 100.0 100.0 100.0 90.9  Uterine contractility inhibitors 100.0 97.3 100.0 98.4 97.7 100.0 97.2 89.4 100.0 99.0 98.0 94.1  Magnesium sulfate 100.0 98.4 95.3 100.0 97.7 100.0 97.2 89.4 100.0 99.0 98.3 94.1  Surfactant 58.6 88.2 83.3 39.2 73.7 64.7 97.2 87.0 87.0 71.6 66.6 91.3  Coagulants/Hemostatic drugs for woman 87.5 70.4 76.2 92.9 89.2 100.0 97.2 85.2 95.7 80.3 90.5 91.3  Coagulants/Hemostatic drugs for newborn 98.6 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 97.2 89.4 100.0 99.2 100.0 94.1  Solution for prevention of neonatal conjunctivitis 87.8 81.7 88.4 96.0 93.3 100.0 97.2 84.6 100.0 85.8 94.2 91.7  Anti-D immunoglobulin 74.8 95.7 88.4 96.0 93.3 100.0 97.2 84.6 100.0 83.6 93.6 79.5 All medicines 37.3 48.1 53.5 34.9 64.2 64.7 66.1 71.8 83.3 42.6 58.6 70.6 C: Central; N: North; NE: Northeast; S: South; SE: Southeast. * Values weighted according to sampling plan. Table 5 shows that hospitals with higher complexity, defined here as having six or more neonatal ICU beds plus adult ICU beds, comprised 30% of the public and mixed and 59% of the private hospitals. They were generally located in State capitals, especially in the case of public maternity hospitals (64%). There were proportionally more hospitals with higher complexity in the mixed financing category (80% in the North/Northeast and 64% in the South/Southeast) and in the private category (68% in the South/Southeast and 57% in the Central). Hospitals with higher complexity tended to have a medium obstetric volume, while those with lower complexity mostly performed fewer deliveries. Higher-complexity hospitals frequently included teaching activities, served as high-risk referral, and had head physicians and nurses with specialized training. These were also the hospitals that tended to have essential maternal and neonatal emergency equipment. Except for the private hospitals, the higher-complexity facilities were also more likely to have blood banks or transfusion services, clinical pathology laboratories, and ambulances for mothers and newborns. Table 5 Proportion of maternity hospitals according to type of financing, level of complexity, location in State capital, and structure. Brazil, 2010 *.   Neonatal ICU with six or more beds and adult ICU (%) Public Mixed Private No Yes No Yes No Yes Location in State capital 13.6 63.6 9.9 20.3 25.0 30.7 Obstetric volume              High 14.7 39.6 10.2 22.1 4.8 12.0  Medium 50.5 54.6 41.3 69.7 23.8 66.0  Low 34.8 5.8 48.5 8.2 71.4 22.0  Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 Teaching hospital 70.3 91.6 67.4 88.0 2.9 17.3 High-risk referral hospital 12.7 84.4 5.8 65.7 0.0 0.0 Head physician and head nurse with specialized training 5.4 45.5 5.1 38.5 4.8 12.0 Obstetric emergencies              All equipment 53.3 100.0 76.1 94.2 97.1 100.0 Neonatal emergencies              All equipment 61.8 90.9 87.3 92.3 87.5 88.7 Availability              Blood bank or transfusion service 57.2 94.8 65.8 94.7 71.4 63.3  Clinical pathology laboratory 89.0 98.7 83.6 86.5 73.1 96.0  Ambulance for mothers 96.3 100.0 87.8 88.9 61.9 59.3  Ambulance for newborns 70.8 58.4 48.8 56.9 34.3 4.0 Medicines              All medicines 32.6 66.0 48.1 80.3 46.2 88.0 * Values weighted according to sampling plan. Discussion By producing an overview of key structure issues in Brazilian maternity hospitals, this study aimed to identify the potentialities and deficiencies of the country’s health system in obstetric and neonatal care. This subject has drawn increasing attention from Brazilian researchers, given the country’s persistently and unacceptably high maternal and perinatal mortality rates, despite the increasing coverage of in-hospital deliveries 4,10,22,23,24,25. Although this article did not consider the quality of obstetric and neonatal care in the selected maternity hospitals, evidence of the association between professional staff supply and adequate setting for providing safe care for women and newborns and the occurrence of favorable outcomes reaffirm the importance of singly evaluating structure 12,26. The study’s sampling design allowed a more in-depth investigation of variations in the structure of maternity facilities according to type of financing and geographic location. The study showed that the largest network of obstetric and neonatal care is outsourced by the SUS, corroborating similar studies in Rio de Janeiro 3,7, Greater Metropolitan São Paulo 22, and Santa Catarina State 27. For maternity hospitals with mixed financing, the study did not determine the proportions of users of the SUS versus clientele of private health plans or out-of-pocket users. However the results confirmed that the proportionally larger network of public maternity hospitals of SUS in the North/Northeast is due to the low population contingent covered by private health plans in that macro-region. Meanwhile, the concentration of the clientele covered by private health plans or paying out of pocket in the South/Southeast may indicate different patterns of health plans between the mixed and private maternity hospitals, besides expressing the organization of the supply in some locations with fewer public facilities, the need to hire private services, and the need for private facilities to complement their revenue through service provision agreements with the SUS. The greater availability of healthcare facilities outsourced by the SUS outside the State capitals was expected, given the population’s dispersal in large numbers of small cities and towns, especially in the North/Northeast. The different pattern in the Central region of Brazil is worrisome, with an over-concentration of maternity hospitals in the State capitals. Unlike other regions, in the South/Southeast nearly all of the maternity hospitals with mixed financing were located outside the State capitals, suggesting that in smaller cities the availability must be diversified for the two clienteles to avoid multiplying services, which would be cost-ineffective; meanwhile, the public hospitals were concentrated in the State capitals, with a similar distribution to that of the private sector. The percentages of private hospitals located outside the State capitals varied little between regions, suggesting a private network organized according to its own logic. The analysis of maternity hospitals according to complexity (whether they had a neonatal ICU with six or more beds and an adult ICU) showed evidence of a difference in organization according to the three types of financing. The private network was better equipped, and there was no difference in the distribution of hospitals classified according to complexity between the State capitals, countryside, or region of the country. Most of the higher complexity public hospitals were located in the State capitals, with fewer in the countryside in the regions, especially in the North/Northeast. This suggests possible gaps for the population who have exclusive access to healthcare facilities through the SUS, and who may or may not be covered by mixed hospitals, of which the ones with higher complexity are concentrated in the countryside and with an important share in the North/Northeast of the country. Despite the study’s inherent limitations, especially the lack of detailed data on the number of available beds for admissions and the size, demographic and social profile, and health needs of the childbearing-age and newborn population 10, the results presented here emphasize the geographic inequality in the supply of hospital services in the SUS, especially hospitals with higher complexity. The findings also show healthcare gaps that can force patients to travel long distances for hospitalization to give birth in a context of limited support for pregnant women, thereby increasing the risk of infant death, as shown by Almeida & Szwarcwald 28, in addition to confirming that the regionalization of hospital care is still a challenge for Brazil. The indirect indicators of the degree of complexity in the study sample’s maternity hospitals were the number of procedures performed, the existence of a neonatal ICU with at least six beds and/or an adult ICU, teaching activities, head physicians and nurses with specialized training in obstetrics and neonatology, and specifically for the public and mixed hospitals, being a referral hospital for high-risk pregnancies. In relation to these characteristics, the results reconfirm the hospital network’s heterogeneity. Public and mixed hospitals showed a greater supply of facilities with medium and high obstetric volume in the year 2007, where the higher-complexity hospitals were concentrated, which agrees with the tendency whereby a higher number of deliveries justifies expenditures on maintenance of equipment and staff that are trained in the use of sophisticated medical technology for managing emergency situations 23,29. However, there were numerous public and mixed hospitals that performed more than a thousand deliveries in 2007 and that did not have an ICU. Meanwhile, in the private network, although there were more hospitals that performed fewer deliveries, facilities with an ICU were more common – which could be indicative of the need for intensive care for the newborns, associated with either high cesarean rates in this sector or the clientele’s demands. Many public and mixed hospitals conducted teaching activities, which could be indicative of more experienced staff and thus greater possibility for a positive impact on quality of care. With the assumption that head physicians and nurses with specialized training in obstetrics and neonatology could show greater clinical competence for decision-making to perform appropriate procedures 13,30, the article simply listed the existence of a head physician and/or nurse and their academic degrees. Even so, the presence of head physicians and nurses in the obstetrics and neonatology services was low, especially those with specialized training, even in higher-complexity hospitals. The most dramatic situation was in public maternity hospitals in the North/Northeast. In the other regions, head physicians and nurses were nearly two times as common in public and mixed maternity hospitals compared to the private network. Another mechanism with the potential to expand access for patients that most need care was the regulation of hospitalization for delivery in the SUS, especially for high-risk pregnant women and newborns. Higher-complexity public and mixed maternity hospitals predominated among those serving as high-risk referral facilities through hospital admissions call centers. Even so, a surprising percentage of these hospitals failed to inform that they served as referral facilities for other maternity hospitals, thus displaying a lack of organization in the network for high-risk pregnancies and neonatal care. Another important point was the existence of low-complexity facilities that identified themselves as referral hospitals for high-risk pregnancies. Of this total, 33% were located outside the State capitals in the Northeast. The study identified major gaps in hospital structure that can jeopardize the quality of obstetric and neonatal care, potentially increasing adverse maternal and neonatal outcomes 12. The study showed that the minimum equipment for managing obstetric emergencies was reported as available in all hospitals in the private network and in all public and mixed facilities with higher complexity. As for neonatal emergency equipment, a significant proportion of hospitals failed to present the complete set of necessary equipment. This situation is worrisome, especially in lower-complexity public and mixed hospitals in the North and Northeast, which can further appear in the neonatal mortality rates. Hemorrhage is one of the main causes of maternal death in Brazil, so it is worrisome that 40% of higher-complexity maternity hospitals in the private sector lack blood banks or transfusion services, especially considering their high surgery rates. The lack of blood transfusion capability in the hospital delays treatment in these cases 13. Although the availability of ambulances in maternity hospitals is necessary to guarantee timely hospitalization for adequate obstetric care, the study detected a critical situation, especially in the private sector. The situation was even worse for transferring newborns from lower-complexity maternity hospitals, potentially contributing to avoidable neonatal deaths, since the most common reason for transferring newborns is the need for neonatal intensive care 4,13. At the time of the interview, an important percentage of maternity hospitals reported not having one or more of the essential medicines available. The missing medicines included those for inducing pulmonary maturation in the newborn, interrupting hemorrhage, preventing Rh-negative alloimmunization, or preventing neonatal conjunctivitis. This scenario is problematic since it can directly increase rates of such complications as miscarriage, neonatal respiratory distress syndrome 31, maternal and infant death, and Sheehan syndrome 32. The study showed a large proportion of poorly equipped maternity hospitals lacking specialized staff, and the results indicate that the distribution of higher-complexity hospitals is more unequal than that of lower-complexity facilities. Of all the regions, the North/Northeast, followed by the Central, showed the worst gaps and problems, especially in public and mixed maternity hospitals. In the South/Southeast, these hospitals had better structures, reaching similar or even higher proportions than in the private sector. The results indicate that an important share of mothers and newborns were exposed to unnecessary and avoidable risks. Despite some uncertainties concerning the reliability of structure data provided by administrators of maternity hospitals in the sample (since the study’s field supervisors did not directly verify the items in the data collection instrument), this choice guaranteed both participation by all the hospitals selected in the sample and a low non-response rate. Importantly, the availability of equipment and inputs does not necessarily mean that the women’s health needs were met when they sought care at these facilities. Even considering the study’s limitations, the results provide backing for the debate on quality of hospital services in Brazil. They point to the need to continue the evaluation of hospital structure and develop analytical studies to explore the question of variation in hospital performance, which will require more detailed information on other aspects of hospital structure, the socioeconomic profile and case severity of the clientele, and the process of obstetric and neonatal care, based on applying questionnaires to postpartum women and retrieving data from patient files in the Birth in Brazil survey. Finally, future studies should focus on the structure of regionalized perinatal care networks as the unit of analysis, since the issues of complexity, regulation, availability of blood banks and transfusion services, and others should be measured according to regional health needs, thus contributing to proposals for quality improvement and suggesting paths for the organization of regional healthcare networks 14, from the perspective of backing the organization and operation of the SUS. Acknowledgments The authors wish to thank the project’s regional and State coordinators, supervisors, interviewers, and technical staff and the participating mothers, who made this study possible, the Carmela Dutra and Xerém Municipal Maternity Hospitals for their trust in allowing their facilities to help test the questionnaire on structure in maternity hospitals. They also wish to thank Stella Lenz and Katherine Knust, scholarship holders under the Institutional Program for Scientific Initiation (PIBIC) for their help in organizing the references and elaborating the tables. Funding Funding for this study was provided by the National Council on Scientific and Technological Development (CNPq); Science and Tecnology Department, Secretariat of Science, Tecnology, and Strategic Inputs, Brazilian Ministry of Health; National School of Public Health, Oswaldo Cruz Foundation (INOVA Project), and the Rio de Janeiro State Research Foundation (Faperj).
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