Resumo:
A pandemia de COVID-19 irrompeu no mundo de forma surpreendente, perturbando o estado anterior da situação dos países afetados, bem como a situação de seus respectivos Estados. “O real” foi ressignificado de suas derivações graves. A Argentina não é exceção e, portanto, seus cidadãos e o próprio Estado foram questionados e convocados a assumir uma posição única baseada em valores e a realizar ações destinadas a enfrentar suas consequências, imediatas e mediatas. Por isso, neste Ensaio a pandemia é pensada em termos de “acontecimento”, seguindo a proposta conceitual do filósofo francês Alain Badiou, e suas implicações na subjetivação individual e coletiva, os valores que norteiam as práticas, o papel da mídia e a posição assumida pelo Estado argentino; bem como suas repercussões mais específicas na política de saúde e no trabalho, recorrendo a outros referenciais teóricos da área. Ressalta-se que a forma como a “política” se concretiza no contexto atual, se não houver profunda reflexão e reorientação das práticas priorizando a micropolítica, resultará em um maior desengajamento e alienação dos sujeitos individuais e coletivos. O evento então, mais do que a pandemia, que já é um fato, deve se constituir na articulação intersubjetiva de uma abordagem saudável de suas consequências, visando a integralidade e a igualdade em defesa da vida.
Palavras-chave:
Pandemias; Política de Saúde; Trabalho