O estudo teve como objetivo avaliar a associação isolada e independente entre indicadores de adiposidade abdominal e índice de massa corporal (IMC) e mortalidade. O estudo usou dados de 1.366 idosos que tinham informações completos para todas as variáveis independentes no Estudo de Coorte de Idosos de Bambuí, Brasil. A variável dependente foi o tempo até o óbito por todas as causas, e as variáveis de exposição foram o índice de forma corporal (a body shape index - ABSI), circunferência de cintura (CC), razão cintura/estatura (RCE) e IMC, medidos na linha de base e aos 3º, 5º e 11º anos de seguimento. A associação entre os quartis de indicadores antropométricos e a mortalidade foi investigada usando um modelo estendido de riscos proporcionais de Cox ajustado por fatores de confusão socioeconômicos e comportamentais. Os idosos do 4º quartil do ABSI mostraram maior risco de mortalidade, independentemente de IMC (1,27; IC95%: 1,01-1,58), mas a associação não foi mantida nas análises de sensibilidade. Os idosos do 2º, 3º e 4º quartis de IMC mostraram risco menor de mortalidade, associação esta que foi mantida após ajustar para CC ou ABSI. Por outro lado, a CC e a RCE não mostraram associações consistentes com a mortalidade geral depois de ajustar para fatores de confusão. As análises mostraram que a capacidade preditiva do ABSI para mortalidade ainda é fraca, considerando a perda de significância nas análises de sensibilidade. Portanto, a possibilidade de adoção do ABSI na prática clínica ou em inquéritos epidemiológicos para complementar ou substituir o IMC e CC ainda precisa ser explorada com maior profundidade em estudos futuros.
Palavras-chave:
Envelhecimento; Mortalidade; Índice de Massa Corporal; Circunferência de Cintura; Razão Cintura-Estatura