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Variações seculares na qualidade dos espermatozóides: fato ou ficção científica?

O debate sobre o possível declínio na qualidade dos espermatozóides humanos começou nos anos 70, foi reativado no início dos anos 90 e continua mobilizando a comunidade científica desde então. Desde a meta-análise realizada por Carlsen et al. (1992), demonstrando um declínio na qualidade do sêmen humano ao longo dos últimos 50 anos, vários grupos investigaram as características dos espermatozóides de grupos mais ou menos homogêneos de homens que forneceram amostras de sêmen para o mesmo centro ao longo de 10 a 20 anos. Alguns estudos, mas não outros, relataram uma diminuição significativa na concentração de espermatozóides. Enquanto isso, há um número crescente de relatos sugerindo que fatores físicos e químicos antropogênicos possam ter contribuído para a deterioração dos espermatozóides. Até o final do século XX, ainda não havia se encerrado o debate sobre a queda na qualidade do sêmen humano. A falta de certeza e as graves conseqüências que tal declínio teriam sobre a fertilidade de populações humanas tornam esta questão prioritária para a saúde pública no início do século XXI. Portanto, é necessário um enorme esforço de pesquisa básica e epidemiológica, particularmente na América do Sul, onde a poluição industrial e agrícola representa uma grave ameaça à população.

Infertilidade Masculina; Sêmen; Desreguladores Endócrinos


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