O objetivo deste estudo é analisar os fatores individuais e contextuais associados ao acesso ao transplante renal no Brasil. Realizou-se um estudo observacional, prospectivo, não concorrente, a partir de dados da Base Nacional em terapias renais substitutivas, no Brasil. Foram incluídos pacientes incidentes em diálises entre 01/jan/2000 e 31/dez/2000, acompanhados até o transplante, óbito ou final de 2003. Variáveis individuais (idade, sexo, região de residência, doença renal primária, internações) de contexto da unidade de diálise (nível de complexidade, natureza jurídica, máquinas de hemodiálise e localização) e do município (região geográfica, localização e Índice de Desenvolvimento Humano) foram analisadas. Ajustaram-se modelos de riscos proporcionais com entrada hierárquica para identificar fatores associados ao risco de transplante. Os resultados apontam diferenciais no acesso segundo fatores sociodemográficos, clínicos, geográficos e sociais ao transplante, indicando que o sistema de alocação de órgão não tem eliminado disparidades evitáveis para aqueles que concorrem a um órgão na lista de espera única.
Transplante de Rins; Desigualdades em Saúde; Acesso aos Serviços de Saúde; Falência Renal Crônica