A febre maculosa brasileira é a rickettsiose mais comum do território nacional, com maior importância nos estados de São Paulo e Minas Gerais. O objetivo deste estudo foi descrever os aspectos epidemiológicos dos casos de febre maculosa brasileira ocorridos em Minas Gerais no período de 2000 a 2008. Dos 132 casos confirmados, 53 evoluíram para óbito, representando uma letalidade de 40,2%. O sexo masculino foi o mais acometido com 78,8% dos casos confirmados, e mediana de idade de 26,5 anos. Entre os fatores de risco determinantes do óbito, a ausência de exantema apresentou associação significativa (p = 0,005). A Região Metropolitana de Belo Horizonte, o Vale do Rio Doce e a Zona da Mata responderam por 70,6% dos casos, que ocorreram principalmente entre os meses de maio e novembro. Houve crescimento no número de casos, que apesar de sugerir expansão da doença, provavelmente decorreu do aumento da capacidade diagnóstica e sensibilidade do sistema de saúde. Apesar dessa melhora, a letalidade permaneceu alta e sem tendências à diminuição, o que implica a necessidade de medidas preventivas e assistenciais.
Febre Maculosa das Montanhas Rochosas; Infecções por Rickettsiaceae; Diagnóstico