Resumo:
A literatura recente sugere que a pobreza pode fazer com que as mulheres permaneçam sem filhos, assim atenuando ou revertendo as taxas de fertilidade mais elevadas observadas tipicamente em mulheres com baixa escolaridade. O estudo investiga o papel da saúde nessa abordagem: A saúde tem efeito negativo discernível na fertilidade de mulheres com baixa escolaridade? Para responder a essa pergunta, calculamos a diferença na taxa de ausência definitiva de filhos de acordo com a infertilidade autorrelatada, entre diferentes níveis de escolaridade. Devido à escassez de dados sobre mulheres definitivamente sem filhos, além das amostras pequenas, utilizamos amostras censitárias. Com foco nas mulheres na faixa etária entre 40 e 50 anos, e utilizando 23 amostras censitárias de países latino-americanos (2000-2011), detectamos que apenas no grupo de baixa escolaridade, há uma defasagem clara na taxa de ausência definitiva de filhos de acordo com a infertilidade autorrelatada. Com base em nossa análise descritiva, concluímos que a saúde pode desempenhar um papel importante na análise da ausência de filhos em mulheres pobres.
Palavras-chave:
Fertilidade; Educação; Pobreza