E1 |
Questionário elaborado pelos autores englobando os seguintes indicadores: violência na relação entre a parturiente e o sistema de saúde; violência institucional na relação entre a parturiente e os serviços de saúde; e violência na relação da parturiente com os profissionais de saúde |
EPDS-6 |
Exames vaginais dolorosos, alívio inadequado da dor, falta de comunicação e explicações do profissional sobre os procedimentos obstétricos e uso de linguagem ofensiva pelos profissionais de saúde |
(i) Mulheres que sofreram violência por negligência no parto tiveram risco 7 vezes maior de desenvolver depressão pós-parto; (ii) Violência física e verbal também estiveram associadas à ocorrência de depressão pós-parto, com maior risco entre mulheres abaixo de 20 anos e não brancas |
E2 |
Questionário de 4 perguntas elaboradas pelos autores sobre: abuso verbal; negação de atendimento; abuso físico; e procedimentos indesejados durante o parto |
EPDS |
Abuso verbal e físico, negação de atendimento e procedimentos indesejados durante o processo de parto |
(i) Mulheres que relataram um ou mais tipos de desrespeito e abuso no parto estiveram mais propensas a desenvolverem depressão pós-parto moderada e/ou grave; (ii) Mulheres que sofreram abusos físicos e abusos verbais tiveram, respectivamente, 2,3 e 1,6 vezes mais chances de desenvolver sintomas de depressão pós-parto; (iii) Efeito do abuso verbal foi maior entre mulheres sem depressão antenatal |
E3 |
Questionário com 7 perguntas elaboradas pelos autores englobando: ausência de abuso verbal/psicológico/físico; tratamento respeitoso às mulheres hospitalizadas; respeito à intimidade no exame físico; nível de atenção recebido após o nascimento até a alta hospitalar; transparência das informações prestadas; tempo previsto para fazer perguntas; e capacidade de conversar com um profissional sobre o cuidado |
EPDS |
No setor público de saúde, o desrespeito e abuso no parto esteve relacionado à hospitalização materna, manobra de pressão uterina e não receber o tipo de parto desejado; No setor privado, não ter a via de parto desejada foi o tipo de desrespeito e abuso no parto relatado |
(i) Desrespeito e abuso à mulher durante o parto aumentou a ocorrência de depressão pós-parto no setor de saúde público e privado, assim como nos partos vaginais e cesáreos |
E4 |
Questionário elaborado especificamente para o estudo, englobando: violência obstétrica verbal; violência física; violência psicoafetiva; e violência global (verbal, física e psicoafetiva) |
EPDS |
Violência obstétrica verbal, física, psicoafetiva e global foram os tipos de desrespeito e abuso no parto relatados pelas mulheres |
(i) Violência obstétrica é um fator de risco para depressão pós-parto; (ii) Mulheres que sofreram violência obstétrica do tipo psicoafetivo ou verbal foram mais propensas à depressão pós-parto |
E5 |
Questionário elaborado pelos autores com questões sobre: ter tido acompanhante durante o trabalho de parto; ter entendido as informações fornecidas pelos profissionais; ter tido privacidade durante o trabalho de parto; ter se sentido à vontade para fazer perguntas; ter participado das decisões sobre seu atendimento; ter se sentido acolhida e segura no ambiente do parto; e ter tido contato pele a pele imediato com o bebê |
EPDS |
15,1% não se sentiram à vontade para perguntar; 32% não tiveram contato pele a pele com seus bebês; 12,5% não entenderam as informações ofertadas |
(i) Após ajustes com idade, escolaridade, cor da pele e antecedente de saúde mental, houve associação significativa entre maus tratos à mulher durante o parto e sintomas sugestivos de depressão pós-parto |
E6 |
Questionário elaborado pelos autores (sem discriminar critérios para “abuso durante o parto”) |
EPDS e MINI |
Abuso durante o parto (21,4%) e falta de acompanhante no parto (35,7%) |
(i) 12,5% das mulheres apresentaram risco de desenvolver depressão pós-parto; (ii) Depressão pós-parto foi significativamente associada ao abuso durante o parto (aumento de 8,6 vezes) e à falta de acompanhante no parto (aumento de 3,8 vezes) |
E7 |
Questionário elaborado pelos autores, englobando: intervenções médicas sem consentimento; agressão verbal e bullying; agressão física; ameaças e acusações; manobra de Kristeller; negação do alívio da dor; e não atender as necessidades da parturiente |
EPDS |
22,6% das mulheres relataram pelo menos um tipo de violência obstétrica; Agressão verbal e bullying (11,3%) e intervenções médicas sem consentimento (6,2%) foram os tipos mais comuns |
(i) Sintomas de depressão pós-parto foram significativamente maiores em mulheres que sofreram violência obstétrica; (ii) Quanto maior a magnitude de violência mais frequentes foram os sintomas de depressão, tanto antes como durante a pandemia de COVID-19 |