O presente estudo, realizado no Estado de Alagoas, mais uma vez demonstrou o papel relevante dos focos peridomiciliares ou de vizinhança na transmissão da esquistossomose. Embora se trate de uma área urbana, compacta e densamente povoada (Bairro Frio, município de União dos Palmares), a distribuição tanto da prevalência como dos indivíduos com contagem de ovos elevada nas fezes obedeceu a nítido padrão espacial, altamente correlacionado com a distribuição de valetas de drenagem e outras pequenas coleções de água. Embora a maioria dos habitantes tenha acesso a água potável e, não obstante a ausência de coleções de água de algum vulto, capazes de manter a transmissão, a intensidade das contagens de ovos superou quaisquer dados anteriormente obtidos em outras áreas. Ainda assim, a morbidade mostrou-se inexpressiva, tendência já observada na última década em outras regiões hiperendêmicas. Os autores estão convencidos que o controle da transmissão requer esforços na sentido de melhorar as condições ambientais e que semelhante proposta é inteiramente viável, podendo ser concretizada com o emprego de recursos bastante modestos e contando com a participação da comunidade.
Esquistossomose; Schistosoma mansoni; Controle; Participação da Comunidade