Open-access Comunicação da PrEP e da PEP no Brasil: exploração dos sentidos de peças comunicacionais e análise das concepções de agentes governamentais

Communication of PrEP and PEP in Brazil: investigating the meanings of communication pieces and analysis of the conceptions of government agents

Comunicación sobre la PrEP y la PEP en Brasil: análisis de los significados en piezas comunicacionales y de las concepciones de los agentes gubernamentales

Resumos

Informado pelas críticas sobre o fim do paradigma da excepcionalidade nas respostas à aids no Brasil, o trabalho analisa as concepções e práticas de comunicação sobre prevenção do HIV por parte de agentes governamentais e suas implicações simbólicas e programáticas. A reflexão integra uma pesquisa mais ampla com usuários, profissionais e gestores de cinco programas municipais de HIV e/ou aids da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil, e do Governo Federal. A partir das contribuições das ciências sociais para o entendimento das representações e práticas sociais em saúde, a investigação envolveu: análise de entrevistas com gestores (federais e locais) e profissionais de saúde acerca das estratégias de comunicação da prevenção combinada (PC) e das profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV; e análise de 24 peças de comunicação sobre PC, PrEP e PEP. Os agentes governamentais relataram estratégias de divulgação da PrEP e PEP para os profissionais de saúde, por meio de material de consulta e oficinas, frente à rotatividade desse grupo e às resistências de cunho moral e ético-político. Porém, a divulgação pública das profilaxias é discreta ou se dá no plano digital. A exploração dos sentidos das peças de comunicação indica uma ênfase na dimensão clínica das profilaxias nos materiais governamentais e nas peças das organizações não-governamentais, em que há maior contextualização das estratégias de PC para as cenas, práticas e identidades sexuais. Nota-se um deslizamento das estratégias de comunicação para uma gramática informada pela disponibilidade de biotecnologias e sua enunciação dispersa. A fragilização da comunicação governamental na era da PC compromete a efetivação do direito à prevenção.

Palavras-chave:
Profilaxia Pré-exposição; Profilaxia Pós-exposição; HIV; Comunicação; Simbolismo


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