Resumo em Português:

O objetivo deste estudo foi avaliar se indivíduos que se autoidentificam como pretos e/ou pardos apresentam maior prevalência de perda dentária em comparação a indivíduos brancos no Brasil por meio de uma revisão sistemática e metanálise. Foram consultadas as bases de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Biblioteca Virtual em Saúe e Embase e literatura cinzenta. Dois revisores independentes realizaram as buscas e a seleção dos artigos. A Escala de Newcastle-Ottawa foi utilizada para estudos de coorte observacionais e sua versão modificada foi utilizada para estudos transversais. A estatística I2 foi utilizada para avaliar a heterogeneidade entre os estudos incluídos nas metanálises. Dos 25 artigos elegíveis para avaliação qualitativa, 17 foram submetidos à avaliação quantitativa. O tamanho da amostra variou de 101 a 18.718 indivíduos e idade variou de 11 e 74 anos. A maioria dos estudos comparou brancos com não brancos (pretos, pardos, asiáticos e indígenas). Na análise da comparação entre brancos e não brancos, não foram encontradas diferenças quanto ao edentulismo (OR = 0,86; IC95%: 0,71; 1,06), à ausência de dentição funcional (OR = 0,82; IC95%: 0,33; 2,03) ou ao número médio de dentes perdidos (DM = -0,21; IC95%: -2,92; 2,49), porém uma diferença significativa foi encontrada em relação à perda dentária (OR = 1,40; IC95%: 1,26; 1,55). Em comparação aos brancos, a perda dentária foi maior em indivíduos que se autodeclararam pretos/pardos (OR = 1,41; IC95%: 1,27; 1,57). Essa diferença também foi observada ao comparar pretos/pardos com outras raças/cores de pele (OR = 1,24; IC95%: 1,15; 1,33). Assim, em estudos realizados no Brasil, a perda dentária foi mais prevalente em indivíduos que se autodeclararam pretos e/ou pardos.

Resumo em Espanhol:

El objetivo de este estudio fue evaluar si las personas que se identifican a sí mismas como negras y/o morenas tienen una mayor prevalencia de pérdida de dientes en comparación con las personas blancas en Brasil, mediante una revisión sistemática y un metaanálisis. Se consultaron las bases de datos PubMed, Scopus, Web of Science, Biblioteca Virtual en Salud, Embase y la literatura gris. Dos revisores independientes realizaron las búsquedas y la selección de artículos. Se utilizó la Escala Newcastle-Ottawa para los estudios de cohortes observacionales y su versión modificada para los estudios transversales. Se utilizó el índice I2 para evaluar la heterogeneidad de los estudios incluidos en los metaanálisis. De los 25 artículos aptos para la evaluación cualitativa, 17 formaron parte de la evaluación cuantitativa. El tamaño de la muestra osciló entre 101 y 18.718 personas de entre 11 y 74 años. La mayoría de los estudios compararon a personas blancas con personas no blancas (negras, morenas, asiáticas e indígenas). En el análisis de la comparación entre blancos y no blancos, no se encontraron diferencias en cuanto al edentulismo (OR = 0,86; IC95%: 0,71; 1,06), la ausencia de dentición funcional (OR = 0,82; IC95%: 0,33; 2,03), el número medio de dientes perdidos (MD = -0,21; IC95%: -2,92; 2,49); pero se encontró asociación con la pérdida de dientes (OR = 1,40; IC95%: 1,26; 1,55). Al comparar a las personas de raza negra/morenas con las de raza blanca, la pérdida de dientes fue mayor en las personas que se declararon de raza negra/morenas (OR = 1,41; IC95%: 1,27; 1,57). Esta diferencia también se observó al comparar a las personas de raza negra/morenas con otras razas/colores de piel (OR = 1,24; IC95%: 1,15; 1,33). Por lo tanto, en los estudios realizados en Brasil, la pérdida de dientes fue más frecuente en las personas que se declararon negras y/o morenas.

Resumo em Inglês:

This study aimed to evaluate whether individuals who self-identify as black and/or mixed-race have a higher prevalence of tooth loss compared to white individuals in Brazil, using a systematic review and meta-analysis. Searches were conducted in the PubMed, Scopus, Web of Science, Virtual Health Library, Embase, and gray literature databases. Two independent reviewers performed the searches and article selection processes. The Newcastle-Ottawa Scale was used for observational cohort studies, and its modified version was used for cross-sectional studies. The I2 statistic assessed the heterogeneity of studies included in the meta-analyses. Of the 25 articles eligible for qualitative evaluation, 17 were included in the quantitative assessment. Sample sizes ranged from 101 to 18,718 individuals aged 11 to 74 years. Most studies compared white individuals to non-white individuals (black, mixed-race, Asian, and Indigenous people). In the comparison between white and non-white individuals, no differences were found concerning edentulism (OR = 0.86; 95%CI: 0.71; 1.06), absence of functional dentition (OR = 0.82; 95%CI: 0.33; 2.03), or mean number of missing teeth (MD = -0.21; 95%CI: -2.92; 2.49), but it was associated with tooth loss (OR = 1.40; 95%CI: 1.26; 1.55). When comparing black/mixed-race people to white individuals, tooth loss was higher among those who self-identified as black/mixed-race (OR = 1.41; 95%CI: 1.27; 1.57). This difference was also observed when comparing black/mixed-race individuals to other races/skin color (OR = 1.24; 95%CI: 1.15; 1.33). Overall, studies conducted in Brazil found that tooth loss was more prevalent among self-declared black and/or mixed-race individuals.

Resumo em Português:

O estigma internalizado é altamente associado a problemas de saúde mental em pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA), especialmente depressão. No entanto, a sobreposição entre sintomas depressivos e outras psicopatologias é bem conhecida pelos especialistas. Portanto, este estudo teve como objetivo examinar os fatores que predizem sintomas depressivos e ansiosos em PVHA. Trata-se de um estudo de base comunitária (Índice de Estigma Brasil 2.0) que envolveu 1.784 PVHA recrutadas em sete capitais brasileiras. Os desfechos de interesse foram derivados do Questionário de Saúde do Paciente (QSP). As covariáveis foram aquelas que foram previamente associadas a desfechos desfavoráveis, como vulnerabilidade social, adesão ao tratamento, estigma internalizado, entre outros eleitos no estudo Índice de Estigma. O estigma internalizado foi significativamente associado a piores desfechos em saúde mental em todos os modelos (i.e., depressão, ansiedade e pontuação total do QSP-4). Além disso, outras variáveis foram diferencialmente associadas a cada desfecho, possivelmente indicando caminhos pelos quais os profissionais de saúde podem abordar o fardo do sofrimento mental em PVHA. Implicações claras para políticas públicas são igualmente delineadas.

Resumo em Espanhol:

El estigma internalizado se ha relacionado estrechamente con problemas de salud mental en personas con VIH/SIDA (PVVS), especialmente con la depresión. Sin embargo, como bien saben los especialistas, existe una conexión entre los síntomas depresivos y otras psicopatologías. Debido a esto, este estudio se centró en analizar los factores predictores de síntomas depresivos y de ansiedad en PVVS. Este es un estudio comunitario (Índice de Estigma Brasil 2.0) que incluyó a 1.784 PVVS seleccionadas en siete capitales brasileñas. Los resultados de interés se obtuvieron a partir del Cuestionario de Salud del Paciente (CSP) y las covariables fueron aquellas previamente asociadas a resultados desfavorables en materia de salud mental, entre ellas la vulnerabilidad social, la adherencia al tratamiento y el estigma internalizado, entre otras seleccionadas en el estudio Índice de Estigma. El estigma internalizado se asoció significativamente con peores resultados de salud mental en todos los modelos (depresión, ansiedad y puntuación total del CSP-4). Otras variables mostraron asociaciones distintas con cada resultado, lo que podría indicar vías de intervención para que los profesionales sanitarios aborden la carga del sufrimiento mental en PVVS. Además, se destacan implicaciones claras para las políticas públicas.

Resumo em Inglês:

Internalized stigma has been strongly linked to mental health issues in people living with HIV/AIDS (PLHA), particularly depression. Nonetheless, the overlap between depressive symptoms and other psychopathologies is well-known among specialists. This study aimed to examine the factors predicting depressive and anxiety symptoms in PLHA. This is a community-based study (Stigma Index Brazil 2.0) that involved 1,784 PLHA recruited from seven Brazilian state capitals. Outcomes of interest were derived from the Patient Health Questionnaire (PHQ), and covariates included factors previously linked to poor mental health outcomes, such as social vulnerability, treatment adherence, internalized stigma, among others identified in the Stigma Index study. Internalized stigma was significantly associated with worse mental health outcomes across all models (i.e., depression, anxiety, and total PHQ-4 score). Moreover, other variables were differentially associated with each outcome, possibly indicating distinct pathways with which healthcare professionals might address the burden of mental suffering in PLHA. Clear implications for public policies are equally outlined.

Resumo em Português:

Dados sobre a saúde da mulher negra e sua presença como tema em periódicos nacionais ainda são escassos, principalmente se considerarmos o quão frequente é seu uso da rede de atenção primária e do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste artigo, partimos de uma ótica interseccional sobre as categorias de gênero, raça, classe e nacionalidade, interligadas ao conceito de “capital social”, para analisar percepções dos serviços de saúde por mulheres congolesas residentes no Rio de Janeiro, Brasil, no ano de 2018. Trata-se de estudo qualitativo, composto por observação participante e oito entrevistas semiestruturadas, em uma instituição de acolhimento a refugiados, a Cáritas RJ. As narrativas apresentadas por essas mulheres expõem o impacto da violência cotidiana em suas experiências ao chegarem ao Brasil em busca de abrigo. Desconfiança, limitações com a língua e a falta de conhecimento contribuem para a carência de capital social e inacessibilidade dos serviços. Destacamos que as mulheres negras compõem um grupo grande de usuárias do SUS e, portanto, contar com sua participação ativa pode impactar suas experiências com esses serviços. Nesse sentido, ter espaços para a escuta de grupos vulneráveis, como o de congolesas refugiadas, é mais uma estratégia a fim de promover equidade e o acesso universal à saúde para todos.

Resumo em Espanhol:

Los datos sobre la salud de las mujeres negras y su presencia como tema en las publicaciones periódicas nacionales siguen siendo escasos, sobre todo si tenemos en cuenta la frecuencia con la que recurren a la red de atención primaria y al Sistema Único de Salud (SUS). En este artículo, partimos de una perspectiva interseccional sobre las categorías de género, raza, clase y nacionalidad, interrelacionadas con el concepto de “capital social”, para analizar la percepción de los servicios de salud por parte de las mujeres congoleñas residentes en Río de Janeiro, Brasil, en el año 2018. Se trata de un estudio cualitativo, compuesto por observación participante y ocho entrevistas semiestructuradas, en una institución de acogida de refugiados (Cáritas RJ). Los relatos que cuentan estas mujeres muestran cómo la violencia diaria les afectó cuando llegaron a Brasil buscando refugio. La desconfianza, las limitaciones con el idioma y la falta de conocimientos contribuyen a la falta de capital social y a la inaccesibilidad de los servicios. Destacamos que las mujeres negras constituyen un grupo numeroso de usuarias del SUS y, por lo tanto, contar con su participación activa puede influir en sus experiencias con estos servicios. En este sentido, disponer de espacios para escuchar a los grupos vulnerables, como el de las refugiadas congoleñas, es otra estrategia más para promover la equidad y el acceso universal a la salud para todos.

Resumo em Inglês:

Data on the health of black women and the presence of this topic in national journals remain scarce, especially considering the frequent use of the primary care network and the Brazilian Unified National Health System (SUS, acronym in Portuguese) by these women. In this article, we take an intersectional perspective on the categories of gender, race, class, and nationality interlinked to the concept of “social capital” to analyze the perceptions of healthcare services by Congolese women residing in Rio de Janeiro, Brazil, in 2018. A qualitative study was conducted, consisting of participant observation and eight semi-structured interviews conducted at a refugee shelter (Cáritas RJ). The narratives of these women reveal the impact of daily violence on their experiences upon arriving in Brazil to seek shelter. Mistrust, language limitations, and lack of knowledge contribute to the lack of social capital and inaccessibility of services. As black women compose a large group of individuals that use the SUS, their active participation could exert an impact on their experiences with these services. The existence of spaces for listening to vulnerable groups, such as Congolese refugees, is another strategy for promoting equity and universal access to health for everyone.

Resumo em Português:

O objetivo foi analisar arranjos tecnológicos na gestão do cuidado e de leitos em um hospital público de referência em Portugal. Arranjos tecnológicos combinam tecnologias e práticas de gestão para maior efetividade em contextos organizacionais complexos. São utilizados para enfrentar desafios como demanda excessiva, aumento de custos e queixas sobre qualidade do cuidado. Sua aplicação em distintos contextos têm produzido diferentes resultados e faltam estudos sobre seus impactos nas relações interprofissionais e na conexão entre hospitais e redes de serviços. Realizou-se estudo de caso qualitativo e etnográfico, envolvendo 15 entrevistas com 22 gerentes e trabalhadores e observação participante de três arranjos tecnológicos: o Serviço de Apoio à Gestão do Internamento, o Meeting das 11 Horas do Serviço de Medicina e o Grupo de Resolução High Users. Foram descritos arranjos tecnológicos para gestão de entrada (input), cuidado (throughput) e altas hospitalares (output). A observação em profundidade destacou a dinâmica, o potencial e os desafios dos arranjos tecnológicos para integrar uma gestão de leitos e altas. Quando bem implementados, os arranjos tecnológicos ajudam a enfrentar a superlotação hospitalar, mas não resolvem problemas sistêmicos de alta e continuidade de cuidado em rede. Evidenciou-se a forte adesão dos trabalhadores aos arranjos tecnológicos, com destaque ao protagonismo da enfermagem e o silêncio dos médicos, sugerindo novos desafios de autonomia e poder. Os arranjos tecnológicos demonstram efetividade na gestão de leitos e cuidado, alteram práticas multiprofissionais, e relações interprofissionais, além de afetar a rede de serviços externos. A produção do hospital contemporâneo requer arranjos tecnológicos baseados em evidências, que aumentem sua eficiência, sustentabilidade e capacidades técnica e organizacional.

Resumo em Espanhol:

El objetivo del trabajo fue analizar disposiciones tecnológicas en la gestión de la atención y camas en un hospital público de referencia en Portugal. Las disposiciones tecnológicas combinan tecnologías y prácticas de gestión para mejorar la efectividad en contextos organizativos complejos. Se utilizan para hacer frente a retos como la demanda excesiva, el aumento de los costes y las quejas sobre la calidad de la atención. Su aplicación en distintos contextos ha producido resultados dispares y faltan estudios sobre sus impactos en las relaciones interprofesionales y en la conexión entre hospitales y redes de servicios. Se realizó un estudio de caso cualitativo y etnográfico, que incluyó 15 entrevistas a 22 gestores y trabajadores, así como observación participante de tres disposiciones tecnológicas: el Servicio de Apoyo a la Gestión de Ingresos, el Meeting de las 11 Horas y el Grupo de Resolución High Users. Se describieron disposiciones tecnológicas para la gestión de entrada (input), la atención (throughput) y las altas hospitalarias (output). La observación en profundidad destacó la dinámica, el potencial y los retos de los disposiciones tecnológicas para integrar la gestión de camas y altas. Cuando se implementan correctamente, los disposiciones tecnológicas ayudan a hacer frente al hacinamiento hospitalario, pero no solucionan los problemas sistémicos de las altas y la continuidad de la atención en red. Se evidenció la fuerte adhesión de los trabajadores a los disposiciones tecnológicas, destacando el protagonismo de la enfermería y el silencio de los médicos, lo que sugiere nuevos retos de autonomía y poder. Los disposiciones tecnológicas muestran su eficacia en la gestión de camas y cuidados, modifican las prácticas multiprofesionales y las relaciones interprofesionales, y afectan a la red de servicios externos. La producción del hospital contemporáneo requiere disposiciones tecnológicas basados en las evidencias, que aumenten su eficiencia, sostenibilidad y capacidades técnicasyorganizativas.

Resumo em Inglês:

The aim of the present study was to analyze technological arrangements for the management of care and beds at a public reference hospital in Portugal. Technological arrangements combine technologies and management practices for greater effectiveness in complex organizational contexts and are used to address challenges, such as excessive demand, rising costs, and complaints with regards to the quality of care. The application of technological arrangements in different contexts has produced varying results and studies are needed to address the impact on interprofessional relationships and the connection between hospitals and service networks. A qualitative, ethnographic case study was conducted, involving 15 interviews with 22 administrators and employees as well as participant observation of three technological arrangements: Inpatient Management Support Service; 11 a.m. Meeting; and High Users Resolution Group. Technological arrangements for managing admissions (input), care (throughput), and hospital discharges (output) were described. The in-depth observation highlighted the dynamics, potential, and challenges of technological arrangements for integrating bed and discharge management. When well implemented, technological arrangements help address hospital overcrowding, but do not solve systemic problems related to discharge and the continuity of care in the network. Strong employee adherence to technological arrangements was found, with a focus on the leadership of nursing staff and the silence of physicians, suggesting new challenges related to autonomy and power. Technological arrangements are effective at bed and care management, alter multidisciplinary practices and interprofessional relationships, and exert an impact on the network of external services. The production of contemporary hospitals requires evidence-based technological arrangements that increase efficiency, sustainability, as well as technical and organizational capabilities.

Resumo em Português:

Resumo: Pneumonia é uma das principais causas de morte entre crianças em países de baixa e média renda. Procuramos descrever a prevalência e os fatores associados à pneumonia em crianças de 0 a 6 anos de idade em um local com alta cobertura vacinal pneumocócica. A ocorrência de pelo menos um episódio de pneumonia diagnosticado por um médico, conforme relatado pela mãe, foi investigada nos acompanhamentos de 12, 24 e 48 meses e de 6 anos da coorte de nascimentos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, de 2015. As variáveis independentes incluíram características da família e da criança ao nascer, amamentação e estado vacinal. Razões de prevalência (RP) com respetivos intervalos de 95% de confiança (IC95%) foram estimadas por meio de regressão de Poisson não ajustada e multivariável com variância robusta. Ao total, 4.014, 4.006, 3.997 e 3.862 crianças foram avaliadas nos acompanhamentos de 12, 24, 48 meses e 6 anos, respectivamente. A prevalência de pelo menos um episódio de pneumonia de 0 a 6 anos de idade foi de 16,7% (IC95%: 15,5-18,0). As prevalências no primeiro, segundo, 2-4 e 4-6 anos foram de 7,9%, 5,9%, 6,7% e 3,4%, respectivamente. Maior paridade materna (RP ajustada de 1,75, 1,61 e 2,0 no primeiro, segundo e 4-6 anos, respectivamente) e prematuridade (RP ajustada de 1,39 e 1,49 no primeiro e segundo ano de idade, respectivamente) foram os fatores mais consistentemente associados ao aumento do risco de pneumonia. Quase uma em cada cinco crianças de 6 anos tinha histórico de pneumonia, principalmente no primeiro ano de vida. Maior paridade materna foi o fator mais forte e consistentemente associado à maior prevalência de pneumonia na infância.

Resumo em Espanhol:

Resumen: La neumonía es una de las principales causas de mortalidad infantil en países de ingresos bajos y medios. Este estudio describe la prevalencia y los factores asociados con la neumonía en niños de 0 a 6 años de edad, en una localidad con alta cobertura de vacunación antineumocócica. Se investigó la ocurrencia de al menos un episodio de neumonía diagnosticado por un médico, según lo informado por la madre, en los seguimientos realizados a los 12, 24 y 48 meses, y a los 6 años de edad en la cohorte de nacimientos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, de 2015. Las variables independientes incluyeron características familiares e infantiles al nacimiento, estado de lactancia materna y situación vacunal. Se estimaron razones de prevalencia (RP) con intervalo de 95% de confianza (IC95%) mediante regresión de Poisson no ajustada y multivariable con varianza robusta. En los seguimientos a los 12, 24, 48 meses y 6 años, se evaluaron respectivamente 4.014, 4.006, 3.997 y 3.862 niños. La prevalencia acumulada de 0 a 6 años fue del 16,7% (IC95%: 15,5-18,0). En los periodos de 0-1, 1-2, 2-4 y 4-6 años, la prevalencia de al menos un episodio de neumonía fue del 7,9%; 5,9%; 6,7% y 3,4%, respectivamente. Una mayor paridad materna (RP ajustada de 1,75; 1,61 y 2,0 en el primer año, segundo año y periodo de 4-6 años, respectivamente) y la prematuridad (RP ajustada de 1,39 y 1,49 en el primer y segundo año de vida, respectivamente) fueron los factores asociados de manera más consistente con un mayor riesgo de neumonía. Aproximadamente uno de cada cinco niños de 6 años tenía antecedentes de neumonía, principalmente durante el primer año de vida. La mayor paridad materna fue el factor más fuerte y consistente asociado con una mayor prevalencia de neumonía en la infancia.

Resumo em Inglês:

Abstract: Pneumonia constitutes a leading cause of death in children from low- and middle-income countries. We aimed to describe the prevalence and the factors associated with pneumonia in children aged from 0 to 6 years in a location with high pneumococcal vaccination coverage. The occurrence of at least one episode of pneumonia diagnosed by a physician as reported by the mother was investigated at the 12-, 24-, and 48-month, and 6-year follow-ups of the 2015 Pelotas (Brazil) birth cohort. The independent variables included family and child characteristics at birth, breastfeeding, and vaccinal status. Prevalence ratios (PR) with 95% confidence interval (95%CI) were estimated by unadjusted and multivariable Poisson regressions with robust variance. At the 12-, 24-, 48-month, and 6-year follow-ups 4,014, 4,006, 3,997, and 3,862 children were assessed, respectively. Prevalence from 0 to 6 years equaled 16.7% (95%CI: 15.5-18.0). Within the first, second, 2-4 and 4-6 years of age the prevalence of at least one episode of pneumonia totaled 7.9%, 5.9%, 6.7%, and 3.4%, respectively. Higher maternal parity (adjusted PR = 1.75, 1.61, and 2.0 at the first, second, and 4-6 years, respectively) and prematurity (adjusted PR = 1.39 and 1.49 at the first and second years of life, respectively) constituted the factors most consistently associated with an increased risk of pneumonia. Almost one in every five children aged 6 years had a positive history of pneumonia, mainly in their first year of life. Greater maternal parity was the strongest and most consistent factor associated with a higher prevalence of pneumonia in childhood.

Resumo em Português:

A relação humano-animal no espaço de cuidado hospitalar foi investigada a partir de uma pesquisa etnográfica na observação de um programa de apoio assistido por animais (PAAA) em uma instituição terciária do Sistema Único de Saúde no Rio de Janeiro, Brasil. O artigo enfoca os efeitos de interação comunicativa e os agenciamentos que a visita regular de um único cão de serviço parece catalisar entre os membros da equipe de trabalhadores. Tomando como suportes analíticos a Teoria Ator-Rede e a noção de “espécie companheira” de Donna Haraway exploramos a reconfiguração das redes de sociabilidade na integração de uma alteridade não-humana como colaboradora das atividades de promoção de saúde no cenário hospitalar. Ao operar por lógicas não norteadas pelo poder e racionalidade, seu papel político é destacado nos diferentes agenciamentos produzidos na dinâmica relacional e na economia dos afetos. Os novos arranjos instituídos pelo cão de serviço delineiam a dimensão micropolítica das emoções na reorganização das relações interpessoais e interespécies no espaço de cuidado hospitalar. A pesquisa evidencia que o PAAA em um hospital pode operar como uma tecnologia social inovadora em saúde, capaz de reconfigurar as redes de cuidado e as dinâmicas de interação.

Resumo em Espanhol:

La relación humano-animal en el ámbito de atención hospitalaria se evaluó a partir de una investigación etnográfica realizada mediante la observación de un programa de apoyo asistido por animales en una institución terciaria del Sistema Único de Salud en Rio de Janeiro, Brasil. Este artículo se centra en los efectos de la interacción comunicativa y de la expresión que la visita regular de un solo perro de servicio parece catalizar entre los miembros del equipo de trabajadores. A partir de los aportes de la Teoría del Actor-Red y de la noción de “especie compañera” de Donna Haraway, este estudio explora la reconfiguración de las redes de sociabilidad en la integración de una alteridad no humana como colaboradora de las actividades de promoción sanitaria en el ámbito hospitalario. Al operar lógicas no guiadas por el poder y la racionalidad, su papel político se destaca en las diferentes agencias producidas en las dinámicas relacionales y en la economía de los afectos. Los nuevos arreglos que se generan con el perro de servicio describen la dimensión micropolítica de las emociones en la reorganización de las relaciones interpersonales e interespecies en la atención hospitalaria. Este estudio señala que el programa de apoyo asistido por animales en un hospital puede operar como una tecnología social innovadora en salud, capaz de reconfigurar las redes de atención y las dinámicas de interacción.

Resumo em Inglês:

The human-animal relationship in the hospital care setting was investigated based on an ethnographic study of an animal-assisted support program at a tertiary institution within the Brazilian Unified National Health System in Rio de Janeiro, Brazil. This study examines the effects of communicative interactions and the agency that regular visits by a single service dog seem to catalyze among staff members. Using the Actor-Network Theory and Donna Haraway’s concept of “companion species” as analytical frameworks, we explore the reconfiguration of social networks in the integration of a non-human other as a collaborator in health promotion activities within hospital settings. By operating according to logics not driven by power or rationality, its political role is highlighted in the various agencies produced within relational dynamics and the economy of affects. The new arrangements introduced by the service dog outline the micropolitical dimension of emotions in the reorganization of interpersonal and interspecies relationships within hospital settings. This study shows that animal-assisted support progra in hospitals can function as an innovative social technology in health, capable of reconfiguring care networks and interaction dynamics.

Resumo em Português:

Este artigo tem como objetivo analisar a distribuição do ganho de peso gestacional em um grupo de adolescentes latino-americanas de acordo com seu índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional, classificado com base nos critérios da Organização Mundial da Saúde para adolescentes e adultas, e sua associação com o peso ao nascer do recém-nascido. Trata-se de um estudo longitudinal e retrospectivo que utilizou dados secundários de sistemas de informação perinatal nacionais ou institucionais sobre adolescentes grávidas de seis países da América Latina: Argentina, Colômbia, México, Panamá, Paraguai e Uruguai. O grau de concordância entre os dois critérios de classificação do IMC pré-gestacional foi determinado com a estatística B e o gráfico de Bangdiwala. As associações do peso do recém-nascido com o IMC pré-gestacional e o ganho de peso gestacional foram avaliadas usando modelos de regressão. O estudo teve a participação de 6.141 adolescentes grávidas. Comparado ao critério para adolescentes, o critério de classificação do IMC pré-gestacional para adultos tende a subestimar a categoria atribuída, levando a um maior ganho de peso recomendado. Independentemente do critério utilizado, sobrepeso e alto ganho de peso gestacional associaram-se significativamente a uma maior probabilidade de recém-nascidos com macrossomia e peso ao nascer > P90; obesidade estava associada com peso ao nascer > P90; e baixo ganho de peso estava associado com peso ao nascer baixo, insuficiente e < P10. Em conclusão, o IMC pré-gestacional e o ganho de peso gestacional estão associados ao peso ao nascer de recém-nascidos de adolescentes latino-americanas.

Resumo em Espanhol:

El objetivo de este artículo es analizar la distribución del aumento de peso gestacional de un grupo de adolescentes latinoamericanas según su índice de masa corporal (IMC) previo al embarazo, clasificado según los criterios de la Organización Mundial de la Salud para adolescentes y adultos, y su asociación con el peso del recién nacido al nacer. Este estudio longitudinal y retrospectivo utiliza datos secundarios de sistemas de información perinatal nacionales o institucionales sobre adolescentes embarazadas de Argentina, Colombia, México, Panamá, Paraguay y Uruguay. El grado de concordancia entre los dos criterios de clasificación del IMC previo al embarazo se determinó con la estadística B y el gráfico de Bangdiwala. La asociación del peso del recién nacido tanto con el IMC pregestacional como con la ganancia de peso gestacional se evaluó mediante modelos de regresión. El estudio incluyó a 6.141 adolescentes embarazadas. En comparación con el criterio para adolescentes, el criterio de clasificación del IMC previo al embarazo para adultos tiende a subestimar la categoría asignada, lo que lleva a un aumento de peso recomendado más alto. Independientemente del criterio utilizado, el sobrepeso y el aumento de peso gestacional elevado se asociaron significativamente con una mayor probabilidad de que los recién nacidos presentaran macrosomía y un peso al nacer > P90, la obesidad se asoció con un peso al nacer > P90, además, el bajo aumento de peso se asoció con un peso al nacer bajo, insuficiente y < P10. En conclusión, el IMC previo al embarazo y el aumento de peso gestacional se asocian con el peso de los recién nacidos al nacer de las adolescentes latinoamericanas.

Resumo em Inglês:

This study aims to analyze the distribution of gestational weight gain in a group of Latin American adolescents according to their pre-pregnancy body mass index (BMI, based on the World Health Organization criteria for adolescents and adults) and its association with their newborns’ birth weight. This longitudinal retrospective study used secondary data from national or institutional perinatal information systems about pregnant adolescents from Argentina, Colombia, Mexico, Panama, Paraguay, and Uruguay. The degree of agreement between the two classification criteria for the pre-pregnancy BMI was determined with the B statistic and the Bangdiwala graph. The association of newborns’ weight with the pre-pregnancy BMI and the gestational weight gain was assessed using regression models. This study included 6,141 pregnant adolescents. When compared to the adolescents’ criterion, the pre-pregnancy BMI classification for adults tends to underestimate the assigned category, leading to a higher recommended weight gain. Regardless of the criterion, overweight and high gestational weight gain were significantly associated with a higher probability of newborns with macrosomia and birth weight > P90, obesity was associated with birth weight > P90, and low weight gain was associated with low, insufficient, and < P10 birth weight. In conclusion, pre-pregnancy BMI and gestational weight gain are associated with the birth weight of newborns from Latin American adolescents.

Resumo em Português:

O contexto da pandemia de COVID-19 no Brasil foi marcado por uma série de medidas para contenção do vírus, que tiveram repercussões específicas sobre os diferentes grupos sociais, especialmente os mais vulnerabilizados, como transexuais e travestis. O presente artigo objetiva compreender particularidades da transfobia no Brasil no contexto da pandemia de COVID-19 e a atuação de organizações e coletivos políticos diante desse cenário, levando em conta o ineditismo e a relevância de sua contribuição, dada a escassez de estudos voltados à compreensão do fenômeno transfóbico em contextos de grave crise social. Adotando uma abordagem qualitativa, foram realizadas cinco entrevistas com representantes de coletivos trans de abrangência local, regional e nacional. O tratamento do material recolhido empregou a técnica de análise de conteúdo, conforme preconizada por Bardin, e privilegiou aportes teóricos queer. A organização dos resultados se deu em dois eixos temáticos: (1) transfobia em relações cotidianas; e (2) desafios no acesso a políticas públicas. Este eixo foi subdividido em: (a) política de educação e mercado de trabalho; (b) política de assistência social e segurança alimentar; e (c) política de saúde e saúde mental. O estudo aponta que, na avaliação dos coletivos entrevistados, a pandemia intensificou uma série de desigualdades e violências que já eram experienciadas por travestis e transexuais, indicando o relevo da in/ação do Estado, ele mesmo agente de transfobia.

Resumo em Espanhol:

El contexto de la pandemia de la COVID-19 en Brasil ha sido marcado por una serie de medidas para evitar la propagación del virus, las cuales tuvieron repercusiones específicas en diferentes grupos sociales, especialmente entre los más vulnerables, como los transexuales y travestis. Este artículo tiene como objetivo identificar las particularidades de la transfobia en Brasil en el contexto de la pandemia de la COVID-19 y el papel de las organizaciones políticas y colectivos en este escenario, lo que demuestra aportes valiosos y con originalidad dada la escasez de estudios para comprender el fenómeno transfóbico en contextos de grave crisis social. A partir de un enfoque cualitativo, se realizaron cinco entrevistas con representantes de colectivos trans de alcance local, regional y nacional. Para el procesamiento del material recolectado se utilizó la técnica de análisis de contenido de Bardin, y se centró en las contribuciones teóricas queer. Los resultados se organizaron en dos ejes temáticos: (1) transfobia en las relaciones cotidianas; y (2) desafíos en el acceso a las políticas públicas. Este último eje se subdividió en (a) política de educación y mercado laboral; (b) política de asistencia social e seguridad alimentaria; y (c) política de salud y salud mental. Este estudio señala que, en la evaluación de los colectivos entrevistados, la pandemia intensificó una serie de desigualdades y violencias que ya venían experimentando los travestis y transexuales, y esto revela la relevancia de la in/acción del Estado, el propio agente de transfobia.

Resumo em Inglês:

The COVID-19 pandemic in Brazil was marked by a set of measures to contain the virus, which had specific repercussions in different social groups, especially the most vulnerable, such as transvestites and transgender individuals. The aim of the present article was to investigate the particularities of transphobia in Brazil in the context of the COVID-19 pandemic as well as the actions of organizations and political groups in this scenario. The novelty and relevance of this study is evident by the scarcity of investigations focused on understanding the transphobic phenomenon in the context of a serious social crisis. Adopting a qualitative approach, five interviews were conducted with representatives of trans support groups on the local, regional, and national levels. The treatment of the material collected involved the content analysis technique proposed by Bardin and prioritized queer theoretical contributions. The results were organized into two major topics: (1) transphobia in everyday relationships; and (2) challenges in accessing public policies, the latter of which was subdivided: (a) education policy and the job market; (b) social assistance policy and food security; and (c) health policy and mental health. In the assessment of the groups interviewed, the pandemic intensified a series of inequalities and violence already experienced by transvestites and transgender individuals, highlighting the (in)action of the government, which itself is an agent of transphobia.

Resumo em Português:

Este estudo objetivou caracterizar a qualidade da assistência à saúde infantil e explorar sua relação com características municipais. Utilizando dados da avaliação externa do primeiro ciclo do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), este estudo transversal avaliou 16.566 equipes da Estratégia Saúde da Família. Nove indicadores binários foram criados com base nas recomendações do Ministério da Saúde do Brasil. Utilizamos análise de classe latente e regressão logística multinomial para avaliar a qualidade da assistência e associações com região do país e com o Índice de Privação Brasileiro. Três padrões de qualidade da assistência foram identificados: alta, intermediária e baixa adequação. O padrão denominado “alta adequação” incluiu 22,5% das equipes, enquanto 60,2% das equipes foram categorizadas como “intermediária adequação” e apenas 17,3% estavam na categoria de “baixa adequação”. A chance de uma equipe pertencer ao padrão “alta adequação” foi mais de duas vezes maior (OR = 2,34; IC95%: 1,15-4,76) na Região Nordeste em comparação à Região Centro-oeste. Para equipes localizadas em municípios com privação moderada e baixa, a chance de pertencer ao padrão “alta adequação” foi de 2,04 (IC95%: 1,44-2,89) e 9,08 (IC95%: 4,54-18,14) vezes maior, respectivamente, em comparação aos municípios com alta privação. Este estudo identificou três padrões de qualidade do cuidado à criança. A maioria das equipes estava incluída no padrão “adequação intermediária”. A qualidade do cuidado estava associada com as características do município. A metodologia utilizada neste estudo permitiu caracterizar a qualidade do cuidado de forma mais consistente.

Resumo em Espanhol:

El objetivo de este estudio fue caracterizar la calidad de la atención a la salud infantil y explorar su relación con las características municipales. Utilizando datos de la evaluación externa del primer ciclo del Programa Nacional de Mejoría del Acceso y Calidad de la Atención Básica (PMAQ-AB, por su sigla en portugués), este estudio transversal evaluó a 16.566 equipos de la Estrategia de Salud Familiar. Se crearon nueve indicadores binarios basados en las recomendaciones del Ministerio de Salud de Brasil. Utilizamos análisis de clases latentes y regresión logística multinomial para evaluar la calidad asistencial y su asociación con la región y el Índice de Privación Brasileño. Se identificaron tres patrones de calidad asistencial: alta, intermedia y baja adecuación. El patrón denominado “alta adecuación” incluyó al 22,5% de los equipos, el patrón “adecuación intermedia” agrupó al 60,2% de los equipos, y el patrón “baja adecuación” solo comprendió al 17,3%. La probabilidad de que un equipo perteneciera al patrón de “alta adecuación” fue más del doble (OR = 2,34; IC95%: 1,15-4,76) en la Región Noreste en comparación con la Región Centro-oeste. Para los equipos ubicados en municipios con privación moderada y baja, la probabilidad de pertenecer al patrón de “alta adecuación” fue 2,04 (IC95%: 1,44-2,89) y 9,08 (IC95%: 4,54-18,14) veces mayor, respectivamente, en comparación con los municipios de alta privación. Este estudio identificó tres patrones de calidad en la atención infantil. La mayoría de los equipos se incluyeron en el patrón de “adecuación intermedia”. La calidad asistencial mostró asociación con las características municipales. Nuestros resultados demuestran que la metodología empleada permitió caracterizar la calidad asistencial de manera más consistente.

Resumo em Inglês:

This study aimed to characterize the quality of child health care and explore its relationship with municipal characteristics. Using data from the external assessment of the first cycle of the Brazilian National Program for Access and Quality Improvement in Primary Care (PMAQ-AB, acronym in Portuguese), this cross-sectional study evaluated 16,566 Family Health Strategy teams. In total, nine binary indicators were created based on recommendations from the Brazilian Ministry of Health. We employed latent class analysis and multinomial logistic regression to assess the quality of care and its association with region and the Brazilian Deprivation Index. Three patterns of quality of care were identified: high, intermediate, and low adequacy. The “high adequacy” pattern included 22.5% of teams, “intermediate adequacy” 60.2%, and “low adequacy” only 17.3%. Teams in the Northeast Region were over twice as likely to belong to the “high adequacy” pattern (OR = 2.34; 95%CI: 1.15-4.76) compared with those in the Central-West Region. For teams located in municipalities with moderate and low deprivation, the chance of belonging to the “high adequacy” pattern was 2.04 (95%CI: 1.44-2.89) and 9.08 (95%CI: 4.54-18.14) times higher, respectively, compared with the high deprivation municipalities. This study identified three patterns of quality of child care, with most teams characterized by an “intermediate adequacy” pattern. The quality of care was associated with the municipality’s characteristics. The methodology used in this study proved effective in characterizing the quality of care in a more consistent way.

Resumo em Português:

Este estudo transversal avaliou associações de variáveis demográficas e socioeconômicas com o acúmulo de morbidades aos 40 anos de idade em participantes da coorte de nascimentos de Pelotas (Brasil) de 1982. Aos 40 anos de idade, os participantes do estudo foram convidados a visitar a clínica de pesquisa para serem examinados e responderam a um questionário online. Os sujeitos relataram diagnósticos médicos de diversas morbidades, que foram agrupadas de acordo com a 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças em quatro grupos (endócrino, cardiovascular, musculoesquelético e alérgico/respiratório). Utilizou-se a regressão logística ordinal para estimar a razão de chances proporcional e aplicou-se o teste de Brant para verificar a suposição de chances proporcionais. Utilizou-se a análise de classe latente para identificar padrões de multimorbidade e avaliou-se associações com fatores demográficos e socioeconômicos por meio de regressão logística multinomial. Ao total, 2.986 participantes foram incluídos no presente estudo. Um total de 48,1% relataram pelo menos um distúrbio endócrino, 26,6% relataram morbidades cardiovasculares, 59% morbidades alérgicas/respiratórias e 32,5% morbidades musculoesqueléticas. Na análise de classe latente, três padrões de morbidade foram identificados: relativamente saudável, metabólico e alérgico/respiratório. A chance de pertencer a uma categoria mais alta de morbidades cardiovasculares foi maior entre os negros (OR = 1,79; IC95%: 1,43; 2,24), enquanto o nível socioeconômico mais baixo se associou à menor chance de pertencer a uma categoria mais alta de morbidades alérgicas/respiratórias (OR = 0,59; IC95%: 0,47; 0,74) e a maior chance de pertencer a uma categoria mais alta de morbidades cardiovasculares e musculoesqueléticas. Nossos achados sugerem que múltiplas morbidades ocorrem em diferentes direções, dependendo dos níveis socioeconômicos e educacionais.

Resumo em Espanhol:

Este estudio transversal evaluó la asociación de variables demográficas y socioeconómicas con la acumulación de morbilidades a los 40 años de edad en participantes de la cohorte de nacimiento de Pelotas (Brasil) de 1982. A los 40 años, se invitó a los participantes del estudio a visitar la clínica de investigación para ser examinados y completar un cuestionario en línea. Los sujetos reportaron diagnósticos médicos de diversas morbilidades, que fueron agrupadas según la 11ª revisión de la Clasificación Internacional de Enfermedades en cuatro categorías (endocrinas, cardiovasculares, musculoesqueléticas y alérgicas/respiratorias). Se utilizó la regresión logística ordinal para estimar la odds ratio proporcional, y la prueba de Brant para verificar la hipótesis de probabilidad proporcional. Se utilizó el análisis de clases latentes para identificar patrones de multimorbilidad y se evaluó su asociación con factores demográficos y socioeconómicos mediante regresión logística multinomial. En el presente estudio se incluyeron 2.986 participantes. El 48,1% informó de al menos un trastorno endocrino, el 26,6% de morbilidades cardiovasculares, el 59% de morbilidades alérgicas/respiratorias y el 32,5% de morbilidades musculoesqueléticas. En el análisis de clases latentes, se identificaron tres patrones de morbilidad: relativamente saludable, metabólico y alérgico/respiratorio. La probabilidad de encontrarse en una categoría más alta de número de morbilidades cardiovasculares era mayor entre las personas de raza negra (OR = 1,79; IC95%: 1,43; 2,24). Mientras que un menor nivel socioeconómico se asoció con menores probabilidades de pertenecer a una categoría superior en el número de morbilidades alérgicas/respiratorias (OR = 0,59; IC95%: 0,47; 0,74) y mayores probabilidades de pertenecer a una categoría superior en el número de morbilidades cardiovasculares y musculoesqueléticas. Nuestros hallazgos sugieren que las multimorbilidades ocurren en direcciones diferentes según los niveles socioeconómicos y educativos.

Resumo em Inglês:

This cross-sectional study assessed the association of demographic and socioeconomic variables with comorbidities at 40 years of age in participants of the 1982 Pelotas (Brazil) birth cohort. At age 40, study participants were invited to visit the research clinic to be examined and answered an online questionnaire. Subjects reported medical diagnosis of several morbidities that were grouped according to the 11th revision of the International Classification of Diseases into four groups (endocrine, cardiovascular, musculoskeletal, and allergic/respiratory). Ordinal logistic regression was used to estimate the proportional odds ratio, and Brant test to check the proportional odds assumption. Latent class analysis was used to identify multimorbidity patterns, and their association with demographic and socioeconomic factors was evaluated via multinomial logistic regression. A total of 2,986 participants were included in this study. At least one endocrine disorder was reported by 48.1% participant, cardiovascular morbidities by 26.6%, allergic/respiratory morbidities by 59%, and musculoskeletal morbidities by 32.5% of participants. In the latent class analysis, three morbidity patterns were identified: relatively healthy, metabolic and allergic/respiratory. The odds of being in a higher category of number of cardiovascular morbidities was higher among blacks (OR = 1.79; 95%CI: 1.43; 2.24). Notably, lower socioeconomic status was associated with a lower odds of being in a higher category of number of allergic/respiratory morbidities (OR = 0.59; 95%CI: 0.47; 0.74) and a higher odds of being in a higher category of number of cardiovascular and musculoskeletal morbidities. Our findings suggest that multiple morbidities occur in different directions depending on the socioeconomic and educational levels.