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PÂRLOG, Aba-Carina. Intersemiotic translation: Literary and Linguistic Multimodality. Cham: Palgrave MacMillan, 2019. 80 pp.

PÂRLOG, Aba-Carina. Intersemiotic translation: Literary and Linguistic Multimodality. Cham: Palgrave MacMillan, 2019. 80 pp.

Intersemiotic Translation: Literary and Linguistic Multimodality é uma obra escrita por Aba-Carina PârlogPârlog, Aba-Carina. Intersemiotic translation: Literary and Linguistic Multimodality. Cham: Palgrave MacMillan, 2019. 80 pp., doutora em filologia e pesquisadora do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da Universidade do Oeste de Timi?oara na Romênia. O livro é organizado em sete capítulos: um capítulo introdutório, cinco capítulos conteudísticos e, por fim, um capítulo conclusivo.

A referida obra se concentra em apresentar pontos básicos acerca do estudo da tradução Intersemiótica, explicando seu complexo processo a fim de obter uma compreensão do conteúdo semântico (o significado) como peça-chave de várias formas de expressão e codificações. Segundo a autora, isso é fundamental para a clareza das relações entre a diversidade tipológica dos signos que vão se diferenciando conforme seus elementos de relação envolvidos no processo de construção do significado. Essas são as notas do primeiro capítulo – introdutório, juntamente com uma breve revisão do conteúdo que o leitor irá encontrar durante os estudos, que as linhas gerais seguirão as bases epistemológicas desenvolvidas pela teoria geral dos signos de Charles S. Peirce, bem como as notas sobre semiologia de Ferdinand de Saussurre.

Em Intersemiotic Translation and Multimodality (capítulo II) encontram-se as diversas faces da intersemiótica por uma perspectiva de um prisma, em que deve se considerar suas multiformes mudanças, o conteúdo deve ser visto como uma complexidade de domínios de um conjunto de manifestações da comunicação. Destaca-se na parte referida, o emprego da mensagem em dois movimentos: i) a decodificação mental, verbal ou textual, ii) recodificação mental, verbal ou textual. Um ponto importante a ser visto: análise e tipologia semiótica de Roland Posner para diversos movimentos de causas semióticas: o sinal, o indicador, a expressão e o gesto.

Em Aesthetics, Discourse and Ekphrasis (capítulo III) o conteúdo a ser discutido gira em torno da mudança semântica entre o conteúdo verbal e o não-verbal, aponta-se a chamada flutuação de ideias, que é criada pelo movimento comunicativo das diversas mídias. O ponto-chave do capítulo encontra-se no detalhamento relacionado aos problemas conceituais e semióticos acerca do conteúdo da beleza da linguagem e suas manifestações de significado, a saber: figuras de linguagem, eufonias e fórmulas semióticas que são empregadas nas diversas artes com o intuito de precisar o significado. Outro ponto importante a ser visto, é o domínio acerca do conceito de ekphrasis, que tem um grau relevante para a criatividade de um discurso vívido na produção literária, em que seu uso se torna expressivo para a multiplicidade de significações, que embelezam as diversas representações conotativas, elementos de estética intrinsicos do discurso literário. Três são os tipos fundamentais de ekphrasis: a comum, a reversa e a nocional.

O capítulo seguinte, Visual and Verbal Code Translation, traz uma exposição acerca da codificação, comunicação e multimodalidade. Segundo Pârlog, a tradução intersemiótica inclui diversas etapas de transformação que sugerem um processo de decodificação de mídias visuais, bem como textos verbais. Para ela, a multimodalidade deve ser considerada conforme a classe de códigos que alguém deseja usar para expressar uma ideia de determinada maneira. A autora tomou a ideia de Chandler para descrever a classificação de códigos, que são: i) códigos sociais, ii) códigos textuais, e iii) códigos interpretativos. Esses códigos, que se dividem em outros subcódigos, são noções semióticas de natureza filosófica, e geralmente são empregados para traduzir a realidade externa por meio de uma tradução intersemiótica, e sempre visando a intenção de pensar, agir e possibilitar modos de manipular os espectadores.

No quinto capítulo, Direct and Indirect Intralingual Translation, Pârlog apresenta os aspectos positivos e negativos de trabalharmos com tradução intraligual. Esse tópico é fundamental para pesquisadores e estudantes que ainda não têm uma experiência com o uso de fórmulas linguísticas, cujo intercâmbio semântico pode variar conforme as diversas situações de comunicação, com as sutilezas de muitas expressões apresentando dificuldades para os iniciantes da tradução. A pesquisadora também se fundamenta nas ideias de Jakobson acerca da tradução intralingual. Segundo o teórico, trata-se da transposição de um texto para outro no mesmo idioma, que pode ter dois movimentos, a saber: i) tradução direta intralingual, que é operada por meio de reformulação ou paráfrase, ii) tradução direta intralingual, feita por meio de adaptação ou tradução livre. Pârlog enfatiza que as dimensões inovadoras e mutações em outros idiomas são difíceis de rastrear, contudo a tradução intralingual é uma ferramenta cultural necessária à reformulação, e como tal, corresponde aos requisitos da multimodalidade.

A última parte conteudística do livro, The Constraints of the Interlingual Translation, se concentra nas restrições da tradução Interlingual, como continuação da parte do capítulo anterior. De acordo com Pârlog, a tradução Interlingual é um meio fundamental e indispensável para todas as cultuas em que a reformulação se encontra na base da criação de novos textos destinados a responder ao processo multimodal cujas formas de expressão estão disponíveis na sociedade hodierna. Ao longo do capítulo, ela apresenta os problemas com ferramentas virtuais de tradução, como o Google Translator e o Google Neural Machine Translation. Utiliza teóricos como Bruno Finetti, Claude E. Shannon e Peter Newmark.

Entre as últimas ideias, nota-se a relevância e o papel fundamental da obra de Pârlog para o campo da linguística, tradução, literatura e sobretudo a intersemiótica. Portanto, direcionamos positivamente a leitura da obra como material indispensável para a pesquisa intersemiótica, visto que sem semiótica, alguém se perderia na atividade de codificar o significado e seria praticamente incapaz de interagir de maneira sensata e pertinente. E com a obra em mãos, o processo e a pesquisa acerca das multimodalidades de tradução poderão garantir a compreensão das especificidades que giram em torno das línguas, seja verbal/textual seja gestual, apesar das multiformes restrições no campo literário.

Referências

  • Pârlog, Aba-Carina. Intersemiotic translation: Literary and Linguistic Multimodality Cham: Palgrave MacMillan, 2019. 80 pp.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    17 Set 2021
  • Aceito
    08 Nov 2021
  • Publicado
    Fev 2022
Universidade Federal de Santa Catarina Campus da Universidade Federal de Santa Catarina/Centro de Comunicação e Expressão/Prédio B/Sala 301 - Florianópolis - SC - Brazil
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