Resumo
A atividade tradutória de Eugénio de Andrade constitui uma parte conspícua, porém pouco estudada, da sua produção. O poeta não deixou estudos sistemáticos a esse propósito, mas acompanhou os seus trabalhos com reflexões breves e assistemáticas. No presente estudo, analisaremos vários paratextos (Genette, 1987Genette, Gérard. Introduction à l’architexte. Paris: Éditions du Seuil, 1979.; Batchelor, 2018) com o objetivo de individuar o método tradutório do poeta e esclarecer a sua relação com esta atividade. Veremos como a prática tradutória comporta para o autor a análise comparativa das versões em várias línguas e o estudo filológico dos textos, delineando-se, assim, um método que apresenta elementos comuns com algumas das mais modernas teorias sobre a tradução (Buffoni, 2004; Meschonnic, 1999, 2006). A análise permitirá, ainda, mostrar que Eugénio de Andrade encara o texto como “texto em movimento”.
Palavras-chave
paratextos; tradução; método tradutório; Eugénio de Andrade; poesia