RESUMO
A Argentina possui um campo científico dinâmico, predominantemente público, que triplicou a quantidade de pesquisadores em tempo integral na última década e repatriou mais de mil pesquisadores argentinos que haviam emigrado em épocas de crise. Paralelamente, no entanto, aprofundou-se a polarização entre os cientistas internacionalizados e aqueles de orientação mais endógena. Ainda que tendências autônomas e heterônomas convivam em todo o campo, foram consolidados circuitos segmentados de consagração, os quais evidenciam a disputa entre dois tipos de prestígio: um internacional versus outro local/nacional. Na primeira parte desse artigo, analisamos a morfologia desta elite acadêmica bifronte e descrevemos as suas formas de produção e circulação. Na segunda parte, concentramo-nos no perfil internacionalizado, através de um estudo empírico das publicações “mais relevantes” escolhidas por pesquisadores do Consejo de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) quando se solicita promoção.
Argentina; campo científico periférico; culturas avaliativas; publicações científicas; elites acadêmicas