RESUMO
O artigo analisa o modo como é representada a Guerra das Malvinas num produto audiovisual oficial dirigido ao público infantil, no marco de um incipiente e progressivo interesse das autoridades nacionais por recolocar a revisão da “Questão Malvinas” na agenda política argentina. Indaga sobre as representações da guerra e dos adversários, reflete sobre os elementos apresentados para pensar a questão e propõe compreender se este material se distancia ou não da função romântica que a história tradicionalmente desempenhou como disciplina escolar, para ponderar, em função disso, seus limites e possibilidades. Nosso estudo se baseou na análise do discurso audiovisual e na comparação historiográfica. Desta indagação concluímos que, por um lado, o Estado conseguiu, a partir da linguagem dos desenhos animados, restabelecer um papel significativo para o texto oficial em matéria de transmissão histórica. Por outro, como proposta educativa oficial, constitui uma oferta cultural em dívida com certos conceitos que fazem com que a formação cidadã e a promoção do pensamento crítico, por meio do ensino de como pensar historicamente, sejam uma forma de socialização quanto ao passado num marco educativo.
Zamba; ensino de história; público infantil; guerra das Malvinas; identidade nacional