RESUMO
O artigo aborda a participação de sociólogos rurais norte-americanos em missões técnicas na América Latina, durante a Segunda Guerra Mundial, como parte dos programas de cooperação interamericana dos EUA. Argumenta que o contexto político e intelectual da Era Roosevelt, assim como a matriz comunitarista de pensamento da sociologia rural, contribuíram para que esses cientistas sociais lançassem um olhar particular sobre os vizinhos ao Sul do Rio Grande. Esses povos foram concebidos não apenas como economicamente atrasados, mas também como lócus de experimentos societais originais que poderiam, no curso de seu desenvolvimento, contornar aqueles que eram considerados os efeitos deletérios da modernização capitalista nos EUA, como o individualismo dissolvente dos laços comunitários. Focalizando o caso de T. Lynn Smith, que atuou como analista agrícola no Brasil e na Colômbia, indica como tal diagnóstico sobre os potenciais de desenvolvimento da América Latina envolveu igualmente diálogos com tradições locais de pensamento.
Escritório de Relações Agrícolas Estrangeiras; Modernização; Sociologia Rural; América Latina; T. Lynn Smith