RESUMO
Apesar da precariedade e o declínio geral da atividade sindical, têm sido redescobertas experiências de revitalização e contramovimentos desde os trabalhadores, os que se apresentam como feitos heroicos e sem efeitos estruturantes sobre as condições de trabalho, em um panorama de mercantilização progressiva da sociedade. A partir do estudo de caso de Walmart no Chile, é sustentado que a atividade sindical ao interior da empresa tem promovido a transformação de seu regime de trabalho, passando de um “despótico” baseado na inseguridade salarial, o abuso e as práticas anti-sindicato, a outro “hegemônico segmentado”, com melhores tratos, tentativas de controle normativo, fomento da sindicalização e benefícios materiais desiguais. Conclui-se reafirmando as teses de que a organização autônoma dos trabalhadores é possível em contextos de precarização, que a precariedade é reversível e que o controle do trabalho no retalho tem limites de reprodução sob mecanismos puramente despóticos e de anti-sindicato.
regime de trabalho; sindicatos; varejo; compromisso de classes