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As Tensões de um Julgamento Político: a “Doutrina da Responsabilidade dos Ministros” de Benjamin Constant entre o Arbítrio e a Discricionariedade* * Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que financiou, por meio dos processos 2015/21607-6 e 2017/03986-5, a pesquisa de doutorado de que este artigo é resultado. Agradeço também à Profa. Eunice Ostrensky (Universidade de São Paulo - USP) e ao Prof. Frédéric Brahami (École des Hautes Études en Sciences Sociales - Ehess), que orientaram essa pesquisa de doutorado, e aos pareceristas anônimos da Dados, cuja leitura atenta e sugestões fundamentadas possibilitaram um aprimoramento da primeira versão deste artigo. Uma versão preliminar deste artigo foi apresentada na Área Temática de Teoria Política do 12º Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), realizado de 19 a 23 de outubro de 2020, em formato online.

The Tensions of a Political Judgement: Benjamin Constant’s “Doctrine of the Accountability of Ministers” Between Arbitration and Discretion

Les Tensions d’un Jugement Politique : « La Doctrine de la Responsabilité des Ministres » de Benjamin Constant entre l’Arbitraire et le Discrétionnaire

Las Tensiones de un Juicio Político: La “Doctrina sobre la Responsabilidad de los Ministros” de Benjamin Constant entre la Arbitrariedad y la Discreción

RESUMO

O artigo tem por objeto a teoria da responsabilidade dos ministros de Benjamin Constant. O objetivo é analisar essa teoria por um ângulo distinto daquele que se preocupa com a maturação do regime parlamentar na França – o quadro de referências por meio do qual a elaboração de Constant a esse respeito é, em geral, avaliada. Procurando compreender o problema político específico que o autor buscava resolver dentro de seu contexto histórico, sustentamos que a questão era como realizar, nos marcos do estado de direito, um julgamento discricionário de atos governamentais que só poderiam ser configurados como delitos em função de uma contingência política impossível de ser enquadrada pela lei. A singularidade dessa preocupação de Constant é demonstrada por meio de um contraste com outras interpretações da Carta de 1814 formuladas no início da Restauração, as quais buscavam afastar a decisão arbitrária e submeter a dinâmica política a princípios fixos.

Benjamin Constant; responsabilidade dos ministros; arbítrio; contingência; Restauração

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