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Do Imaginário Marítimo de Nabuco* * As visões contidas neste artigo são expressas a título pessoal e não buscam representar as do Ministério das Relações Exteriores. O autor agradece a Ricardo Benzaquen de Araújo (in memoriam), Evaldo Cabral de Mello, Christian Lynch, Mário Hélio Gomes de Lima, Fabiano Bastos Moraes, Bruno Simões e aos pareceristas anônimos pelas críticas e indicações, isentando-os todavia de qualquer responsabilidade pelo conteúdo deste artigo.

On Nabuco’s Maritime Imagination

De l’Imaginaire Maritime de Nabuco

El Imaginario Marítimo de Nabuco

RESUMO

O artigo realiza uma análise textual dos escritos de Joaquim Nabuco na fase abolicionista para sustentar a tese de que, em sua reflexão, o Brasil forma-se a partir do mar. Essa formação é apresentada, em diálogo crítico com o historiador Oliveira Martins, como uma passagem da colônia deformada, enclausurada no Atlântico Sul imoral do tráfico de cativos, para a nação reformada, integrada ao oceano unificado sob hegemonia inglesa em torno de valores humanos. Embora não descarte um modo de vida telúrico no futuro, o autor se revela cético quanto à ideia de uma sociedade afastada do influxo eurocêntrico do mar. O artigo contrapõe-se a duas tendências da literatura especializada: reduzir o espaço brasileiro à terra brasileira e esvaziar o alcance da reflexão de Nabuco sobre a ordem mundial. Procura contribuir, nesse sentido, para a compreensão de uma perspectiva transoceânica de Nabuco, qualificado como um pensador marítimo sobre a realidade política e social brasileira.

Joaquim Nabuco; transoceanismo; pensamento político e social brasileiro; tráfico transatlântico de cativos; Joaquim Pedro de Oliveira Martins

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