RESUMO:
O estatuto semântico do prefixo des- no português tem sido um tópico bastante discutido na literatura recente. Neste trabalho, objetiva-se retomar os dados de Bona (2014)DE BONA, Camila. 2014. Os prefixos de negação des- e in- no PB: Considerações morfossemânticas. Dissertação (Mestrado em Letras), Instituto de Letras, UFRGS, Porto Alegre. para verificar a hipótese de que o prefixo des- tenha passado a denotar apenas a reversão de uma trajetória de mudança (aplicando-se produtivamente a verbos de mudança ou nomes deverbais), não mais se configurando como um prefixo de negação de estado. Para fins de análise, como referencial teórico, elegemos o modelo de Lieber (2004)LIEBER, Rochelle. 2004. Morphology and Lexical Semantics. Cambridge: Cambridge University Press., o qual apresenta um conjunto de traços semânticos para a descrição de afixos, tais como [-Loc], para negações, e [+IELTS], para trajetórias. Concomitante a isso, uma pesquisa diacrônica sobre a datação de entrada desses itens lexicais no português foi feita, além de uma comparação com itens neológicos, para avaliar a produtividade, no português brasileiro atual, do prefixo des-.
Palavras-chave:
Prefixo des-; Semântica lexical; Reversão; Negação