O objetivo do trabalho foi analisar a política linguística da Igreja em relação à confissão em contexto multilíngue entre os séculos XVI e XVIII. As fontes documentais utilizadas na análise foram as discussões teológicas europeias a respeito da legitimidade (ou não) do intérprete nesse contexto religioso e os confessionários em línguas indígenas produzidos pela evangelização espanhola e portuguesa. Os confessionários nas línguas indígenas foram observados pelas marcas gráficas usadas para guiar o missionário no diálogo com o penitente. A forma de organização dos confessionários nas línguas indígenas foi a de um gênero textual voltado para o aprendizado de língua estrangeira. Em particular, foram comparadas as posições dos jesuítas no Brasil em relação ao intérprete em duas conjunturas, antes e depois da fixação de um confessionário tupi. Na conclusão, foram observadas as adaptações que a discussão europeia a respeito do intérprete recebeu na evangelização dos índios.
confissão; intérprete linguístico; confessionários; índios