RESUMO.
Alterações na função executiva e nos aspectos motores podem comprometer o prognóstico de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL) e favorecer a evolução para demência.
Objetivos:
O objetivo deste estudo foi investigar alterações na função executiva e na marcha e determinar a associação entre alterações nessas variáveis.
Método:
Foi realizado um estudo longitudinal de 32 meses com 40 voluntários: 19 com cognição preservada (PrC), 15 com CCL e 6 com doença de Alzheimer (DA). A função executiva e a velocidade da marcha foram avaliadas por meio de bateria de avaliação frontal, do teste de desenho do relógio e do teste de caminhada de 10 metros. Para a análise de dados, o coeficiente de correlação produto-momento de Pearson, ANOVA de medidas repetidas bidirecional e o qui-quadrado foram realizados.
Resultados:
Após 32 meses, houve melhora na função executiva em todos os grupos (p=0,003). No início do estudo, a velocidade da marcha foi mais lenta nos indivíduos com CCL e DA em comparação com os PrC (p=0,044), que foi mantida após o acompanhamento (p=0,001). Houve aumento significativo no número de etapas em todos os grupos (p=0,001). Não foi encontrada associação significativa entre alterações na velocidade da marcha e função executiva.
Conclusões:
Deve-se levar em consideração que a marcha se deteriora antes da função executiva para planejar intervenções e estratégias de saúde para essa população.
Palavras-chave:
velocidade de caminhada; estudos longitudinais; cognição; disfunção cognitiva; envelhecimento