OBJETIVO:
Investigar aspectos preservados e dificuldades na escrita de palavras e pseudopalavras em adultos que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) à esquerda e à direita e discutir os perfis de disgrafia adquirida nesses indivíduos.
MÉTODOS:
Investigaram-se perfis de disgrafia adquirida a partir da avaliação das habilidades e dificuldades na escrita de palavras e pseudopalavras de seis adultos que sofreram AVC no hemisfério direito (LHD) e no hemisfério esquerdo (LHE), comparados a adultos neurologicamente saudáveis. Realizou-se análise de séries de casos com os pacientes que apresentaram desempenho deficitário na escrita de palavras, que indicavam a presença de uma disgrafia adquirida.
RESULTADOS:
Foram identificados dois casos com disgrafia lexical (sendo um com LHE e outro com LHD), um caso com disgrafia fonológica, um com disgrafia periférica, um com disgrafia mista e um com disgrafia por déficit no buffer grafêmico, todos estes com LHE. Destacou-se nesse estudo a heterogeneidade das habilidades linguísticas dos casos clínicos, discutidas de acordo com o modelo cognitivo de dupla-rota de escrita.
CONCLUSÃO:
O maior prejuízo encontrado nos pacientes com LHE ressalta a importância desse hemisfério cerebral para o processamento da escrita de palavras. A presença de um caso com LHD com perfil de disgrafia lexical destaca a necessidade de melhor estudar o papel do hemisfério direito no processamento de palavras. Espera-se que esse estudo contribua para o planejamento de estratégias de intervenção neuropsicológica direcionadas à escrita de palavras.
agrafia; neuropsicologia cognitiva; linguagem escrita; dominância cerebral