Resumo
O conceito de funcionalidade se reveste de grande importância, uma vez que, o diagnóstico de Demência pressupõe a existência de comprometimento funcional. Os instrumentos que avaliam o desempenho funcional apresentam algumas limitações, na maioria das vezes, é feita a partir do relato do cuidador. Alguns estudos da literatura internacional avaliaram esta questão e concluíram que existe diferença entre o relato do cuidador e a avaliação direta do paciente. O cuidador americano e europeu tende a minimizar as limitações funcionais do paciente. No entanto, essa questão não foi investigada em nosso meio até o momento. Objetivo: Comparar as informações do cuidador com avaliação direta do desempenho do paciente, frente a um mesmo questionário de avaliação funcional. Métodos: Dos 72 pacientes e cuidadores atendidos pela Terapia Ocupacional do Ambulatório de Neurologia Comportamental no período entre 1999 e 2001, um número de 25 pacientes e cuidadores atenderam aos critérios de inclusão: ter diagnóstico confirmado de demência segundo o DSM-IV; ter comparecido a três retornos ou mais e o cuidador pertencer ao seu núcleo familiar. Os demais foram excluídos pela não-aderência ao tratamento ou recusa em participar do estudo. O Questionário de Atividades Funcionais Pfeffer et al., 1982 foi aplicado, em situação simulada em laboratório, enquanto outro avaliador entrevistava os respectivos cuidadores. Os dados foram analisados com base no coeficiente Kappa ponderado e teste de Wilcoxon. Resultados: Foram encontradas diferenças significativas entre as respostas do cuidador e a observação direta do desempenho do paciente. As informações fornecidas pelos cuidadores não são fidedignas. O cuidador subestima a capacidade funcional do paciente.
Palavras-chave:
demência; avaliação funcional e terapia ocupacional.