Resumo
Declínio cognitivo, particularmente o funcionamento executivo é observado com aumento da idade em idosos saudáveis. No Brasil, a população idosa apresenta grande diversidade educacional. A fluência verbal semântica é um teste freqüentemente usado para detectar comprometimento cognitivo, avaliando funções executivas, linguagem e memória semântica. Objetivo: Investigar o efeito da idade e níveis educacionais na fluência semântica de animais em idosos saudáveis.
Métodos:
A amostra foi composta de 319 idosos saudáveis, divididos em duas categorias de idade e cinco níveis de escolaridade, provenientes de centros universitários de referência do Rio de Janeiro e São Paulo. Todos apresentaram: preservação do funcionamento cognitivo global, independência nas atividades da vida diária e não preencher critérios para demência. Todos os participantes foram submetidos à avaliação neurológica e neuropsicológica.
Resultados:
Houve correlação entre idade e desempenho na tarefa de fluência verbal animais (r= -0,26, p<0,01), não confirmada quando os anos de escolaridade foram incluídos como covariante no ANCOVA univariado. Diferenças significativas foram encontradas entre escolaridade e desempenho da fluência verbal animais tanto na análise de correlação (r=0,42, p<0,01) quanto na análise ANCOVA (F=18,8, p<0,05). Analfabetismo foi associado ao pior desempenho, enquanto o nível universitário foi associado com o melhor desempenho na fluência verbal de animais.
Conclusão:
A maior diferença de desempenho na fluência verbal animais foi encontrada nos primeiros anos de escolarização (processo de aprendizagem da alfabetização) quando comparado com os analfabetos e quando se finaliza o ensino médio e ingressa na universidade comparado aos demais níveis de escolaridade. Estes estágios estão associados com o aperfeiçoamento da memória semântica e de funções executivas, que são essenciais para o desempenho no teste de fluência verbal.
Palavras-chave:
idosos saudáveis; fluência verbal semântica; nível educacional.