RESUMO
Objetivo:
Avaliar o papel preditivo da educação e da frequência de hábitos de leitura e de escrita (FHLE) na flexibilidade cognitiva e planejamento de idosos saudáveis.
Métodos:
Cinquenta e sete adultos saudáveis com idade entre 60 e 75 anos e de 2 a 23 anos de escolaridade foram avaliados quanto à frequência com que liam e escreviam diferentes tipos de texto, assim como seu número de anos de educação formal. Ainda, suas funções executivas foram examinadas pelos Testes Hayling e Wisconsin de Classificação de Cartas Modificado (MWCST).
Resultados:
Correlações positivas de fracas a moderadas foram encontradas entre a educação, a FHLE e o número de categorias completadas no MWCST. Ainda, estas variáveis correlacionaram-se negativamente com o número de erros perseverativos e não perseverativos na tarefa. Somente a FRWH correlacionou-se com o número de rupturas no MWCST. O tempo e acurácia no Teste Hayling correlacionaram-se apenas com a educação de participantes. Tanto a educação quanto a FHLE foram preditores significativos do desempenho no MWCST, e a combinação destas duas variáveis teve maior impacto no desempenho da tarefa do que qualquer uma delas isoladamente. A variabilidade no desempenho no teste Hayling foi melhor explicada pela educação dos idosos.
Conclusão:
Nesta amostra de indivíduos idosos, a flexibilidade cognitiva esteve suficientemente preservada para permitir um desempenho adequado em tarefas verbais. No entanto, pode ter se beneficiado do estímulo adicional fornecido por hábitos de leitura e escrita regulares e por maior quantidade de anos de estudo formal em demandas não-verbais mais complexas.
Palavras-chave
envelhecimento; educação; leitura; redação; função executiva