RESUMO
A prevalência de demência está aumentando nos países em desenvolvimento, devido ao envelhecimento da população. Testes breves para a avaliação da cognição e atividades de vida diária são muito úteis para o diagnóstico de demência pelo médico. Baixa escolaridade, especialmente analfabetismo, é um obstáculo para o diagnóstico de demência em diversas regiões do mundo.
Objetivos:
Comparar a versão brasileira do teste Casi-S com o Mini Exame do Estado Mental (MMSE) e Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP) para o diagnóstico de demência de analfabetos idosos.
Métodos:
Estudo de corte transversal, com idosos de ambos os sexos, analfabetos, atendidos no Instituto de Geriatria e Gerontologia do município de Jundiaí, São Paulo. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Spearman.
Resultados:
A amostra foi composta por 29 idosos analfabetos, com médias de escore no Casi-S e no MEEM de 11,69 (variando de 3 a 23 pontos) e 12,83 (variando entre 2 a 23 pontos), respectivamente. Observou-se uma correlação forte e significativa entre o Casi-S e o MEEM (r=0,75; p<0,001) e um coeficiente de correlação moderado, significativo e negativo entre o Casi-S e o QAFP (r= -0,53; p=0,003), o que foi semelhante ao observado entre o MEEM e o QAFP (r= -0.41 p=0.025). Nota-se, portanto, uma correlação importante entre o MEEM e o Casi-S e valores moderados e significativos entre o desempenho cognitivo e o comprometimento nas atividades de vida diária.
Conclusão:
Observa-se que o Casi-S é um teste de fácil aplicação e correção, e que merece mais estudos sobre sua aplicabilidade no diagnóstico de demência em populações com heterogeneidade educacional.
Palavras-chave:
Casi-S; MEEM; QAFP; envelhecimento; cognição.