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Mini Exame do Estado Mental: revisão de pontos de corte ajustados para a escolaridade em uma grande amostra do sul do Brasil

Resumo

A elevação da expectativa de vida pode influenciar na prevalência das demências na população. Instrumentos que avaliem as funções cognitivas, como o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), são necessários para a investigação de demência. A suposição de que o resultado do MEEM de um paciente pode ser influenciado pelo nível de escolaridade demonstra a necessidade do estabelecimento de pontos de corte que levem em consideração a escolaridade. O objetivo deste estudo foi revisar os pontos de corte do MEEM ajustados para a escolaridade em uma grande amostra do sul do Brasil. Método: Dados demográficos e escores do MEEM de 968 indivíduos, 162 pacientes com demência e 806 participantes saudáveis foram analisados. A amostra foi agrupada de acordo com a educação. Para estabelecer os pontos de corte foi utilizada a Curva ROC. Resultados: A média de idade da amostra total foi 70,6±7,3 e a média de anos de estudo foi 7,2±5,3. O ponto de corte 23 (sensibilidade=86%), (especificidade=83%) foi o ponto que melhor detectou demência na amostra total. Considerando o nível de escolaridade, os pontos de corte foram: 21 no grupo de analfabetos (sensibilidade=93%, especificidade=82%), 22 no grupo de baixa escolaridade (sensibilidade=87%, especificidade=82%), 23 no grupo de média escolaridade (sensibilidade=86%, especificidade=87%) e 24 no grupo de alta escolaridade (sensibilidade=81%, especificidade=87%). Conclusões: Os pontos de corte, quando se considera a escolaridade, podem aperfeiçoar a avaliação clínica dos déficits cognitivos.

Palavras-chave:
Mini Exame do Estado Mental; cognição; avaliação cognitiva; nível educacional; pontos de corte

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