RESUMO.
A flutuação dos sintomas na doença de Parkinson é uma complicação frequente em longo prazo. Pouco é conhecido sobre a prevalência e a incidência de flutuações de sintomas não motores (SNM), principalmente na população brasileira.
Objetivo:
Verificar a frequência das flutuações dos SNM e sua relação com outros aspectos da doença de Parkinson em pacientes acompanhados em ambulatório de movimentos anormais do Hospital das Clínicas de Salvador, Bahia.
Métodos:
Trata-se de um estudo de corte transversal, no qual os pacientes foram avaliados quanto à presença de flutuações utilizando-se o Wearing-Off Questionnaire (WOQ-19).
Resultados:
O total de 37 pacientes (11 mulheres e 26 homens) participou do estudo. A frequência de flutuações dos SNM foi de 54,1% (90,9% no sexo feminino e 38,5% no sexo masculino). Ansiedade foi a flutuação não motora mais frequente (35,1%). O maior percentual de flutuações dos SNM (70%) encontrou-se no grupo cujo tempo de doença estava acima de seis anos. A maioria dos pacientes com flutuações motoras teve também flutuações dos SNM (66,7%). Nenhum paciente apresentou apenas flutuação de SNM.
Conclusões:
O presente estudo mostrou que, na população estudada, aproximadamente metade dos pacientes apresentaram flutuações dos SNM, sendo essa frequência maior no sexo feminino. Estes achados apontam para a importância do reconhecimento das flutuações dos SNM na população estudada, já que elas podem não ser espontaneamente citadas pelo paciente, passando despercebidas, não sendo diagnosticadas nem tratadas pelo neurologista e constituindo-se em agravante não desprezível na qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave:
Doença de Parkinson; Avaliação de Sintomas