RESUMO
Um alcance educacional mais elevado constitui um fator protetivo contra o declínio cognitivo em idosos. Todavia, os elementos subjacentes a esta associação ainda são pouco compreendidos.
Objetivo:
O principal objetivo deste estudo foi comparar indivíduos analfabetos com comprometimento cognitivo com analfabetos cognitivamente normais, de acordo com aspectos demográficos, morbidades, hábitos de vida e genótipo APOE.
Métodos:
Este é um estudo transversal da amostra de participantes analfabetos (n=174) do Estudo Pietà, um levantamento de base comunitária sobre envelhecimento cerebral bem sucedido, conduzido em Caeté (MG), Brasil. Os sujeitos foram categorizados em três grupos diagnósticos: cognitivamente normais, comprometimento cognitivo não demência e demência. Os grupos foram então comparados conforme variáveis selecionadas.
Resultados:
Indivíduos com demência eram mais idosos e apresentaram uma maior prevalência de relato de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório. Os três grupos não se mostraram diferentes em relação à demografia, prevalência de comorbidades, nível socioeconômico, perfil ocupacional prévio e frequência do alelo APOE-e4. A avaliação qualitativa de hábitos de vida, como o consumo de bebida alcoólica, fumo e engajamento em atividade física também foi semelhante entre os grupos.
Conclusão:
Não encontramos associações entre comprometimento cognitivo/demência e as variáveis investigadas nesta amostra comunitária de idosos analfabetos.
Palavras-chave
envelhecimento; comprometimento cognitivo; demência; idoso; analfabetismo