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A América Latina na crise mundial

A integração comercial e financeira global fortaleceu a classe capitalista em relação ao proletariado em cada país ao permitir às transnacionais deslocar suas empresas para países em que o custo da mão de obra é menor. A crise colheu a América Latina pela fuga das divisas fortes, extinção do crédito externo e queda das exportações, das inversões estrangeiras e das remessas dos emigrados. A crise se generaliza com as demissões em massa, a difusão do pânico que faz o crédito encolher, derrubando as vendas de bens de maior valor e os investimentos. Os governos do Primeiro Mundo trataram de resgatar os seus bancos falidos, comprando parte do seu capital ou sua totalidade com recursos do Tesouro. No Brasil, o governo faz que os bancos públicos estendam o crédito aos setores abandonados pelos bancos privados e baixem os juros que cobram. Os governos latino-americanos estimulam o mercado interno a absorver a produção que não enontra mais compradores no exterior mediante redistribuição da renda e aumento do investimento público. Nos últimos seis anos, os emergentes cresceram 50%, enquanto os industrializados cresceram apenas 10%, o que ampliou o número de nações cuja coordenação é indispensável para que a crise mundial possa ser domada do G-7 para o G-20. Uma das lições da crise é que, em lugar da globalização financeira, o povo de cada país deve ter o direito de decidir como seu excedente social deve ser administrado. A guarda do dinheiro do público e o seu empréstimo a investidores e consumidores devem ser reservados ao poder público e a entidades associativas sem fins de lucro.

Crise financeira internacional; Globalização financeira; Estatização de bancos falidos; Bancos públicos; Estatização da atividade financeira


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