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Um olhar sistêmico sobre a crise norte-americana

RESUMO

No contexto contemporâneo, a economia global pode ser descrita como um sistema baseado em agentes que, quando associados, manifestam seus próprios meios e fins. A crise das hipotecas subprime nos Estados Unidos é um bom exemplo das implicações desse tipo de relacionamento. Ela está diretamente relacionada a poderosos laços de realimentação, compostos por uma série de variáveis que amplificaram o fato de as famílias americanas terem se endividado em ritmo maior do que a sua distribuição de riqueza, prejudicada pela externalização da produção. Há atualmente uma nova estrutura na economia internacional, em que as ex-nações subdesenvolvidas estão mais bem posicionadas no cenário macroeconômico e têm maior poder do que antes - uma consequência do necessário rearranjo sistêmico. Diante dessa complexa dinâmica, a função de inteligência que deveria controlar e garantir a estabilidade sistêmica falhou em perceber a dinâmica e os impactos da nova cultura atrelada ao comportamento do capital contemporâneo, para evitar a perda da hegemonia. Observando-se ex post facto, por meio de um enfoque sistêmico, a crise econômica americana pode ser definida como tendo suas raízes nas premissas de todo o arcabouço cultural da globalização que acabou por conduzir à externalização da produção. Assim, o contexto sistêmico desta análise aponta que a cultura, como importante gerador e amplificador, deve ser o principal foco dos intentos de análise do atual contexto socioeconômico global.

PALAVRAS-CHAVE:
Globalização; Pensamento sistêmico; Crise do subprime; Transferência de riqueza; Sistemas baseados em agentes

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