resumo
A poesia de Manoel de Barros toma como uma de suas forças "esses começos de coisas/ indistinta". Ao dizer que queria apenas se ser nas coisas, ele designa o poeta enquanto "o aparelho de ser inútil", alguém que, através de um trabalho de desregramento do corpo, criando "inutensílios", é colocado em fusão com as coisas e em desobediência intensiva dos sentidos da língua. Esta desobediência atua diretamente na reconstrução material da frase que, perturbando a ordem, busca dizer o inominado, o larval, os ínfimos das coisas, as pré- ou antecoisas e o inominado da linguagem.
palavras-chave:
Manoel de Barros; Poesia; Aparelho de ser inútil; Inutensílio; Riso.