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85 anos no ensino da enfermagem brasileira

EDITORIAL

85 anos no ensino da enfermagem brasileira

Maria Antonieta Rubio TyrrellI; Antonio José de Almeida FilhoII

IDiretora da Escola de Enfermagem Anna Nery / UFRJ

IIEditor Chefe da Escola Anna Nery Revista de Enfermagem. Prof. Adjunto do Departamento de Enfermagem Fundamental. Docente do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação da EEAN/UFRJ. Pesquisador do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira (NUPHEBRAS)

A Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro está completando 85 anos (1923 – 2008) desde a inauguração do Curso de Graduação em Enfermagem. Criou-se, também, um Serviço de Enfermeiras vinculado ao Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), que contemplasse todas as atividades de enfermagem, e situou-se no mesmo nível hierárquico, na estrutura administrativa, que as inspetorias médicas; não possuía precedentes na história universal da Enfermagem. Para tanto, tornava-se imperativa a organização de uma divisão de ensino, o que era traduzido como a necessidade de criação de uma Escola de Enfermeiras1 de alto padrão, portanto, capaz de atender quantitativa e qualitativamente as demandas que se faziam prementes, em função da péssima condição de saúde à qual estava submetida grande parte da sociedade brasileira à época.

Para a organização da Escola de Enfermagem, foi então criada, em 1921, uma missão constituída de enfermeiras nor te-americanas, a Missão Técnica para o Desenvolvimento da Enfermagem no Brasil, sob a liderança de Ethel Parsons, graduada na Escola de Enfermeiras de Columbus, Ohio – Estados Unidos da América, e com formação especializada em saúde pública. Essa missão foi responsável pelo planejamento e organização da Escola de Enfermeiras do DNSP, hoje Escola de Enfermagem Anna Nery/UFRJ, que foi provisoriamente instalada em uma área contígua ao Hospital Geral de Assistência (atual Hospital Escola São Francisco de Assis/UFRJ), iniciando as atividades acadêmicas em 19 de fevereiro de 1923. Naquela ocasião, a primeira diretora, Clara Louise Kieninger, fez uma saudação à turma pioneira concluindo: "sejam bem-vindas", ficando, por isso, essa data conhecida como "o dia das bem-vindas".

Através do Decreto 17. 268, de 31 de março de 1926, esta escola passa a denominar-se Escola de Enfermeiras Dª. Anna Nery, em homenagem à insigne voluntária que era reconhecida como "mãe dos brasileiros", em função da assistência aos soldados feridos na guerra do Paraguai2. A criação da Escola de Enfermagem Anna Nery serviu de ponto de partida de muitas outras conquistas para a Enfermagem brasileira, dentre as quais destacamos duas, a fundação, em 1926, da Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas, atualmente Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn)2; e o primeiro periódico responsável pela difusão dos conhecimentos de enfermagem no país: os Annaes de Enfermagem, existente até os dias atuais, com a identificação de Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn)3. Atualmente a formação do profissional enfermeiro no país conta com a existência de inúmeros cursos de Enfermagem, distribuídos em todos os estados da federação, com isso contribuindo com a manutenção dessa categoria profissional na área da saúde, cujos desafios são crescentes e exigem atualização constante. Daí a importância dos eventos, programas, cursos e periódicos científicos, em quantidade cada vez mais expressiva. Nesse sentido, a Escola de Enfermagem Anna Nery também vem colaborando, cada vez mais, com a socialização do conhecimento científico difundido na Enfermagem e áreas afins, através de seu periódico "Escola Anna Nery Revista de Enfermagem", com grande investimento da direção, da coordenação geral de pós-graduação e pesquisa, de docentes, alunos de pós-graduação e de graduação dessa escola e de outras, em âmbito nacional e internacional. Tal empreendimento visa ao aprimoramento contínuo desse veículo, de reconhecida importância, sobretudo para a Enfermagem.

Assim, concluímos esse editorial com a certeza de que fazemos parte de um esforço comum em prol do engrandecimento da Enfermagem enquanto carreira acadêmica e profissão da área de saúde, inserida em um contexto político-social, técnico-científico e ético, de superação contínua.

  • 1. Sauthier J, Barreira IA. As enfermeiras norte-americanas e o ensino da enfermagem na Capital do Brasil: 1921 – 1931. Rio de Janeiro: Escola Anna Nery/UFRJ. 1999.
  • 2. Carvalho AC. Associação Brasileira de Enfermagem (1926 – 1976): documentários. Brasília: ABEn, 1976.
  • 3. Santos TC, Oliveira ST. Rachel Haddock Lobo: vida profissional e sua contribuição para a REBEn. Revista Brasileira de Enfermagem. 2002 maio-jun; 55(3): 264-68.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Nov 2009
  • Data do Fascículo
    Mar 2008
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