La enfermería de salud pública y las políticas públicas de salud: uno estudio de caso

Cunha, Carmen Maria dos Santos Lopes Monteiro da; Henriques, Maria Adriana Pereira; Costa, Andreia Jorge Silva

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Sumário

PESQUISA • Esc. Anna. Nery 25 (5) • 2021 • https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2021-0204 copiar

La enfermería de salud pública y las políticas públicas de salud: uno estudio de caso

Autoría SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumen

Objetivos

caracterizar las intervenciones del enfermero especialista en salud comunitaria y salud pública de un Grupo de Centros de Salud, identificar los principales fatores facilitadores para el desempeño de competencias, y la contribución a las políticas públicas de salud.

Método

estudio de caso, con enfermeros especialistas en enfermería de salud comunitaria y de salud pública. Recolección de datos realizada por entrevista, de octubre a diciembre de 2019. El análisis estuvo guiado por dos estrategias: partiendo de las proposiciones teóricas y trabajando con los datos emergentes; y dos técnicas: combinación de patrones, “pattern matching” y construcción de explicaciones, “explanation building”.

Resultados

De la matriz construida surgieron diez proposiciones teóricas, diez evidencias emergentes, cinco patrones y cinco hipótesis explicativas. Se destacan intervenciones de vigilancia epidemiológica, planificación y gestión de proyectos. El entrenamiento personal y la comunicación se destacan como factores facilitadores.

Conclusión e implicaciones para la práctica

La intervención del enfermero en estas especialidades presenta una dimensión centrada en la planificación y gestión de proyectos, identifica y refleja los factores facilitadores del desempeño de sus competencias, como aplicador de las políticas públicas de salud.

Palabras clave:
Enfermería de Salud Pública; Enfermeras de Salud Pública; Salud Pública; Políticas Públicas de Salud; Estudio de Caso

Padrões	Dados empíricos
1. O principal empenho da maior parte dos enfermeiros de saúde pública centra-se na vacinação.	1. Não encontramos qualquer correspondência ao primeiro padrão, relativo à vacinação, apuramos que se trata de uma atividade entre outras, como adiante fundamentaremos.
	2. O mesmo aconteceu no que se refere ao segundo padrão, pois não obtivemos dados a confirmar a prestação de serviços individualizados, mais do que comunitários.
	3. Para o terceiro padrão já encontramos combinações com os nossos dados empíricos, assumindo as seguintes dimensões:
2. A maior parte dos serviços é prestado a nível individual e não comunitário.	[…] a contribuição do enfermeiro se dilui na equipe, o enfermeiro está envolvido em muitas atividades, na falta de reconhecimento pelos pares e de valorização do papel do enfermeiro, falta de reconhecimento e falta de divulgação pública das intervenções do enfermeiro (E01).
	4. Relativamente ao quarto padrão, sobressaem diversas evidências nos nossos dados, em diferentes formulações: o enfermeiro não se sente bem se ficar limitado ao trabalho à secretária (E05); daí a vontade de que o modelo inclua mais a presença e intervenção do enfermeiro na comunidade (E05, E08); expressa a necessidade de um enfermeiro coordenador, por o modelo existente apenas prever um coordenador médico (E05); inclusão de mais recursos humanos e definição de funções (E02); manuais de procedimentos (E05); proposta de várias alterações, como encontros e jornadas (E02).
	5. O quinto padrão diz respeito aos fatores facilitadores para o desempenho das competências: verificamos que também o enfermeiro sublinha a importância da atualização contínua (E01), mais formação (E08), mas, sobretudo, mais e melhores recursos humanos e materiais (E02, E08).
3. Os enfermeiros de saúde pública estão envolvidos em muitas atividades, para prevenir doenças e contribuir para a saúde das populações. No entanto, as suas atividades nem sempre são visíveis para o público e para o decisor político.
4. A necessidade de um modelo diferente de serviços de saúde à comunidade, que implemente a colaboração e encontre denominadores comuns entre os membros da equipa de saúde pública.
5. A demonstração de uma aliança frutuosa, entre o trabalho académico e os profissionais no sentido de conseguirem prestar serviços eficazes, de qualidade, bem como a existência de novos recursos.

Hipóteses explicativas	Dados empíricos
1. O tipo de intervenção do enfermeiro da unidade de saúde pública não prevê apenas uma relação individualizada com o utente / cliente, e a sua ação não se centrará unicamente na vacinação.	Para a questão, da hipotética prevalência da atividade da vacinação, como a mais importante para o enfermeiro de saúde pública¹²12 Cunha C, Costa A, Henriques MA. Competências e intervenções do enfermeiro de saúde comunitária e de saúde pública: uma revisão de literatura. Atas CIAIQ2019 [Internet]. 2019; [citado 2020 abr 5];2:361-70. Disponível em: https://proceedings.ciaiq.org/index.php/CIAIQ2019/article/view/2038 https://proceedings.ciaiq.org/index.php/... 13 Cunha C, Henriques MA, Costa A. Investigação e inovação em saúde: intervenções do enfermeiro de saúde comunitária e de saúde pública. Rev ROL Enferm [Internet]. 2020; [citado 2020 abr 5];43(Suppl 1):32-42. Disponível em: https://e-rol.es/rol_2020/IC_RESEARCH_INNOVATION_DEVELOPMENT_NURSING_2019.pdf https://e-rol.es/rol_2020/IC_RESEARCH_IN... ^-¹⁴14 Cunha C, Costa A, Henriques MA. Community health and public health nursing: a systematic literature review. Gestão & Saúde. 2020;11(2):80-96. http://dx.doi.org/10.26512/gs.v11i2.29414. http://dx.doi.org/10.26512/gs.v11i2.2941... , apuramos que se trata de uma atividade nas intervenções do nosso enfermeiro enquanto:
	[…] responsável pela vacinação no ACES […] fazer a sessão de vacinação da gripe para lares e outras instituições, (E02). Outro que, […] até ao ano passado eu participava na vacinação, (E05). E ainda, um outro, […] colaboro na gestão do projeto da vacinação, […], e como também estou com a vacinação, inclui a gestão da gripe e das vacinas da gripe, nas várias unidades (E08).

	Essa realidade reforça um grande arsenal de intervenções, em que esse enfermeiro está envolvido, tais como:
	[…] investigação epidemiológica, tenho parcerias, reuniões de parcerias. Tenho dois grupos, um deles é um grupo de intervenção social de uma determinada área geográfica, […]. O outro grupo de intervenção social é o grupo do núcleo de apoio às pessoas sem-abrigo, […] tenho em trabalho de equipe, a gestão, faço parte da gestão, da vistoria aos lares e estabelecimentos perigosos. […] gestão do projeto de saúde mental (E01). […] faço a vigilância epidemiológica […] faço parte do plano de contingência da saúde sazonal, módulo inverno (E02). Sou responsável pelo SINAVE […] faço a vigilância epidemiológica por área geodemográfica. […] projeto de literacia em saúde […] a área de intervenção da diabetes (E05).
2. Como decorrência da anterior, também não identificamos uma prevalência de serviços individualizados, mais do que comunitários.	No que se refere a serviços a nível comunitário, obtivemos algumas evidências, como o fato de o enfermeiro, estar:
	[…] a trabalhar na área do tabagismo, quer na área da comunidade, para a comunidade livre de fumo, espaços ao ar livre, assim como nas áreas de saúde, […] área da saúde escolar, que também elaboramos um manual, […] para apoio às equipas de saúde escolar […] (E02). E faz a coordenação […] da vacinação e a gestão do programa da saúde escolar (E02). E também vou ao terreno, apoiar, colaborar com as colegas, orientar as colegas na vacinação, como ainda a semana passada estivemos nas unidades a apoiar, a orientar um bocadinho alguns procedimentos (E08).

3. O enfermeiro perceciona pouca visibilidade das suas intervenções, tendo em conta que está inserido numa equipe multidisciplinar, a que pertence.	Para a questão da (in)visibilidade para o público e decisores políticos, já encontramos evidências, dessa realidade, nos dados. Assim:
	[…] as atividades de enfermagem que acabam por ser englobadas numa equipe multidisciplinar. Na equipe multidisciplinar, neste momento, não é passível de avaliar quais são as atividades concretas que o enfermeiro fez (E05).
	[…] os profissionais que estão à nossa volta, não nos valorizam tanto como nós gostaríamos que fosse possível. Muitas vezes, até mesmo os nossos pares (E01).
	[…] perguntam o que é que vocês fazem na saúde pública, além da vacinação? (E08).

	E, por fim,
	[…] não se valoriza muito o trabalho da saúde pública, que é imenso. Por outro lado, também, às vezes, as próprias coordenações não fazem a devida divulgação, ou o marketing daquilo que nós, na realidade, produzimos na saúde pública. E, portanto, em termos, para fora, não há o impacto que devia haver (E01).
4. O enfermeiro está disponível para ver alterado o seu modelo de atuação, no sentido de estar mais no terreno, e voltado para a comunidade, mas também na dimensão organizacional, com um enfermeiro coordenador, definição de funções, recursos humanos e manuais de procedimentos.	Sobre a implementação de um modelo diferente de serviços à comunidade, vários depoimentos ilustram essa vontade:
	[…] que houvesse uma maior intervenção na comunidade, que os enfermeiros de saúde pública estivessem mais na rua, mais junto à população, mais junto das comunidades, porque só assim conseguimos ter sempre ganhos em saúde (E08).
	[…] depois de efetivar todo este trabalho de campo, em computadores, é preciso efetivamente ir para o terreno, avaliar e implementar medidas (E05).

	E, no que diz respeito aos recursos humanos,
	[…] as equipes são cada vez mais reduzidas para as áreas geográficas que nós temos (…) nós não conseguimos nem dar resposta ao trabalho que temos diariamente (E02). […] muitas vezes, quando se tem que intervir, a nível, para fora da saúde pública, às vezes, era importante que falássemos todos a mesma linguagem e, às vezes, isso não acontece (E01).

	É ainda notada, e aparentemente desejada, a presença de um coordenador de enfermagem, assim,
	[…] punha um quinto elemento de enfermagem, para haver uma chefe interna. Esta é a estratégia número um, para mim (E05).
5. O enfermeiro tem consciência de que é importante continuar a sua formação, mas também reconhece que outros fatores facilitam o seu desempenho, como boa comunicação, funções bem definidas, melhores instalações e condições de trabalho.	Relativamente aos fatores facilitadores de desempenho:
	[…] uma das coisas muito importantes no desempenho é o não pensar que aqueles conhecimentos que tem são suficientes (E01).
	[…] contribui melhor equipamento, flexibilidade de horário, equipes multidisciplinares, que tivéssemos mais pessoas, e ainda uma boa comunicação entre nós (E02). […] é muito importante definir funções, elaborar manuais de procedimentos (…), e depois dar visibilidade do trabalho (E05).
	[…] se eu tiver interiorizado bem as minhas competências, em cada área eu vou dar a resposta certa (E08).

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[1] Autor correspondente: Carmen Maria dos Santos Lopes Monteiro da Cunha. E-mail: carmencunha@campus.esel.pt.