Resumo
O fim da conversibilidade do dólar em ouro deu azo a um importante debate entre teóricos marxistas, em torno da atual natureza do dinheiro inconversível. Tendo em vista a especificidade da análise marxiana acerca da gênese, da essência e dos papéis desempenhados pelo dinheiro no interior da dinâmica da acumulação de capital, um ponto chave do debate diz respeito à sua atual validade. Constata-se que expressiva parte das interpretações marxistas acabam por se ater a determinações específicas e parciais do conceito de dinheiro, dissociando-o do conceito de capital. Em oposição a essa tendência, neste artigo procuramos apresentar relevantes “passos” desse conceito, para na sequência, à luz do evolver histórico, realizar uma breve incursão crítica pelo debate marxista contemporâneo em torno do tema, devotando atenção sobretudo às contribuições brasileiras. Esforça-se aí em apontar as virtudes e as deficiências de certas abordagens representativas, e se identifica nas análises de Prado (2013PRADO, E. F. S. (Neo)liberalismo: da ordem natural à ordem moral. Outubro, São Paulo, v. 18, p. 149-174, 2009., 2016aPRADO, E. F. S. Da controvérsia brasileira sobre o dinheiro mundial inconversível. Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, Niterói (SEP), Niterói, RJ, n. 35, p. 129-152, 2013., 2016bPRADO, E. F. S. From gold money to fictitious money. Brazilian Journal of Political Economy, São Paulo, v. 36, n. 1 (142), p. 14-28, 2016a.) um caminho para a solução de algumas controvérsias.
Palavras-chave:
Dinheiro; Dinheiro inconversível; Capitalismo contemporâneo; Capital fictício; Teoria marxiana do valor.