Acessibilidade / Reportar erro

Educação para a Inteireza do Ser - uma caminhada

Education for the Being's Wholeness - a journey

RESUMO

Ao percorrer uma caminhada entre medicina e educação nos últimos trinta anos, o autor desenvolve uma proposta teórica e prática para reposicionar o ser humano enquanto um todo inteiro - corporal, mental, social, cultural, ambiental e espiritual - o qual, por sua vez, também é parte de um Todo e em permanente conexão com o mesmo. Esta proposta está em sintonia com a visão de mundo transdisciplinar e holística. Além de redirecionar o conceito de saúde, o autor também propõe processos educacionais complementares, incluindo uma educação de acordo com as fases de vida e a convivência harmônica e voltada ao desenvolvimento da consciência em relação à Totalidade.

Palavras-chave
Educação Transdisciplinar e Holística; Saúde; Fases de Vida; Convivência Harmônica; Desenvolvimento da Consciência.

ABSTRACT

Trough a journey among Medicine and Education paths in the past 30 years, the author develops a theorical and practical proposal to replace the human being while considering him on the whole: corporally, mindfully, socially, culturally, environmentally and spiritually - which is also a part of this Whole Being and in permanently connection with it. This proposal is in accordance with the transdisciplinar and holistic world view. Besides redirecting the health's concept, the author also proposes complementary educational processes including an education according to the life's phases, to the harmonic living together and focused to the consciousness development in relation to the Totality.

Keywords
Transdisciplinar and Holistic Education; Health; Life's Phases; Harmonic Living Together; Consciousness Development.

Introdução

O momento atual no qual a humanidade se encontra é crítico tanto físico quanto psíquica, social, cultural, ambiental e espiritualmente. É uma situação que se torna cada vez mais insustentável e contribui para que os seres humanos afastem-se radicalmente de suas origens existenciais e transcendentais.

Se houver necessidade de nos rearranjarmos no planeta, em função de crises humanas ou não humanas (guerras, contaminação, poluição, descongelamento dos polos, erupções vulcânicas, tsunamis, terremotos), como mostram algumas projeções, estaremos frente a um problema de difícil solução: não estamos mais sintonizados com o planeta, seus habitantes e, muito menos, conosco mesmos.

Os processos educacionais atuais e as práticas de cuidado também refletem esta dissociação e cada vez mais se afastam do humano integral, voltadas que estão para uma visão de mundo materialista.

Ao percorrer uma caminhada entre medicina e educação nos últimos trinta anos venho desenvolvendo uma proposta teórica para reposicionar o ser humano como um todo inteiro, ao mesmo tempo em que é parte de uma Totalidade complexa e em permanente conexão com a mesma. Esta proposta está em sintonia com a visão de mundo transdisciplinar e holística.

Descrevo a aplicação prática destes processos em disciplinas da Universidade, nos cursos da Unipaz-Sul, no Movimento dos Guerreiros do Coração e em minha prática como psicoterapeuta, tanto no desenvolvimento da consciência, como na prática de cuidados integrais para o ser humano.

Debato sobre a necessidade e as possibilidades de realizarmos uma educação para a inteireza do Ser, contribuindo para uma educação e cuidado humanos que incluam o si mesmo, o outro, o planeta e sua conexão com o Universo. A partir disso, proponho a realização de processos educacionais complementares direcionados para uma educação da inteireza do Ser.

A Caminhada

Nos anos 1970, durante a realização de meu curso de medicina, havia muita discussão teórica sobre os destinos do Brasil, na época em pleno regime militar, e pouca atividade concreta de promoção de saúde. Para mudar esta percepção, junto com alguns colegas, iniciamos atividades de saúde comunitária na Vila Augusta, em Viamão - RS (Alcântara et al., 1980ALCANTARA, Aglaé G. et al. Vila Augusta: uma experiência de Análise Transacional em Saúde Comunitária. Arquivos de Medicina Preventiva, Porto Alegre, v. 1, n. 3, p.19-25, out/dez. 1980.). Esta prática alterou o rumo de minha vida: aprendi a respeitar o uso de ervas medicinais, simpatias e benzeduras; a organizar movimentos comunitários em prol da saúde, a trabalhar com diferentes grupos e a ensinar com o coração. Durante seus dez anos de atividades, a experiência envolveu alunos de diversos cursos, permitindo-me uma primeira experiência de convívio transdisciplinar profundo.

A partir de 1980, já como professor da Faculdade de Medicina e tendo realizado minha primeira formação em educação, passei a atuar, também, junto com outros professores da universidade, em projetos multidisciplinares como o Projeto Pericampus e o Projeto Itapuã1. Nestes projetos, experienciei diferentes maneiras de agir, utilizando distintas tecnologias: fitoterapia, dinâmica de grupos, parcerias com benzedeiras locais, técnicas da psicologia humanista, planejamento participativo e treinamento de agentes comunitários. Além disso, pude conviver com grupos de diferentes visões de mundo: professores e alunos de diversas faculdades da Universidade, grupos urbanos da periferia da Grande Porto Alegre e de sua zona rural.

As pessoas das comunidades em que trabalhávamos reuniam tal quantidade de conhecimentos sobre saúde (muito úteis na falta de recursos2) que me propus (ingenuamente) a realizar um mestrado para organizar seus conhecimentos, de uma forma acadêmica, e pudesse ser aceito pela Universidade. Porém, durante o desenvolvimento do Mestrado em Educação, uma percepção de que havia algo de novo a ser apreendido passou a se fazer mais presente. Uma nova visão de mundo foi tornando-se visível para mim ao perceber que o curso de Medicina tinha bases paradigmáticas bem definidas, porém, havia outras possibilidades de visões de mundo. Com isso, mudei o foco da dissertação para o estudo de paradigmas da Medicina.

Percebi, nesta época, que estávamos buscando novas técnicas e métodos de cuidados para a saúde sem, entretanto, modificarmos o paradigma vigente. A visão de mundo e o paradigma médico eram os mesmos, dentro e fora do hospital. Apesar da contribuição e da dedicação dos que trabalhavam pela saúde e por uma educação libertadora, pouca coisa realmente mudando.

Com o mestrado passei a perceber que a visão de mundo que orientava nossa maneira de viver estava ameaçando cada um de nós, a sociedade, os outros habitantes deste planeta, o próprio planeta e o Universo (Capra, 1986CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1986. ). Percebi, também, que o conceito de saúde que utilizávamos: “[...] um estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, e não apenas a ausência de doença” (Lunardi, 1999LUNARDI, Valéria L. Problematizando Conceitos de Saúde, a partir do Tema da Governabilidade dos Sujeitos. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 20, n.1, p. 26-40, jan. 1999., p. 27) estava incompleto e, propus uma alteração para o seguinte conceito: “[...] a consciência de bem-estar resultante de um processo contínuo de harmonização entre os aspectos físicos, psíquicos, sociais, culturais, ambientais (em seu nível de realidade) e espirituais (entre níveis de realidade) em todas as fases de sua existência humana3” (Pozatti, 2007POZATTI, Mauro Luiz. Buscando a inteireza do Ser: proposições para o desenvolvimento sustentável da consciência humana. Porto Alegre: Genesis, 2007., p. 71).

Com estes estudos aprendi que o corpo, a mente, a sociedade, a cultura, o meio ambiente e o espírito estavam passando a fazer parte da humanidade novamente e esta, por sua vez, estava intimamente conectada com a Totalidade. Uma Totalidade que passou a ser percebida como uma grande teia consciente e onde conjuntos de complexidades crescentes desta teia possuíam consciência diferente das partes que a constituíam. Além disso, todas as partes tinham consciência, uma interferindo na outra. Esta perspectiva estava sendo conhecida como visão holística da realidade.

Em 1989, conheci e iniciei o curso Formação Holística de Base, junto à Universidade Holística Internacional - Unipaz, em Brasília, onde, por três anos, tive contato com cientistas, artistas, membros das tradições sapienciais e filósofos, todos trazendo uma mesma mensagem: somos parte de uma incomensurável Totalidade, todos somos um.

A Unipaz é uma universidade não-formal e possui como propósitos a busca da inteireza do Ser, o desenvolvimento de uma cultura de paz e a expansão da visão holística ao maior número possível de pessoas. Com uma metodologia profunda, que unia holologia e holopráxis, onde a holologia consiste no corpo de conhecimentos teóricos, de cunho explicativo e/ou descritivo, produzido através da Ciência, da Arte, da Filosofia e das Tradições, que leva à abordagem holística do conhecimento. E a holopráxis é o conjunto de métodos que levam à vivência transpessoal e holística. Tais processos proporcionam vivências de caráter inefável, pois se situam na dimensão humana de transcendência cujo significado escapa à representação na linguagem comum e ao raciocínio lógico (Unipaz-Sul, 2002UNIPAZ-SUL. Manual da Formação Holística de Base. Porto Alegre: Unipaz-Sul, 2002. ). Pierre Weil e Roberto Crema, junto com outros da mesma estirpe, estavam propondo outro mundo possível, um Mundo de Paz (Weil, 2000WEIL, Pierre. Lágrimas de Compaixão: e a revolução silenciosa contínua. São Paulo: Pensamento, 2000. ).

Ao realizar sínteses entre ciência, arte, filosofia e tradições sapienciais, pude avançar em meus estudos dentro da visão holística. Além disso, passei a meditar, praticar Yoga, Tai Chi Chuan, Aikidô e a vivenciar estados ampliados de consciência através da Respiração Holotrópica (Grof, 2000GROF, Stanislav. Psicologia do Futuro - Lições das pesquisas modernas de consciência. Niterói: Heresis, 2000.).

Neste mesmo período, buscando aproximar-me de meus filhos, após uma separação conjugal, comecei a pesquisar sobre as relações pai e filho e participei de um ritual para uma nova masculinidade com Craig Gibsone, um artista plástico australiano, antigo morador da Comunidade de Findhorn (Escócia). Craig apresentou-me um mapa da tradição nativa americana, que, integrado aos meus estudos, passou a desvelar-se a mim através de leituras, meditações e sonhos, esclarecendo-me sobre a Totalidade, sobre o Universo, sobre o ser humano e sobre educação e saúde.

Este mapa foi desvelando-se e tornando-se, para mim, um poderoso símbolo da inteireza do Ser, utilizado, em diferentes formas, por distintas culturas e caminhos do conhecimento, com nomes e formas diferenciadas. Percebi que este mapa era uma chave transcultural, uma cartografia simbólica; uma espécie de pedra roseta transdimensional que permitia vislumbrar a inteireza do Ser em cada dimensão e entre dimensões. Funcionando como um elo transdisciplinar, transcultural e holístico, o mapa poderia ser utilizado para observar a saúde e a educação, bem como poderia ser um instrumento de reorganização da consciência ao entrar-se em dimensões não usuais do Ser.

Figura 1
Mapa Transcultural e Epistemologia

Ao integrar diferentes abordagens epistemológicas, percebi uma maneira de desdobrar este mapa, o que poderia oferecer caminhos àqueles que buscam a inteireza tomarem consciência de sua vinculação à totalidade. Posteriormente, este mapa ampliou-se, dirigindo-se para o desenvolvimento da consciência. Quando refleti sobre o tema, tornou-se possível observar uma progressão espiralática da consciência no ser humano, orientada e impulsionada por esta. Pude perceber, principalmente, a consciência espiralando entre fases e crises, buscando a inteireza e a qualidade de vida em cada etapa de sua existência humana.

A partir deste conjunto teórico-vivencial, minha vida particular e profissional tomou outros rumos: passei a dar aulas sobre promoção de saúde, trabalhar com grupos de homens, atuar como psicoterapeuta e desenvolver práticas e estudos sobre a visão transdisciplinar e holística, tanto na Universidade, quanto na Unipaz-Sul. Em todas estas atividades aquele mapa ancestral passou a fazer sentido de modo cada vez mais intenso, até o ponto de colegas sugerirem a realização de um doutorado com esta temática.

Minha tese de doutoramento4 tornou-se o resultado purificado e aprofundado desta caminhada permitindo-me adentrar em uma nova consciência, organizando ideias, conhecendo novos autores, ressignificando minha visão de mundo.

Com este conjunto de estudos e práticas, tornou-se claro para mim que a visão transdisciplinar e holística transcendia a visão antropocêntrica e materialista vigente. É uma visão integradora que acolhe os subsídios das diferentes tradições sapienciais, das diferentes disciplinas científicas, das artes e da filosofia, buscando as interações entre suas fronteiras. A consciência humana era percebida como individuada, porém, ao mesmo tempo, fazendo parte de dimensões com maior complexidade e, todas as dimensões, fazendo parte de uma mesma Totalidade.

Integrando a busca em educação e saúde percebi que esta forma de olhar o mundo sugeria que a humanidade pudesse tomar consciência da sua inteireza em múltiplas dimensões. Para isso, a humanidade necessita harmonizar-se, curar as fragmentações geradas no passado e cuidar das futuras gerações, com isso acolhendo a si mesma, aos outros seres do planeta e ao próprio universo como partes do mesmo Todo. Percebi também que, para este fim, as ações desenvolvidas através dos diferentes caminhos do conhecimento, trilhados pelos nossos ancestrais, poderiam ser resgatadas, integradas e harmonizadas ao contexto atual, preparando a transformação emergente da consciência humana.

Nesta caminhada e, concomitante aos estudos do Mestrado e Doutorado, passei a inserir estes processos educacionais em minha prática profissional, como educador e terapeuta. A aplicação deu-se, fundamentalmente, na Universidade, nas disciplinas de Higiene, do curso de Educação Física e Higiene Social do curso de Farmácia; junto ao Movimento Guerreiros do Coração; na Unipaz-Sul e na atividade de psicoterapeuta.

Na disciplina de Higiene, desde 1990 na Escola Superior de Educação Física (ESEF) e desde 2002 na faculdade de Farmácia, tenho desenvolvido um conjunto temático, promovendo uma percepção ampliada do conceito de saúde e o estudo aprofundado de cada um de seus aspectos: a saúde do corpo, da mente, da cultura, da sociedade, do ambiente, da saúde espiritual e suas aplicações em cada fase do desenvolvimento humano. Busco, em cada aula, trabalhar a holologia e a holopraxis, ou seja, apresentar, debater e vivenciar, através de técnicas, inclusive transpessoais, a temática proposta. A metodologia também inclui o respeito ao ponto de vista de cada um, utilizando-se, para isso, de técnicas de algumas Tradições Sapienciais. O resultado tem sido muito bom e pode ser medido pela participação maciça de alunos da ESEF a cada semestre, onde a disciplina é opcional, e pelo fato de já ter sido cinco vezes professor homenageado no curso de Farmácia.

Logo em seguida criei um projeto para homens que buscavam a inteireza do Ser, chamado Guerreiros do Coração. As ações do Movimento Guerreiros do Coração foram iniciadas em 1993, com base em meus estudos sobre homens, rituais e a inteireza do Ser. O resultado foi um trabalho simples e profundo, que toca a consciência dos homens e propicia mudanças de seus hábitos consigo mesmos, com os outros (e outras), com o planeta e com o Universo.

Nestas atividades buscamos trabalhar, com homens de diferentes idades, no reequilíbrio de seus princípios masculino e feminino desenvolvendo um novo ethos para o próximo milênio. Neste sentido, temos como objetivo primordial a preparação de homens para que eles possam desenvolver a inteireza do Ser com uma consciência holística da realidade. Para isso, utilizamos trabalhos em grupo, estudos teóricos, práticas das Tradições Sapienciais e da Psicologia Transpessoal, entre eles a realização de ritos de iniciação e de passagem, permitindo um contato mais profundo com a inteireza do homem e seu redirecionamento para uma qualidade de vida sustentável.

Com o tempo, passamos a ter um maior número de integrantes (em 2010 foram cento e cinquenta e oito novos participantes), e, com isso, criaram-se as condições à continuidade e ampliação do processo, buscando novos aportes e novas possibilidades. A partir daí, surgiram os ciclos de aprendizagem, permitindo que os homens continuassem usufruindo deste movimento, e mantendo sua participação de forma contínua e evolutiva.

No momento presente estamos atuando no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Além disso, estamos participando em diversas atividades: Rito para Meninos, Jovens Guerreiros, projeto Jaguar, além de trabalhos com grupos especiais nas Fazendas Terapêuticas Recreio e Recreo (para recuperação de drogadição), em Montenegro-RS.

Um resultado possível foi encontrado por Caminha, integrante do Movimento, em seu trabalho de conclusão do curso de Psicologia, na Ulbra:

Vimos tratar-se, de acordo com os relatos, de uma metodologia que, por etapas e de uma forma lenta e gradual, vai inicialmente trabalhando com a desconstrução do ego que busca uma ressignificação de valores. Esta busca possibilita a abertura de um espaço para uma nova tomada de consciência, que vai se traduzir na verdade no traçado de novos propósitos dentro dos relacionamentos destes homens. Este processo é em síntese a construção da ”nova identidade masculina”, onde o referencial é o sujeito que vivencia suas necessidades, resgatando sua história, tomando consciência de seu momento atual, integrando estas duas etapas de sua vida na projeção de um “vir a ser”. A passagem para este “vir a ser” é vivenciada de forma simbólica, onde o rito cumpre sua função integradora e transformadora, possibilitando que se concretize pela experimentação este novo ser, este novo homem - esta nova identidade (Caminha, 2003CAMINHA, Marco Aurélio R. Em Busca de uma Nova Masculinidade. Trabalho de conclusão de curso em Psicologia - Universidade Luterana do Brasil, Gravataí, 2003. , p. 45).

E, em 1995, participei da criação de um campus da Unipaz no sul do país, com o intuito de promover cursos e atividades voltadas para o desenvolvimento da visão holística.

Neste Campus da Universidade Holística Internacional, no sul do país, estes processos educacionais tem sido realizados desde sua criação em 1995 em todos os cursos realizados: Formação Holística de Base, Cuidar do Ser, Programa de Estudos Avançados em Psicologia Transpessoal e Ir Além - Um curso para consciência. Estes cursos visam a estimular a tomada de consciência das diferentes possibilidades de existir e de Ser, resgatando o sagrado na vida do ser humano. Hoje já somamos mais de 43 turmas realizadas em cursos com duração de 18 a 24 meses, muitas delas em parceria com Universidades e Centros de Ensino Superior. Apesar do foco e do público-alvo serem distintos, todos os programas integram holologia e holopráxis, promovem a inteireza do Ser e estimulam a vinculação com o sagrado.

Como psicoterapeuta de indivíduos, casais e grupos, tenho utilizado estes processos educacionais complementares, permitindo integrar diferentes teorias, promovendo a significação de novas possibilidades de ser e existir para os pacientes. Através da tomada de consciência de significações do seu processo existencial, mediando experiências vividas em diferentes estados conscienciais e sua reflexão, o indivíduo pode gerar sistemas conceituais que o orientam na busca da inteireza do Ser. A percepção de consciência de um significado ampliado da existência permite a manifestação de uma realidade mais harmônica para o indivíduo e suas relações.

De lá para cá, estas práticas em saúde e educação me permitem voltar a olhar com entusiasmo para as possibilidades que temos em nossas mãos: a de contribuirmos para um novo mundo para as próximas gerações. Um mundo em que se possa aprender a conviver, a amar a si mesmo e aos outros; que se possa conhecer e realizar um mundo de paz por sermos conscientes de nossa inteireza e de nossa conexão com a Totalidade.

Reflexões e Propostas

Tendo percorrido esta caminhada, desenvolvi na tese uma proposta de busca da inteireza do Ser através de ações de educação e saúde para o ser humano. Para isso foi necessário significar o ser humano como um ser integral, constituído de aspectos físicos, psíquicos, sociais, culturais, ambientais e espirituais, que se desenvolve de uma forma espiralática, tanto individual quanto coletivamente, passando por diferentes fases conscienciais. Em cada uma destas fases ele é inteiro e conectado com todas as dimensões da Totalidade, mesmo que não as perceba usualmente5.

Figura 2
O Ser Humano Integral

Figura 3
O Ser Humano e a Totalidade

Com isso presente, ficou perceptível que o desenvolvimento da consciência humana é um processo de individuação da Totalidade e, a seu tempo, também é um processo de reconexão com a mesma. Dito de outra forma, para existir o ser humano necessita diferenciar-se da Totalidade e criar uma realidade onde possa manifestar-se. Porém, caso se diferencie em demasia, irá se fragmentar e se dissociar, necessitando realizar uma dança entre individuação e comunhão, transcendendo em conexão com a Totalidade para que haja um desenvolvimento saudável da consciência (Wilber, 1997WILBER, Ken. Breve História de todas las Cosas. Barcelona: Kayrós, 1997.).

Figura 4
Transcendência

Sabemos que para significar, conhecer e atuar na realidade humana é necessária a utilização de um poderoso sistema organizador consensual que possa descrevê-la e mantê-la estável. Sistemas que descrevem a realidade consensual humana foram desenvolvidos pelas civilizações que nos antecederam e foram aprimorados, em sua quintessência, pela atual. Estes sistemas são passados de geração a geração através de ações educativas que utilizam, preponderantemente, o modo consensual de perceber e significar o mundo humano. Este processo educativo é de fundamental importância para a existência voltada à realidade humana.

Temos consciência, no entanto, que um processo educacional altamente centrado na realidade consensual pode afastar o indivíduo das dimensões mais sutis do ser. Torna-se necessário, então, ações educacionais que possam promover a conexão com estas dimensões, com aquilo que transcende. Segundo Martinelli:

Os atuais sistemas educacionais dissociaram o aspecto material do espiritual, fragmentaram o conhecimento e comprometeram o desenvolvimento integrado da personalidade dos alunos. Inibiram a criatividade e o sentido de percepção superior (Martinelli, 1996MARTINELLI, Marilu. Aulas de Transformação: o programa de educação em valores humanos. São Paulo: Peirópolis, 1996., p. 9).

Uma educação assim transcende a visão mecanicista, antropocêntrica e materialista vigente integrando-a numa dimensão superior, onde a consciência humana continua sendo percebida como individuada, e, ao mesmo tempo, parte de dimensões com maior complexidade (Martinelli, 1996MARTINELLI, Marilu. Aulas de Transformação: o programa de educação em valores humanos. São Paulo: Peirópolis, 1996.). Para modificar esta situação temos que buscar subsídios nas tradições sapienciais, nas ciências, nas artes e nas escolas de filosofia, procurando ver as interações entre suas fronteiras, e integrando estes diferentes caminhos. O resultado desta integração pode constituir uma educação transdisciplinar e holística.

Uma educação com este propósito pode permitir um processo que envolva estes diferentes aprenderes, viabilizando a possibilidade do ser humano expandir sua consciência, enfocando, ao mesmo tempo, a qualidade de vida da realidade humana, a convivência harmônica e o desenvolvimento de uma significação possível de outras realidades, transpessoais, integrando o mundo consensual, o mundo sutil e o espiritual.

Com esta perspectiva em mente podemos sugerir três processos educacionais complementares ao atual: a) o desenvolvimento da inteireza em cada etapa evolutiva existencial (infância, puberdade, adolescência, juventude, adultez, maturidade e ancianidade); b) o desenvolvimento de uma forma harmônica de convivência e, c) o desenvolvimento da consciência em relação à Totalidade.

Figura 5
Processos Educacionais Complementares

Vamos amplificar estes processos:

a) O processo educacional voltado aos diferentes ciclos de desenvolvimento da consciência humana visa a permitir ao ser humano estar inteiro a cada momento da sua existência. A consciência do indivíduo, ao expandir-se para uma nova fase ou etapa de seu desenvolvimento, necessita, simultaneamente, desorganizar-se e reorganizar-se. Uma determinada organização da consciência gera uma noção de eu sou, a qual se pode chamar de ego. Quando a consciência atinge um determinado nível de organização e está apta a mudar para outro, o ego (organização) daquela fase necessita morrer (desorganização) para dar lugar a outro ego (reorganização), onde a consciência constitui-se como um novo eu sou, mais expandido que o anterior. Em outras palavras, forma uma nova consciência que transcende e inclui a anterior.

Se a passagem entre as fases não se torna bem demarcada, pode levar a geração de patologias e desvios no desenvolvimento da consciência, afastando-a de sua inteireza, uma vez que o indivíduo levará problemas não resolvidos e hábitos da fase anterior para a próxima (Guardini, 1987GUARDINI, Romano. A Aceitação de Si Mesmo. São Paulo: Palas Athena, 1987.).

A consciência humana, desenvolvendo-se em ciclos que ocorrem em tempos mais ou menos conhecidos, pode facilitar a organização de ações educativas necessárias que levem em consideração a possibilidade do indivíduo tornar-se inteiro em cada fase do seu desenvolvimento. Estas ações pressupõem duas etapas:

1) o conhecimento de ações específicas envolvendo o corpo, a mente, as relações sociais, os hábitos e crenças, o meio-ambiente e as questões espirituais e,

2) a passagem para uma fase superior. Para esta podemos utilizar o conhecimento transdisciplinar acumulado pela humanidade preparando o ser humano para entrar, inteiro, em todos os seus ciclos existenciais.

As civilizações diferentes da nossa tinham ações educativas voltadas para lidar com o mundo consensual nas diferentes fases do desenvolvimento, marcando a passagem entre as mesmas. Estas lições mostram que a fronteira entre fases da consciência humana podia ser trabalhada por um processo educativo integrador conhecido como ritual de passagem. A mudança de uma etapa à outra através da utilização destes ritos pode ser muito útil ao marcar a saída de uma situação obsoleta, já insignificante, para uma situação com novos significantes, pois tais ritos proporcionam a morte simbólica do ego obsoleto e o nascimento de outro ego, mais atual (Jung, 1964JUNG, Carl. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964.).

Os ritos servem para demarcar, assinalar a morte de uma etapa e o nascimento de outra. Funcionam como um farol, um marco referencial que o indivíduo busca em situações críticas. Zoja expressa que a morte ritualística é condição necessária para que o indivíduo possa chegar a um nível mais complexo de consciência humana: “O acesso a uma condição superior é obtido com uma morte e uma regeneração simbólicas e rituais” (Zoja, 1992ZOJA, Luigi. Nascer não Basta. São Paulo: Axis Mundi, 1992., p. 04).

O vínculo entre rituais e educação foi bem estudado por Peter McLaren em sua tese de doutoramento. Para ele: “[...] somos ontogeneticamente constituídos por ritual e cosmologicamente formados por ele” (Mclaren, 1992McLAREN, Peter. Rituais na Escola. Petrópolis: Vozes , 1992. , p. 70). Os ritos permitem a criação de um mundo onde o indivíduo possa socialmente atuar, uma vez que:

[...] a ritualização é um processo que envolve a encarnação de símbolos, conglomerados de símbolos, metáforas e paradigmas básicos através de gestos corporais formativos. Enquanto formas de significação representada, os rituais capacitam os atores sociais a demarcar, negociar e articular sua existência fenomenológica como seres sociais, culturais e morais (Mclaren, 1992McLAREN, Peter. Rituais na Escola. Petrópolis: Vozes , 1992. , p. 88).

A quase ausência de ritos de passagem em nossa cultura faz com que, para ingressar em novas etapas da vida, muitos jovens busquem no álcool, droga, fumo, carros, gangues ou grupos, formas de iniciação ou de passagem. Campbell compara um místico, alguém que foi iniciado através de rituais, com um esquizofrênico que não teve uma iniciação adequada entre níveis de consciência (Campbell, 1966).

b) O processo educacional voltado a uma forma harmônica de convivência visa a alcançar um grau de harmonização social que permita o respeito aos diferentes modos de existir tanto entre humanos quanto com os demais terráqueos e no que se refere ao próprio planeta.

Beck e Cowan, em seu estudo sobre a dinâmica da espiral, mostraram que o desenvolvimento histórico e psicológico da humanidade evolui por diferentes campos de consciência e que se expressam atualmente em diferentes formas de organização social. Estes autores propuseram uma visão de desenvolvimento espiralático da consciência coletiva humana, onde cada nova fase incluiria e transcenderia as anteriores. Em cada estágio o indivíduo vivencia uma biologia, uma psicologia, uma cultura, uma estrutura social e ambiental e uma vinculação com o sagrado, que são específicos da fase vivenciada e, em seu estudo, apontam para a possibilidade de uma sociedade mais consciente e harmônica (Beck; Cowan, 1996BECK, Don E.; COWAN, Christopher C. Dinâmica da Espiral: dominar, valores, liderança e mudança. Lisboa: Ed. Piaget, 1996.).

Na mesma direção, uma contribuição educacional muito significativa tem sido a proposta da UNESCO para a educação do III milênio, divulgada no Relatório Delors. Neste documento, são sugeridas quatro maneiras de aprender, necessárias para o novo milênio: aprender a conhecer; aprender a conviver com os outros, aprender a fazer e aprender a ser (Delors, 2002DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC: UNESCO, 2002.). Em minha tese acrescentei mais uma: aprender a amar.

A possibilidade de integrarmos estes distintos aprenderes podem nos levar a constituir uma sociedade formada por aquilo que Beck e Cowan chamam de vMemes Amarelo e Turquesa. Os vMemes, para estes autores, significam, ao mesmo tempo, uma estrutura psicológica, um sistema de valores e um modo de adaptação, que pode se expressar de maneiras diferentes, desde visões de mundo e estilos de vestuário até formas de governo (Wilber, 2003WILBER, Ken. Uma Teoria de Tudo. São Paulo: Cultrix , 2003.). Especificamente os vMemes Amarelo e Turquesa sugerem uma sociedade cujos indivíduos aceitam a inevitabilidade dos fluxos e formas da natureza.

Buscam a liberdade pessoal sem prejudicar os outros e escolhem sistemas integrativos e abertos para partilhar. Conseguem perceber, em si, os demais campos coletivos. Entendem que o ser humano faz parte de um todo superior, possuindo uma visão holística da Totalidade (Beck; Cowan, 1996BECK, Don E.; COWAN, Christopher C. Dinâmica da Espiral: dominar, valores, liderança e mudança. Lisboa: Ed. Piaget, 1996.): ou seja, uma sociedade mais harmônica, que respeita os diferentes, integrando-os numa complexidade consciencial superior à vivenciada atualmente, torna-se almejada e possível.

Este processo educacional visa a promover a convivência harmônica através de aprender o respeito para consigo mesmo, com os outros, com o planeta e com o Universo.

c) O processo educacional voltado ao desenvolvimento da consciência em relação à Totalidade pode ser alcançado através do aprendizado para lidar com diferentes realidades conscienciais. Para isso, é necessária uma educação transdisciplinar que ensine as diferentes formas de significar e de atuar em realidades humanas e não humanas, através do estímulo ao desenvolvimento espiritual do indivíduo. Existem inúmeras possibilidades para este aprendizado, as quais são promovidas por diferentes Tradições Sapienciais, e aqui se incluem as diferentes religiões e escolas esotéricas.

Além dos processos destas Tradições temos pelo menos três grandes possibilidades atualmente: a) a Filosofia Perene, que busca integrar o essencial destas diferentes Tradições e que pode nos orientar naquilo que é básico em todas: a aceitação do sagrado, do transcendente à nossa existência (Ferrer, 2003FERRER, Jorge N. Espiritualidad Creativa - Uma vísion participativa de lo transpersonal. Barcelona: Kairós, 2003.); b) a Pedagogia Iniciática, que orienta esta transcendência a partir de processos conscienciais de diferentes complexidades (Crema, 2009CREMA, Roberto. Pedagogia Iniciática - Uma escola de liderança. Petrópolis: Vozes, 2009.) e c) a Psicologia Transpessoal, que reconhece o sagrado e integra metodologias de trabalho com Estados Ampliados de Consciência (Grof, 2000GROF, Stanislav. Psicologia do Futuro - Lições das pesquisas modernas de consciência. Niterói: Heresis, 2000.). Para este processo educacional não há uma forma específica de atuação, porém, a abertura ao transcendente é seu foco principal.

A educação atual e estas propostas complementares não são antagônicas, apenas seu foco é distinto. Basicamente, estes processos educacionais complementares têm como objetivos o aprender a existir de forma harmônica na realidade humana e o aprender a significar realidades diferentes, constituindo-se, em seu conjunto, como uma proposta de educação para a consciência.

Resumindo, para desenvolver-se plena e saudavelmente, o ser humano necessita, ao ampliar sua consciência, harmonizar-se em cada mudança de seu ciclo vital, buscar uma visão social harmônica e realizar uma reconexão transcendente com a Totalidade. Uma consciência assim permitirá que as ações do indivíduo sejam orientadas para a inteireza do Ser e voltadas para um desenvolvimento saudável de si mesmo e dos outros, contribuindo, desse modo, com o desenvolvimento de uma Cultura de Paz.

Finalizando

Como foi observado, a partir da minha caminhada, dos estudos, reflexões e práticas realizadas, percebi ser necessária e urgente uma reintegração do homem consigo mesmo em todas as suas fases vitais, aprendendo a conviver de forma harmônica com os outros e com o planeta, revendo sua vinculação com a Totalidade.

Observei que a educação atual não prima por este enfoque, em virtude de sua visão de mundo, materialista e antropocêntrica. Caso ampliemos nossa visão de mundo para uma abordagem transdisciplinar e holística, com a inclusão de processos educacionais complementares, tais como a busca da inteireza em cada fase do desenvolvimento humano, a busca de uma convivência harmônica e de uma consciência conectada com a Totalidade, torna-se possível reorientarmos a humanidade rumo a uma cultura de paz.

As práticas que tenho realizadas demonstraram as possibilidades reais de execução destes processos educacionais complementares e de seus prováveis resultados rumo à educação da consciência. Creio, a partir do exposto, que é necessário e possível desenvolver uma educação voltada à inteireza do ser, para que se possa reintegrar o ser humano na Totalidade e desenvolver uma cultura de paz: as práticas que venho realizando nestes anos são testemunhas destas possibilidades.

Da minha parte, e avaliando minha caminhada, posso dizer que ela teve Coração: levou-me a aprender sobre novas visões de mundo; a aprender sobre novas maneiras de conviver, respeitando as diferenças; a aprender a amar a mim mesmo, aos outros, ao planeta e a perceber as infinitas possibilidades da consciência humana; ensinou-me a desenvolver práticas adequadas e coerentes a esta nova consciência, aproximando-me de uma forma de existir como ser inteiro e como parte de um Todo maior.

Neste momento de vida, fico com a certeza de que os processos educacionais propostos e praticados permitem sugerir sua possibilidade concreta de serem realizados e seus objetivos alcançados a um grande número de seres humanos.

As possibilidades são muitas e viáveis e a necessidade é premente. Acredito que as futuras gerações poderão ter maneiras mais adequadas para lidar com o mundo desde que tenhamos a coragem (core + ação = agir com o coração) e consciência para implementar estes processos imediatamente.

Lembrando Fernando Pessoa: tudo vale a pena quando a alma não é pequena.

Referências

  • ALCANTARA, Aglaé G. et al. Vila Augusta: uma experiência de Análise Transacional em Saúde Comunitária. Arquivos de Medicina Preventiva, Porto Alegre, v. 1, n. 3, p.19-25, out/dez. 1980.
  • BECK, Don E.; COWAN, Christopher C. Dinâmica da Espiral: dominar, valores, liderança e mudança. Lisboa: Ed. Piaget, 1996.
  • CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1986.
  • CREMA, Roberto. Pedagogia Iniciática - Uma escola de liderança. Petrópolis: Vozes, 2009.
  • CAMINHA, Marco Aurélio R. Em Busca de uma Nova Masculinidade. Trabalho de conclusão de curso em Psicologia - Universidade Luterana do Brasil, Gravataí, 2003.
  • DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília: MEC: UNESCO, 2002.
  • FERRER, Jorge N. Espiritualidad Creativa - Uma vísion participativa de lo transpersonal. Barcelona: Kairós, 2003.
  • GROF, Stanislav. Psicologia do Futuro - Lições das pesquisas modernas de consciência. Niterói: Heresis, 2000.
  • GUARDINI, Romano. A Aceitação de Si Mesmo. São Paulo: Palas Athena, 1987.
  • JUNG, Carl. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1964.
  • LUNARDI, Valéria L. Problematizando Conceitos de Saúde, a partir do Tema da Governabilidade dos Sujeitos. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 20, n.1, p. 26-40, jan. 1999.
  • MARTINELLI, Marilu. Aulas de Transformação: o programa de educação em valores humanos. São Paulo: Peirópolis, 1996.
  • McLAREN, Peter. Rituais na Escola. Petrópolis: Vozes , 1992.
  • OLIVEIRA, Francisco Arsego de. Educação e Saúde: a experiência do Programa Pericampus. In: XVI ECEM-BRASIL - ENCONTRO CIENTÍFICO DE ESTUDANTES DE MEDICINA, 16, Porto Alegre, 1985. Anais... Porto Alegre: 1985.
  • POZATTI, Mauro Luiz; POZATTI, Jane Maria C. Bases para a Organização de uma Comunidade na Busca de Melhores Condições de Vida. Arquivos de Medicina Preventiva , Porto Alegre, v. 2, p. 6-14, ago./set. 1980.
  • POZATTI, Mauro Luiz. Paradigmas Médicos e Praticas Médicas - Análise de suas influências em um estágio de Medicina Comunitária da UFRGS. Porto Alegre: UFRGS - PPGEDU, 1990.
  • POZATTI, Mauro Luiz; SOUZA, Nadir Helena S. Rituais e Psicoterapia Familiar Sistêmica. Trabalho de Conclusão - Especialização em Psicoterapia Familiar. Porto Alegre: CEAPIA, 1993.
  • POZATTI, Mauro Luiz. A Busca da Inteireza do Ser: formulações imagéticas para uma abordagem transdisciplinar e holística em saúde e educação. 2003. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 2003.
  • POZATTI, Mauro Luiz. Buscando a inteireza do Ser: proposições para o desenvolvimento sustentável da consciência humana. Porto Alegre: Genesis, 2007.
  • UNIPAZ-SUL. Manual da Formação Holística de Base. Porto Alegre: Unipaz-Sul, 2002.
  • WEIL, Pierre. Lágrimas de Compaixão: e a revolução silenciosa contínua. São Paulo: Pensamento, 2000.
  • WILBER, Ken. Breve História de todas las Cosas. Barcelona: Kayrós, 1997.
  • WILBER, Ken. Psicologia Integral. São Paulo: Cultrix , 2002.
  • WILBER, Ken. Uma Teoria de Tudo. São Paulo: Cultrix , 2003.
  • ZOJA, Luigi. Nascer não Basta. São Paulo: Axis Mundi, 1992.

Notas

  • *
    Mauro Luiz Pozatti é médico, Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Professor Associado I da UFRGS, Psicoterapeuta e Facilitador de Grupos de Homens Guerreiros do Coração. Autor do livro: Buscando a Inteireza do Ser - proposições para o desenvolvimento sustentável da consciência humana.
  • 1
    Os Projetos Itapuã e Pericampus foram realizados pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS nos anos 1980, integrando diferentes cursos da Universidade e atuando nas Vilas Pericampus e Itapuã do Município de Viamão-RS. Ver: OLIVEIRAOLIVEIRA, Francisco Arsego de. Educação e Saúde: a experiência do Programa Pericampus. In: XVI ECEM-BRASIL - ENCONTRO CIENTÍFICO DE ESTUDANTES DE MEDICINA, 16, Porto Alegre, 1985. Anais... Porto Alegre: 1985. , Francisco Arsego de. Educação e Saúde: A Experiência do Programa Pericampus. In: XVI ECEM-BRASIL - Encontro Científico de Estudantes de Medicina, 1985, Porto Alegre, RS.
  • 2
    Na época, anos 1980, o SUS ainda não havia sido criado e os recursos (medicação, primeiros socorros etc.) que os Postos de Saúde recebiam eram irrisórios.
  • 3
    Espiritual aqui está significando o transcendente; o imanifesto; aquilo que está além da dimensão humana, porém, que é percebido por esta através de seus efeitos.
  • 4
    POZATTI, Mauro Luiz. A Busca da Inteireza do Ser: formulações imagéticas para uma abordagem transdisciplinar e holística em saúde e educação. Tese (Doutorado em Educação) - Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 2003.
  • 5
    Para mais detalhes veja POZATTI, Mauro L. Buscando a inteireza do Ser: proposições para o desenvolvimento sustentável da consciência humana. Genesis: Porto Alegre, 2007.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2012

Histórico

  • Recebido
    01 Jul 2011
  • Aceito
    01 Fev 2012
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Faculdade de Educação Avenida Paulo Gama, s/n, Faculdade de Educação - Prédio 12201 - Sala 914, 90046-900 Porto Alegre/RS – Brasil, Tel.: (55 51) 3308-3268, Fax: (55 51) 3308-3985 - Porto Alegre - RS - Brazil
E-mail: educreal@ufrgs.br