RESUMO:
Apresenta-se aqui uma análise contextual e atualizada da obra Educação e atualidade brasileira, escrita por Paulo Freire em 1959, na qual o autor mostra como o contraste entre a “inexperiência democrática” e a “emersão do povo na vida pública nacional” constituía a antinomia fundamental do Brasil “em desenvolvimento”. Por meio de um retrospecto histórico, aponta, na própria formação do Brasil, as origens das disposições mentais antidemocráticas do seu povo e os processos pelos quais essas disposições se perpetuaram. Identificando no fim da década de 1950 as circunstâncias propícias para a inserção participativa e crítica do povo nos processos decisórios nacionais, o autor defende a necessidade de se formar as mulheres e os homens para a vida democrática, papel de uma educação que necessitava de uma completa revisão. Consideradas as especificidades de cada momento, as reflexões de Freire lançam luzes sobre a contexto atual, amparam a problematização de suas antinomias e revelam os caminhos pelos quais se pode construir uma educação para a justiça social.
Palavras-chave:
Educação para a democracia; antinomia fundamental; colonização de exploração; criticidade