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Editorial

O ano que se inicia tem para Educação em Revista um sabor especial, pois comemoramos 30 anos de existência. Durante esse tempo, o periódico contribuiu sem interrupções para a divulgação da produção científica em educação no Brasil. A revista nasceu em 1985, com a edição de dois números anuais, e chega ao seu trigésimo aniversário com periodicidade trimestral. Desde a sua fundação, Educação em Revista vem ampliando seu alcance, inserindo-se nos principais indexadores nacionais e internacionais e tornando-se uma referência importante para pesquisadores da área. Gostaríamos de agradecer e render uma justa homenagem a todos(as) que colaboraram para que ela alcançasse o lugar de destaque que ocupa hoje na área, como editores, consultores, avaliadores, técnicos e autores. A todos(as) vocês, nosso muito obrigado(a)!

Esta primeira edição de 2015 contém artigos que contemplam vários campos da pesquisa educacional organizados em seis blocos temáticos. O primeiro deles aborda artigos que tratam de questões relativas a metodologias e aspectos vinculados à pesquisa educacional. Em O trabalho com narrativas na investigação em educação, Maria Emília Caixeta de Castro Lima, Corinta Maria Grisolia Geraldi e João Wanderley Geraldi se debruçam sobre o tema da investigação narrativa em educação, discutindo seus objetos, seus métodos e suas implicações, com foco nas pesquisas que se voltam para experiências vividas por docentes. Em seguida, a partir da perspectiva historiográfica, o texto A instrução pública na Província do Paraná no século XIX: uma interpretação a partir do testemunho de três alunos, de Juarez José Tuchinski dos Anjos, problematiza as experiências narradas em cartas produzidas por estudantes do século XIX e suas potencialidades para a produção do conhecimento histórico. Por fim, encerra esse bloco o texto de Susana Rangel Vieira da Cunha, Qual o lugar dos materiais visuais na pesquisa em educação? No artigo, a autora discute o uso de materiais visuais nas investigações em educação com crianças.

Um segundo tema reúne dois artigos que abordam aspectos relativos ao trabalho docente. Em Produção de subjetividade e de saúde no trabalho docente: o grupo como estratégia de reflexão da prática do professor, Claudia Beatriz Jotz, Nedio Seminotti e Rosangela Fritsch discutem a experiência da reflexão coletiva sobre a prática docente como estratégia para produção da saúde e da subjetividade docente. Em outro artigo, de Fátima Pereira e Ana Mouraz, intitulado Crise da educação escolar e percepções dos professores sobre o seu trabalho: identidade profissional e clima de escola em análise, as autoras analisam os resultados de uma pesquisa sobre a percepção dos professores acerca das atividades na escola e seus sentidos educativos.

Um terceiro grupo de autores volta-se para aspectos ligados às políticas educacionais e curriculares. Abre este bloco o artigo Gestão da Educação Infantil: um balanço de literatura, de Fabiana Silva Fernandes e Maria Machado Malta Campos. A partir de uma revisão bibliográfica sobre a gestão da Educação Infantil no Brasil, as autoras discutem suas especificidades e a produção acadêmica nesse campo de estudos. O segundo texto, de Saulo Fabiano Amâncio-Vieira, Benilson Borinelli, Letícia Fernandes de Negreiros e José Carlos Dalmas, analisa os fatores relacionados ao desempenho discente de escolas de Ensino Fundamental de um município paranaense, especialmente o custo direto, com o título de A relação entre custo direto e desempenho escolar: uma análise multivariada nas escolas de Ensino Fundamental de Londrina/PR. Em seguida, temos o artigo A história a ser ensinada em São Paulo, de Antônio Simplício de Almeida Neto e Helenice Ciampi, que aborda a proposta curricular implantada nas escolas públicas do Estado de São Paulo a partir de 2008 com foco na disciplina História. Por fim, Zenilde Durli e Marilda Pasqual Schneider em Ampliação do Ensino Fundamental na região Sul do Brasil: pontos e contrapontos da proposta curricular, analisa dados de uma pesquisa sobre a implantação do Ensino Fundamental de nove anos nas redes estaduais dos três Estados da região Sul do Brasil.

O quarto bloco temático traz a discussão sobre o uso das tecnologias digitais na educação escolar. O primeiro texto, Um game para a psicologia escolar: proposições teórico-metodológicas para a construção de um artefato lúdico-educativo, de Fernando Teles, Larissa Medeiros Marinho dos Santos e Cleci Maraschin, discute o uso de games em experiências educativas e suas implicações para os processos de aprendizagem. Na mesma direção, Maria de Fátima de Lima das Chagas, Karla Rosane do Amaral Demoly e Francisco Milton Mendes Neto analisam os resultados de uma pesquisa-intervenção sobre formação docente com foco nas tecnologias digitais em Atenção a si e modos de conceber as tecnologias digitais na formação de professores.

O penúltimo agrupamento reúne dois artigos sobre educação ambiental. Em O vagabonding como estratégia pedagógica para a "desconstrução fenomenológica" em programas experienciais de educação ambiental, Cae Rodrigues aborda a aprendizagem em educação ambiental a partir da estratégia pedagógica que denomina vagabonding. Completa esse grupo o artigo Argumentação sobre problemas socioambientais no ensino de biologia , de Dália Melissa Conrado, Nei Freitas Nunes-Neto e Charbel N. El-Hani. Em seu texto, os autores tratam do desenvolvimento de aprendizagens em biologia a partir do uso de argumentos sobre questões socioambientais.

O último bloco trata da relação entre educação e questões sociais mais amplas, agrupando dois artigos. O primeiro deles, chamado Características do trabalho de estudantes universitários associadas ao seu desempenho acadêmico, de Roberta Pereira Niquini, Liliane Reis Teixeira, Clóvis Arlindo de Sousa, Roberta Nagai-Manelli, Andréa Aparecida da Luz, Samantha Lemos Turte-Cavadinha e Frida Marina Fischer, analisa os resultados de uma pesquisa com estudantes trabalhadores de uma universidade pública buscando compreender a relação entre trabalho e desempenho acadêmico. O segundo artigo, de Rose Méri Santos da Silva e Meri Rosane Santos da Silva, chama-se Traços e configurações do discurso da vulnerabilidade social no Brasil: modos de ser e gerenciar uma parcela da população e aborda a produção do discurso sobre crianças e adolescentes no Brasil a partir da categoria vulnerabilidade social.

Este número de Educação em Revista traz ainda, na seção Palavra Aberta, o belo texto Imagens da Docência, de Eliane Marta Santos Teixeira Lopes, produzido a partir de uma conferência realizada na Faculdade de Educação da UFMG nas comemorações do Dia dos(as) Professores(as). A autora nos brinda com imagens da docência a partir de suas lembranças e recordações, numa justa homenagem àqueles que cotidianamente se produzem como trabalhadores(as) da educação.

Encerra este número a seção Resenha, com o texto A "reinvenção da alfabetização" e o ensino do sistema de escrita alfabética, de Maria Carolina da Silva Caldeira, que apresenta aos nossos leitores a obra Sistema de Escrita Alfabética, de Artur Gomes Morais.

Por fim, gostaríamos de registrar a saída de nossa colega Profa. Maria Zélia Versiani Machado da nossa Equipe Editorial. A equipe de Educação em Revista agradece a sua inestimável contribuição como editora adjunta, sempre muito competente e solidária. Passará a compor nossa equipe a Profa. Célia Abicalil Belmiro, a quem desejamos sucesso.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Mar 2015
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