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Memórias sobre a história de uma cidade: a História como labirinto

Memories about the history of a city: the history as a labyrinth

Neste artigo, desenvolve-se a argumentação de que a escrita da história de cidades elaborada por meio do diálogo entre a memória e a História pode oferecer possibilidades de aprendermos a nelas nos perder para nelas nos reencontrar, num tempo labirintítico. A idéia do labirinto é inspirada em Walter Benjamin (1985, 1994) e em outros que trabalham nessa tradição teórica e representa uma contraposição à compreensão do tempo histórico forjado na modernidade. Enquanto este é linear, vazio, homogêneo, o tempo labirintítico é múltiplo, não-linear, repleto de possibilidades inscritas nas relações do presente com passado e futuro. Para decifrá-lo, é necessária a aprendizagem da leitura indiciária - dos sinais, dos signos, das ruínas, das marcas, dos gestos, dos silêncios, - deixados pela ação dos homens e relatados pelos seus testemunhos. É, também, em Benjamin que se apóia a idéia de que a história como labirinto é contada pelo narrador que narra a sua experiência histórica. A escrita híbrida da história - entre a História e a memória -, base para o desenvolvimento da referida argumentação, é fruto de uma pesquisa com fontes orais e outros conhecimentos históricos, elaborada para uma dissertação de mestrado defendida pela autora do artigo, sobre a história de Governador Valadares, Minas Gerais.

Leitura Indiciária; Narrativa; Memória; Ensino de História


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